terça-feira, 16 de novembro de 2010

Novo formato na linguagem esportiva

O efeito da evolução midiática reflete diretamente no modo de se produzir conteúdos informativos e na maneira de se retransmitir as notícias, exigindo que, a cada dia, o jornalismo se modifique e se alinhe ao entretenimento.

A linguagem do jornalismo tem sofrido grandes mudanças desde a chegada de novas mídias, cujos resultados vêm de um processo chamado “avanço tecnológico”. O Jornalismo Esportivo, por exemplo, foi o segmento que mais sentiu de perto essa brusca evolução, principalmente pelo domínio de uma ferramenta que ainda está se descobrindo, mas que, com menos de 20 anos de existência, é a mais procurada e acessada pelo mundo: a internet.

Embora seja nova e ainda careça de padronização no que diz respeito à abordagem e à própria linguagem, a consolidação da internet na mídia está causando reformulação obrigatória na perspectiva de outros veículos de comunicação, pois, com ela, a informação passou a ser levada ao receptor (público) de forma muito mais veloz, diversificando o conteúdo de forma geral.

Segundo especialistas no assunto, a linguagem em todas as editorias, principalmente na esportiva, mudou devido a uma transformação que busca embasamento mais engajado com o imediatismo. É o que explica Alberto Ludivig, editor da Web TV da Federação Paulista de Futebol, e que está no jornalismo há mais de 30 anos, com experiência nas principais mídias. “Desde o final da década de 80, as grandes empresas de comunicação passaram a ter uma visão mais comercial do jornalismo. E, como um produto, era preciso entregar a notícia o mais rápido possível, contemplando prioritariamente a publicidade. As edições passaram a ser fechadas muito mais cedo. Os repórteres passaram a apurar o material de maneira mais superficial, obedecendo a regras rígidas de horários de fechamento. O jornalismo esportivo, em si, seguiu essa onda com uma linguagem mais ‘urgente’, sem muita contextualização”, ressaltou Ludivig que, de acordo com ele, “O mundo mudou, está mais veloz, ninguém suporta mais uma programação lenta, com reportagens que ultrapassem 20 linhas ou que, no caso da tevê, ultrapasse um minuto”, complementa.

Tiago Leifert (à direita) apresentando o Globo Esporte
Na Rede Globo, por exemplo, a transformação da linguagem ficou evidente a partir do momento em que um novo modelo de telejornal esportivo ganhou espaço. Primeiramente, aconteceu com o Globo Esporte, que deixou de apresentar suas notícias diárias no modelo considerado “convencional” para permitir a fusão com o entretenimento, atuando de forma mais próxima do telespectador. A inovação aconteceu por iniciativa do apresentador Tiago Leifert que percebeu que a mudança no estilo de se fazer um programa de esportes precisaria de um “algo a mais”, inclusive para resgatar a audiência do programa que estava em forte decadência. A aposta do jovem jornalista deu certo e Tiago caiu nas graças dos telespectadores. O Fantástico, também da Globo, e que vai ao ar aos domingos, seguiu a mesma linha que o programa de Leifert, com Tadeu Shimidt, transformando a notícia esportiva num programa de entretenimento, porém sem alterar o conteúdo da informação. Legitimando essa tese, Ludivig acredita que os jornalistas estão se adaptando naturalmente a essa nova vertente e que “hoje em dia não existe mais espaço para um jornalismo esportivo muito concentrado na informação pura e simples, com angulações diferenciadas sobre um mesmo assunto. Ele (jornalismo esportivo) tem enveredado, realmente, para o entretenimento. Eu diria que, hoje, em primeiro lugar vem o marketing, ou seja, a forma, o conceito do programa, e, depois, a notícia”.

