domingo, 29 de maio de 2011

Se não fosse Lucas...

Foto: VIPCOMM - Jornal da Cidade
O São Paulo recebeu o Figueirense no Morumbi e, se não fosse o jovem salvador da pátria, Lucas, o Tricolor teria saído de campo com um amargo empate.

Dentro de campo, apesar do frio que castigou a capital nesta noite de sábado, o jogo esteve bastante quente. O adversário assustou apenas no primeiro tempo, num lance de bola parada que terminou numa bela defesa de Rogério Ceni. Fora isso, só deu São Paulo.

A equipe do Morumbi criou bastantes oportunidades, mas a bola não entrava. Fernandinho, Marlos, Dagoberto, Jean e Rhodolfo, sim, o zagueiro, pecaram na finalização.

A partida já estava nos acréscimos quando o menino Lucas, por sinal o destaque do jogo, acertou um belo chute no canto esquerdo do goleiro Wilson. Foi um gol que colocou, pelo menos temporariamente, o São Paulo na segunda colocação, com seis pontos ganhos.

Rivaldo teve uma oportunidade maior. Entrou a partir dos 20 minutos do segundo tempo e fez uma boa partida. Provavelmente passará a ser mais aproveitado pelo comandante.

Enfim, não foi a vitória que Carpegiani gostaria, claro, mas pelo menos o treinador poderá dormir um pouco mais tranquilo esta noite.

sábado, 28 de maio de 2011

O melhor time do mundo vence a Liga dos Campeões


Foto: Site GloboEsporte.com

Foi a tarde de sábado mais esperada do ano.

Os holofotes estiveram todos voltados a Wembley, na Inglaterra, para o duelo entre dois gigantes do futebol mundial.

O Barcelona, jogando um futebol mágico, bateu o Manchester United e conquistou o título da Liga dos Campeões da Europa. Um título que tem para os europeus o mesmo peso que a Taça da Libertadores para nós, sul-americanos.

Sinceramente, acreditava que o equilíbrio pudesse dominar a partida, mas a superioridade da equipe comandada pelo jovem técnico Guardiola predominou desde os minutos iniciais.

O Barcelona possui uma arma que é extremamente fundamental para o sucesso dentro das quatro linhas. O futebol é um esporte coletivo, no qual o desempenho de um depende da iniciativa do outro. E isso a equipe catalã esbanja em seus atletas. Não há individualismo. Nem mesmo o grande Lionel Messi, o melhor jogador do mundo, abusa nas jogadas individuais.

Mas se ele (Messi) resolve driblar um, dois, três, quatro, ou até mesmo cinco adversários, é porque sabe o que está fazendo. É uma craque. Um jogador diferenciado. Dificilmente suas belíssimas jogadas e seus dribles incríveis são em vão. Geralmente nascem de seus pés as chances mais claras de gol.

Hoje não foi diferente. Além de ter deixado sua marca na grande finalíssima, mostrou a todos que ainda merece o rótulo de número um do mundo.

Puyol, que entrou nos minutos finais, merece todo o respeito. Embora pouco tenha feito hoje, o verdadeiro capitão do Barça é um dos responsáveis pela identidade que esse grupo adquiriu durante toda a competição.

Como é bonito ver o Barça entrar em campo. Não tenho a menor dúvida de que é, atualmente, o melhor clube de futebol do mundo.

domingo, 15 de maio de 2011

Santos bate o Corinthians é bi Paulista

Foto: Site Oficial do Santos F. C.
Confesso que acreditava numa vitória do Corinthians diante do Santos nesta tarde de domingo. Não apenas pela importante ausência de Ganso na equipe do Peixe, mas principalmente pelo que o Timão apresentou no primeiro jogo do confronto, no Pacaembu, domingo passado. Errei.

A equipe praiana conseguiu fazer, na partida de hoje, apenas na primeira etapa, tudo aquilo que o clube do Parque São Jorge fez no primeiro jogo todo: dominar a partida, marcar no meio de campo e pressionar o adversário. A diferença, no entanto, é que o Santos conseguiu balançar a rede adversária, coisa que o Corinthians ficou apenas no "quase", no último domingo.