Mas a discussão vai mais além nesta questão. Muitos acreditam que há uma barreira que diferencia o modo de se fazer jornalismo entre a TV aberta e o canal a cabo. Para o professor Universitário, que já foi editor de esportes, Wagner Belmonte, o jornalismo esportivo na televisão aberta é sinônimo de show - “basta ver o que os americanos fazem com o Super Bowl” –, enquanto na TV a cabo existe uma liturgia, um respeito maior, às vezes até poético, em relação à linguagem. “O Cléber Machado é um bom cara a ser estudado. enquanto Galvão Bueno é Galvão Bueno em qualquer circunstância, para o bem e para o mal, na transmissão da copa do mundo ou da fórmula 1 na TV aberta, Cléber machado é um jornalista na TV aberta e outro, bem diferente, no na TV a cabo. Enfim, no meu modo de ver, a televisão a cabo dá um baile no conteúdo das emissoras abertas. O programa Troca de Passes, do canal Sportv, por exemplo, é um Mesa Redonda sem a linguagem do povão”, argumentou.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Quase lá...

O Corinthians está com uma mão na taça, é verdade.

Aliás,  desde a volta da competição após a paralisação para a Copa do Mundo da África tenho dito que este troféu já tem dono.

O timão tem a equipe mais bem entrosada e manteve uma formação desde o início. Isso é fundamental para se estabelecer uma regularidade e impor padrão de jogo.

Em torneio de pontos corridos, ser regular faz toda a diferença.

Pode ser, enfim, a chance de o Corinthians camuflar, já que apagar é impossível, as manchas de títulos que conquistou no passado. Aliás, essas manchas viraram fantasmas que assombram o Parque São Jorge durante muitos anos.

Se você não entendeu o que quis dizer, há um exemplo fantástico para resumir tudo isso. Foi o  último Brasileirão conquistado pelo Corinthians, em 2005. Lembrou? Esse episódio classifico como a maior vergonha do campeonato Brasileiro de todos os tempos.

Além do mais, erguer o caneco de 2010 virou mais do que uma busca desenfreada pela honra, passou a ser uma obrigação para o clube alvinegro.

No começo do ano, Andrés Sanches, presidente do Corinthians, investiu pesado em reforços. Tudo isso porque 2010 é o ano do centenário corintiano.

Segundo Sanches ainda no inicio deste ano, a ideia era conquistar mais de um título para a galeria do clube. Até o momento não conseguiu um sequer.

Perdeu o Paulista e foi escorraçado da Libertadores, que era, e ainda é, seu maior sonho de consumo.

Restou o Brasileirão. E parece que os jogadores assimilaram a ideia.

O timão fez uma campanha boa, já que não há nota 10 para equipe nenhuma nesta competição, e só não se sagrará o vencedor se tropeçar nos próprios erros.

No último sábado, venceu o Cruzeiro mesmo não jogando tão bem.

Aliás, a Raposa foi superior em pelo menos 70% da partida. Isso sem contar que foi claramente prejudicada dentro do Pacaembu.

Os sinais de protestos de Thiago Ribeiro, Roger e do técnico Cuca após o término da partida não foram exageros.

O árbitro Sandro Meira Ricci abusou em errar a favor do timão. E não foi à toa que chegaram a cogitar seu afastamento logo após o fim da partida.

E não estou falando sobre o pênalti em cima de Ronaldo que, ao meu ver, foi clarríssimo.

Mas também não se pode dizer que o Corinthians comprou o campeonato, como andam falando por aí.

Dessa vez não acredito nesta possibilidade, embora a CBF não nos passe nenhuma credibilidade há muito tempo.

Agora o Corinthians depende apenas de si mesmo para levantar o caneco que já colocou uma mão na tarde de sábado.

Comemore, corintiano...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Rival bom é rival tricolor

Nunca vi um rival tão bonzinho quanto o São Paulo.

No meio da semana enfrentou o Cruzeiro, candidato a título do Brasileirão e que estava à frente do Corinthians na tabela, e venceu por 2 a 0, lá em Minas Gerais.

Nesse mesmo momento, o timão vencia o Avaí e assumia a segunda colocação. Ou seja, o tricolor havia quebrado um baita "galhão" para o Corinthians.

Mas o Tricolor não se contentou com a "ajudinha" e resolveu dar as costas para o Timão subir e ficar mais próximo do topo. A equipe de Carpegiani perdeu para os visitantes do Parque São Jorge, dentro de casa, por 2 a 0, com gols de Elias e Dentinho.

Mas os alvinegros foram ingratos. Após a vitória sobre o "amigo" São Paulo, fizeram uma piadinha de mau gosto no site oficial do clube. Veja a foto abaixo:

Brincadeiras à parte, a verdade é que o Corinthians mostrou, mesmo não fazendo uma brilhante partida, que tem uma equipe mais decidida e objetiva. Teve pouquíssimas chances de gol, mas as que teve aproveitou.

Já o São Paulo, que foi superior pelo menos 70% no duelo, pecou no último passe, aquele que define, que é convertido em gol. Não foi objetivo. Perdeu claras oportunidades e ainda fez o nome do goleiro Julio César.

Esse resultado só comprova o que venho dizendo há tempos nesse humilde blog. O Corinthians será o campeão Brasileiro (dessa vez sem nenhuma mancha ou ato suspeito, como de costume) e o São Paulo ficará fora da Libertadores da América de 2011.

domingo, 7 de novembro de 2010

O "jogo-chave"

Logo mais, às 17h30, teremos o jogo entre São Paulo e Corinthians, no estádio do Morumbi.

O encontro dessas duas equipes, cujo carrega o apelido de "Majestoso", dado pelo jornalista Thomaz Mazzoni, tem extrema importância para ambas agremiações.

O Corinthians precisa da vitória para tentar assumir novamente o posto de primeiro colocado na tabela. O que seria fundamental para a arrancada ao título, já que o término da competição está próximo.

Já o São Paulo, sem as mesmas pretensões audaciosas, precisa vencer o rival e torcer por algumas combinações de resultados para tentar uma vaga na Libertadores de 2011.

O timão é o vice-líder com 57 pontos. O Tricolor ocupa a sétima colocação, com 50 pontos conquistados.

Socrates, na década de 80, em vitória sobre o SPFC
Mas, independente das distintas atuais situações das duas equipes, esse confronto impacta no que podemos dizer ser a partida de maior púlico do Estado de São Paulo, já que Corinthians e São Paulo detêm cerca de 50% de torcedores na capital. 

Além disso, podemos dizer também que esse duelo atualmente é o de maior rivalidade do futebol brasileiro. O São Paulo tomou o lugar do Palmeiras neste quesito. Talvez isso tenha acontecido pelo excesso de títulos conquistados pelo clube do Morumbi, principalmente as três Libertadores da América (92-93-2005) e os três Mundiais de Clubes (92-93-2005).

Se bem que essa rincha entre alvinegros e tricolores vêm de muitos anos. No que diz respeito a confronto direto, o Timão leva a melhor sobre o Tricolor. Em 304 partidas, foram 112 vitórias para o Corinthians, com 441 gols, contra 96 vitórias para o São Paulo, com 428 gols. O número de empates é de 96.

No momento, o Corinthians sustenta um tabu de três anos sem perder para o São Paulo. A última vitória tricolor foi em 11 de fevereiro de 2007, por 3 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, com gols de Lenílson, Rogério Ceni e Leandro. E o Wilson, descontando para o timão.

Raí, o maior ídolo do clube de todos os tempos
Entretanto, o São Paulo é o que tem o maior número de títulos conquistados no País. Possui 40 títulos considerados importantes, contra 35 do Corinthians, isso porque contamos o caneco da segunda divisão. Lembrando, inclusive, que o Timão possui 25 anos a mais que o tricolor. O que comprova a superioridade são-paulina.

Mas sem dúvida os tabus serão o menos importantes no embate de hoje à tarde. Tanto Corinthians quanto São Paulo vão a campo em busca de seus próprios interesse neste Brasileirão embolado.

O Corinthians, embora negue, leva certa vantagem sobre o São Paulo. Primeiro porque mantém uma regularidade desde o começo da competição. Segundo que deve atuar com força total, time completo. Já o São Paulo, resolveu acordar apenas com a chegada do novo treinador Paulo César Carpegiani e, para piorar, terá ausência de Carlinhos Paraíba, que tem sido peça fundamental no meio campo e na marcação pelo setor.

Mas o que já temos garantido, é um clássico de muitas emoções. Ronaldo e Dentinho serão os grandes nomes pelo lado alvinegro. No tricolor do Morumbi, o quarteto ofensivo deve revelar um destaque, além de Rogério Ceni, que adora jogar clássicos.