O gol saiu daquele que, na minha opinião, foi o melhor em campo, Arouca. Ele recebeu cruzamento de Zé Love e, batendo de primeira, abriu o placar para os donos da casa.

Já a "estrela Neymar" não brilhou, é verdade. Esperávamos mais do craque santista. Afinal de contas, é nele que o Brasil inteiro aposta suas fichas para a próxima Copa do Mundo, no Brasil, em 2014. Mas assim mesmo os "meninos da vila" mostraram um futebol organizado e determinado, com um ataque rápido, um meio de campo brigador e uma defesa pra lá de sólida. São as mãos de Muricy, não há dúvidas.

A segunda etapa foi diferente. O Corinthians equilibrou a partida e, em alguns momentos, passou a comandar o espetáculo, enquanto o Santos, cochilando, apenas assistia. Não fosse a dupla Durval e Edu Dracena - os dois jogaram feito dois guerreiros - , o Timão poderia ter chegado ao empate, o que mudaria completamente o panorama do duelo.

Precisou alguns gritos de Muricy para o Santos perceber que nada estava definido. E eles surtiram efeito. Neymar recebeu na esquerda e chutou cruzado. O goleiro Júlio César, que na partida contra o Palmeiras foi chamado de "Santo" ao defender o pênalti que classificou o timão à final, acabou engolindo um frango incrível. O Santos chegava ao seu segundo gol na partida. O gol do título.

O Corinthians, por sua vez, não desistiu. Continuou valente, em busca de levar a partida pelo menos ao pênaltis, como fez nas semifinal, contra o Verdão. Não deu tempo.

O Santos é o novo campeão Paulista. Merecidamente, por sinal. Áliás, bi campeão, já que venceu a competição no ano anterior.

Parabéns, Santos Futebol Clube. Sua vitória é o reconhecimento de um trabalho bem feito por parte dessa nova diretoria que tem como presidente o Sr. Luiz Álvaro. Ele é o principal responsável por montar um elenco competitivo, forte, enfim. É o responsável também por manter Neymar e Ganso, os craques do momento, atuando no Brasil.

Obviamente será impossível segurá-los por muito tempo, mas só o fato de ter lutado para tê-los aqui por mais uma temporada já prova o quanto esse presidente merece nosso respeito.

Viva o futebol arte, sempre...

46 anos de Raí: um exemplo dentro e fora de campo

Tudo começou em 1992, quando eu tinha apenas 9 anos de idade. O clima era de Copa do Mundo. A cidade de São Paulo se mobilizava para o grande jogo entre o melhor das Américas contra o melhor da Europa. Não se falava em outra coisa a não ser o duelo entre São Paulo e Barcelona.

Os rojões estouravam a cada, no máximo, 1 minuto. O coração vinha pela boca e um frio na barriga comandava um sentimento de medo e expectativa. Sim, era a primeira vez que eu tinha a oportunidade de ver um clube de futebol prestes a se tornar o campeão do mundo. Para maior o orgulho, esse clube poderia ser o que eu torço.

O São Paulo, dentro de campo, mostrou a jeito Telê Santana de ser. Fez um futebol bonito, com classe, de toque de bola refinado, honesto, sem violência, enfim, encantou a todos. Derrotou o Barça e se tornou campeão do Mundo.Orgulho para o Brasil. Dentro de campo, havia um maestro, um cara que fez seu nome no mundo pela simplicidade misturada ao talento. Esse cara é Raí Vieira de Oliveira.

Raí nasceu em Ribeirão Preto, no dia 15/5/1965, e chegou ao Tricolor Paulista ainda garoto, em 1985. Mas foi no início da década de 90 que começou a brilhar com a camisa das três cores. Ganhou diversos títulos pelo clube do Morumbi, entre eles o Campeonato Brasileiro de 1991, Libertadores de 1992 e 1993 e o Mundial de Clubes de 1992 (conforme citado acima).

Líder sem esforço algum, Raí se tornou um dos principais ídolos do clube. Hoje, dia 15/05/2011. o ex-craque são-paulino completa seus 46 anos de vida. E é por esse motivo que venho a cumprimentá-lo e homenageá-lo por tudo que fez, e ainda faz, de bom ao nosso futebol.

Parabéns, Raí, craque dentro e fora das quatro linhas. Você é um exemplo de bom caráter.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"♫ Que bonito é... ♪"


Foto: In.com

Ele apanha, é perseguido, caçado, é o alvo certo dos adversários. Tudo isso porque ele é rápido, inteligente, habilidoso, craque, gênio. Sim, estou falando de Neymar, meus amigos.

O Santos foi à Colômbia enfrentar a equipe do Once Caldas, pela Taça Libertadores da América, e saiu de lá com a vitória por 1 a 0. Mas, independente do bom resultado fora de casa, o que realmente valeu na partida de ontem foi assistir ao show do "Menino da Vila".

Os passes, a jogadas geniais, os dribles desconcertantes, o passe para Alan Patrick marcar o gol da vitória, enfim, tudo serviu para, de certa forma, calar a bola daqueles que o ironizaram antes do apito inicial. 

Foi, também, uma resposta ao jornal colombiano "Q'Ubo" que, nesta quarta-feira, estampou a manchete "Once pergunta: Ney quem?". Pois é, Neymar é esse que vocês viram ontem. O cara que desequilibra, que não tem jogo perdido, que não tem medo de adversário algum - embora haja uma insignificante parcela de torcedores que pensem o contrário. "Que bonito é ver esse moleque jogar".

O menino até poderia ter deixado o campo com um sorriso no rosto, afinal foi o homem da partida, mas no último minuto levou uma pancada maldosa do zagueiro do Once Caldas e foi para o vestiário carregado, chorando.

Sorte que nada grave aconteceu. Para o bem de do futebol, Neymar deve enfrentar o Corinthians no próximo domingo, pelo campeonato brasileiro, e, sem nenhuma dúvida, estará em campo na próxima quarta, contra o próprio Once Caldas.

Como já disse por aqui algumas vezes, Neymar, Lucas (São Paulo), Ganso, dentre outras figuras da base que surgiram nos dois últimos anos, são a prova de que o futebol brasileiro está retomando suas origens. Teremos, num futuro muito próximo, o resgate total do futebol arte. Graças a Deus, porque eu não aguentava mais...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A semana da "zebra"

Se as derrtoras de Fluminense, Internacional, Grêmio e Cruzeiro que causaram suas eliminações na Taça Libertadores da América, além da vitória magra (1 a 0 ) do São Paulo sobre o fraquíssimo e desfalcado Avaí, foram pra lá de surpreendente, o que dizer dos jogos de ontem que completaram a rodada esportiva desse semana?

O Palmeiras, na volta do "São Marcos", tomou uma surra incrível do Coritiba no estádio Couto Pereira. Perdeu por 6 a 0 e se complicou na Copa do Brasil. Sim, meus amigos, eu disse 6 a 0. Por sinal, já nem lembro qual foi a última vez que vi um clube "grande" perder por um placar tão elástico como esse.

Não bastasse a derrota alviverde, o Flamengo, jogando no Engenhão e com a equipe completa, perdeu para o Ceará por 2 a 1. Agora Luxa terá de se preparar para aguentar a pressão lá no Ceará. Jogo duro.

Mas o que  será que anda acontecendo com o nosso futebol? Perdeu a lógica ou apenas a zebrinha resolveu aparecer com força total? 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

São Paulo vence na Copa do Brasil. Na Libertadores, quatro brasileiros são eliminados

Tivemos uma quarta-feira recheada de jogos importantes e resultados surpreendentes, tanto na Copa do Brasil quanto na Taça Libertadores da América. Farei um breve comentário sobre todos, a começar pelo jogo do São Paulo, no qual estive presente no estádio do Morumbi para acompanhar ao vivo.