Não perca a crônica após o jogo. Até lá.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tmão a um ponto do líder

Acertei em partes.

A vitória do Corinthians sobre o Avaí estava mais do que prevista. E foi por 4 a 0, no Pacaembu. Um resultado absolutamente normal. Aliás, anormal seria um placar menor.

Com Ronaldo em campo e Dentinho voltando à equipe, o timão atropelou o adversário e encostou no líder. Chegou aos 57 pontos, apenas um a menos que o Fluminense.

Em Minas, a surpresa: Em noite inspirada de Lucas, o São Paulo bateu o Cruzeiro por 2 a 0 e reascendeu o sonho de uma vaga na Libertadores.

A maior surpresa nem foi o resultado em si, mas um fato isolado. Pela primeira vez nesse campeonato o São Paulo não foi prejudicado pelo trio de arbitragem. Mais do que isso. "Ganhou" um pênalti de brinde que até Rogério Ceni diz não ter acreditado.

Mas voltando ao assunto Libertadores, a classificação do Tricolor à competição Intercontinental não será nada fácil, já que a equipe do Morumbi não depende apenas dela.

O Botafogo, que briga diretamente pela vaga, ontem venceu o Atlético-GO por 3 a 2 e se manteve firme na quarta colocação, sustentando uma vantagem de 4 pontos sobre o Tricolor Paulista.

Já o líder Fluminense apenas empatou com o Inter, no Beira-Rio, deixando escapar a chance de abrir quatro pontos sobre o vice-líder.

Sendo assim, não há como apontar um favorito ao título, embora eu ainda ache que esse caneco vai para o Parque São Jorge. Aliás, se isso acontecer, será um dos poucos títulos importantes do Corinthians sem uma "mancha" vergonhosa.

Domingo o Coringão encara o Tricolor. Um jogo que promete.

Segue o campeonato...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dia de torcedor vibrar por rival

Hoje é dia em que a rivalidade fica de lado. Pelo menos por parte do Corinthians.

É que na verdade o Timão precisa desesperadamente, além de uma vitória sobre o Avaí, que na minha opinião é mais do que certa, torcer por um tropeço do Cruzeiro diante do São Paulo para tentar assumir a ponta da competição nessa reta final.

O Cruzeiro, embalado, não deve perder no confronto contra o Tricolor Paulista, hoje, em Minas Gerais, embora a equipe de Carpegiani mostra, a cada partida, que está viva na luta pela classificação à Libertadores do ano que vem. A única chance da equipe do Morumbi sair de Minas com os três pontos é se conseguir manter a toada das últimas partidas e consertar algumas falhas no setor defensivo.

Aliás, o técnico são-paulino tem sido bastante audacioso, tanto na escalação de sua equipe, no qual está postada com quatro atacantes, quanto nas declarações à imprensa.

Carpegiani disse que sua meta é alcançar o Corinthians, que hoje ocupa a terceira colocação, com 54 pontos. Mas, para isso, a vitória contra o Cruzeiro nesta noite é mais do que fundamental. Além disso, tem que secar o Timão no duelo desta rodada contra o Avaí e vencer o confronto direto contra os alvinegros no próximo domingo. Ainda assim ficaria um ponto atrás na tabela. Ou seja, missão quase impossível.

Logo cedo, nas ruas, escutei corintianos dizendo: "hoje sou são-paulino desde pequeno". Não aguentei e, mesmo sem conhecer os dois cidadãos, perguntei:
 - Mas e a rivalidade?
Um deles, antes de me deixar completar a pergunta, respondeu:
 - Hoje é dia que não vejo camisa adversária na frente. Eu quero mesmo é que o Timão vença esse Brasileirão.
E o seu colega retrucou:
 - Amanhã a rivalidade volta ao normal. Hoje é Tricolor na cabela.
Completando com uma risada sarcástica.

Enfim. É o Campeonato Brasileiro chegando ao seu final e levando todas as emoções para as últimas rodadas e fazendo torcedor torcer pelo seu rival. Isso é futebol. E é assim que gostamos...