Foto: Wagner Carmo/Vipcomm / GloboEsporte.com
O Tricolor Paulista venceu o Avaí por um magro 1 a 0, com gol contra do zagueiro Revson, e deixou a torcida irritada. A quantidade de gols perdidos, ainda no primeiro tempo, mostrou o quanto o São Paulo carece de um atacante matador, alguém que chame a responsabilidade. Quem sabe o Luis Fabiano mude isso. O problema é ele estrear. Parece que ainda vai demorar mais 20 dias. Enfim, isso é outra história. Mas vamos por parte, seguindo a ordem cronológica.

Debaixo da trave, o goleiro Rogério Ceni não precisou suar muito a sua camisa. Os adversários, com todo respeito que merecem, são fraquíssimos e não levaram perigo ao arqueiro são-paulino.

Já a zaga da equipe comandada por Paulo César Carpegiani ficou vulnerável demais com a ausência de Rhodolfo. Miranda está cada vez mais displicente. Faz corpo mole em determinados lances como se estivesse debochando do adversário e do próprio clube que paga seu salário. Sinto que ele não tem mais vontade de atuar no Brasil. Está contando os dias para embarcar para o seu novo clube (Atlético de Madri). Já Xandão, que por sinal está com a dura missão de substituir Rhodolfo, é um garoto sem experiência e ser titular tem queimado seu filme com a torcida. Ele não está correspondendo à altura de um clube grande. Na partida de ontem, Xandão abusou em falhar. Poderia ter comprometido ainda mais uma partida que teoricamente estava nas mãos do São Paulo. O único que se pode confiar, pelo menos por enquanto, é Alex Silva, que ainda demonstra um pouco de raça.

Quem também irritou o torcedor foi o menino Jean. Ele desperdiçou chances inacreditáveis de gol. Gols que fariam a diferença e dariam tranquilidade para o jogo de volta. É verdade que em determinados momentos o goleiro do Avaí mereceu aplausos. Somente no primeiro tempo foram 2 chutes de Jean, 2 de Dagoberto e um cabeceio de Alex Silva. Das cinco bolas que foram para o gol, quatro foram muito bem defendidas pelo arqueiro.

Não estava ruim. Faltava mesmo melhorar a pontaria. Mas a torcida estava insatisfeita e assim pediu pela entrada de Rivaldo, mas Carpegiani preferiu fingir não estar ouvindo os mais de 20 mil torcedores presentes. Ficou a expectativa de que alguma mudança acontecesse ainda no vestiário, antes do retorno ao campo, para iniciar a segunda etapa com outra postura. Não aconteceu.

O São Paulo retornou com os mesmo 11 que iniciaram o jogo, porém mais cansado e menos criativo. Sem Lucas, o São Paulo perde na criação. As bolas não chegam ao ataque. Rivaldo, que tem uma qualidade indiscutível no passe de bola, só entrou depois dos vinte minutos da etapa complementar, no lugar de Marlos. Bastou o veterano entrar em campo para dar outra cara ao jogo. Cada dez bolas alçadas, nove são perfeitas, deixando o atacante na cara do gol.

Oras, mas se Rivaldo tem essa qualidade nos pés, e quando ele entra o São Paulo chega com mais perigo ao gol adversário, por que Paulo César Carpegiani insiste em deixá-lo de fora? O que está acontecendo nos bastidores que não sabemos? Há algum tipo de desentendimento entre os dois? Enfim, alguma coisa deve estar acontecendo. Não é possível que só o técnico não enxerga as tais mudanças de postura citadas. Burro Carpegiani não é, tenho certeza que não.

Também não consigo entender como Marlos é titular absoluto (enquanto Fernandinho está machucado). Ele não consegue concluir uma jogada com toques rápidos e de primeira. Toda bola que recebe é prendida até o último minuto. É um dos jogadores mais fominhas que já vi atuar com a camisa tricolor. Ele ainda não entendeu que o futebol é coletivo. O dia que aprender a pensar no grupo, será um bom jogador. Porque habilidoso ele é, pena que agi como asno.

Quem mais uma vez merece todo respeito é Carlinhos Paraíba. Está provando a cada jogo que é um excelente volante. Além de ter uma marcação que chega a ser implacável sobre o adversário, Carlinhos tem habilidade e sabe sair jogando. Às vezes é dos pés deles que iniciam boas jogadas do time.

Agora o São Paulo tem a difícil missão de encarar o Avaí na casa deles, na próxima quinta. E se Carpegiani não voltar a ser aquele que iniciou seus trabalhos no clube, com coragem, com audácia, o Tricolor dará outro vexame, deixando escapar mais uma chance de continuar brigando por um título - e esse é inédito. Sem contar que seu cargo estará ameaçado.


LIBERTADORES

Imagem: http://www.byguedex.com.br/
Quem diria que quatro dos cinco clubes que representam o Brasil na Taça Libertadores da América deixariam a competição continetal na mesma rodada?

Pois é, Grêmio, Internacional, Fluminense e Cruzeiro foram eliminados nas oitavas de final. Apenas o Santos permanece no campeonato.

O Grêmio foi ao Chile enfrentar o Universidad Católica, no estádio San Carlos de Apoquinho, e mesmo depois de lutar bravamente, já que atuou sem sete titulares, perdeu por 1 a 0 e deu adeus ao sonho de conquistar o tricampeonato da competição.

Talvez o que tenha servido como consolo para os tricolores é que o arqui-rival Internacional também foi surpreendido, porém dentro de casa. Jogando no Beira-Rio, o Colorado abriu o placar logo no primeiro minuto de bola rolando. Na segunda etapa, também no comecinho, o Peñarol virou o jogo fazendo dois gols em cinco minutos e decretando a classificação para a próxima fase.

Já o Fluminense, que na primeira partida venceu o Libertad por 3 a 1, foi a Assunção e tomou um chocolate dos paraguaios. Perdeu por 3 a 0 e foi desclassificado. Isso porque os cariocas entraram em campo dispostos a se fechar num esquema defensivo para tentar garantir a vaga. O que, de fato, não seria errado, até pelo resultado adquirido em casa. Porém o Flu errou muitos passes e se perdeu inclusive na marcação. Aliás, o que faltou foi raça. A apatia dominou os jogadores e jogou fora o sonho do título inédito.

Agora, surpreendente mesmo foi o desfecho da partida entre Cruzeiro e Once Caldas. A raposa jogou em casa, diante de sua torcida, mas não aguentou o tranco colombiano e acabou perdendo por 2 a 0. Confesso que jamais esperava um resultado como esses. Primeiro porque o Cruzeiro jogou em casa. Segundo porque, na minha opinião, a equipe mineira é uma das mais bem entrosadas do Brasil. É o time que eu considerava um dos favoritos ao título. Me enganei. Aliás, todos se enganaram.

Agora a esperança cai sobre o Santos, que passou a ser o único clube a representar o nosso País na competição continental. Porém não creio que o Santos seja o campeão. Veremos...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sobre o clássico Palmeiras e Corinthians...

É extremamente perfeita a análise de Juca Kfouri em seu blog a respeito do clássico de ontem no qual o Corinthians bateu o Palmeiras garantindo vaga na final do Campeonato Paulista. Além de um texto bem escrito e explicativo, Juca mostra imparcialidade, principalmente por assumir, embora não esconda seu coração corintiano, que o Palmeiras não merecia perder no duelo. Tomei a liberdade de reproduzir o texto.

Veja abaixo:

Corinthians e Santos na decisão

Juca Kfouri

O Palmeiras jogava melhor que o Corinthians, criava as únicas chances de gol e tinha Valdivia regendo o jogo.

Mas um Palmeiras muito ansioso, quase descontrolado, tanto que Kléber nem bem o jogo começara já tinha dado um empurrão sem sentido em Leandro Cástan, para levar o cartão amarelo.

Aos 21, Valdivia chutou o vácuo e estirou o músculo, sendo substituído pelo zagueiro Leandro Amaro porque, em seguida, Danilo deu um carrinho criminoso em Liedson e foi corretamente expulso, no que foi acompanhado logo depois por Felipão.

Tite e Felipão, aliás, bateram boca feio, numa cena deprimente.

Se não bastasse, Cicinho também se machucou e foi trocado por João Vítor.

Resultado: o jogo ficou a feitio do Corinthians cuja torcida ocupava apenas 5% do Pacaembu, com 35 mil torcedores, ensopado por um vendaval que caiu sobre São Paulo.

Mas, mesmo com um a mais, o alvinegro não jogava bem.

O Palmeiras voltou para o segundo tempo para buscar a decisão na marca da cal e especular em contra-ataques ou numa bola parada, como a que Júlio César evitou logo de cara, em cobrança de falta por Marcos Assunção, no ângulo.

E, numa sucessão de escanteios, Marcos Assunção pôs na cabeça de Leandro Amaro para fazer 1 a 0, aos 8.

Diga-se, pelo que tinha havido de futebol, era justo, justíssimo.

Logo Tite tirou Alessandro e Dentinho, que não jogou nada e não gostou nada de sair, para botar Ramires e William.

E, por incrível que pareça, mesmo vencendo e com um a menos, o Palmeiras pressionava mais o Corinthians do que o Corinthians pressionava o Palmeiras.

O Palmeiras, na verdade, cozinhava o Corinthians em fogo brando.

Mas Jorge Henrique bateu escanteio bobamente cedido por João Vítor e William, para sorte de Tite e azar de Dentinho, empatou de cabeça, aos 19, em falha de Deola.

Só que o Palmeiras é que parecia estar com um a mais e Júlio César teve que salvar o que seria o segundo gol, de Luan.

A apatia corintiana era a cara de Tite.

Aos 28, Patrick entrou no lugar de Tinga, prova de que o Palmeiras já tinha desistido dos pênaltis e queria, porque podia, ganhar no tempo regular.

São Marcos, que seria eventualmente usado caso viessem os pênaltis, já não poderia mais entrar.

Morais entrou no Corinthians, no lugar de Bruno César, machucado no ombro.

Aos 38, em nova falta, Marcos Assunção triscou o travessão corintiano.

A alma palmeirense falava mais alto e merecia vencer.

E pênalti é loteria ou prova de maturidade?

Kléber, que perdeu três pênaltis seguidos contra o Santo André, fez 1 a o para o Verdão.

Chicão empatou.

Marcos Assunção fez 2 a 1.

William empatou.

Márcio Araújo fez 3 a 2.

Fábio Santos empatou.

Luan fez 4 a 3.

Leandro Cástan empatou.

Thiago Heleno fez 5 a 4.

Morais empatou.

Times maduros, hein?
Dez cobranças quase perfeitas, porque a de Luan resvalou no travessão.

E começaram as cobranças alternadas.

João Vítor bateu e Júlio César pegou.

Ramires pôs o Corinthians na final contra o Santos.

O Palmeiras não merecia perder.

domingo, 1 de maio de 2011

17 anos sem o grande Ayrton Senna

Há 365 dias, ou seja, um ano atrás, escrevi um pequeno texto para falar de um personagem marcante do automobilismo. Resolvi resgatar esse texto e reproduzí-lo aqui para vocês:


Não é de costume do blog, mas hoje vou abrir espaço no “Papo de Bola” para falar sobre uma verdadeira “Lenda” do esporte mundial, mas que não fez parte do mundo da bola. Aqui, no PB, abordamos, discutimos e comentamos assuntos relacionados ao futebol, mas certas figuras de outros esportes, presentes ou não no nosso meio, merecem total respeito. Assim será com Ayrton Senna da Silva.

Quando criança, nos meus três ou quatro anos de idade, minha mãe me levava para a escolinha acompanhada de uma amiga vizinha, que também levava sua filha a essa escolinha. A tal amiga tinha como costume dizer "seu filho é a cara do piloto Ayrton Senna”. De tanto escutar a tal vizinha, comecei a assistir as corridas e virei um fã mirim de Senna.

No dia 1 de maio de 1994, um domingo, acordei cedo e fui ao parque do Ibirapuera jogar bola, Cheguei em casa por volta do meio dia. Almocei e sentei para ver a corrida. À época, tinha apenas 12 anos de idade, mas pude perceber que as coisas não estavam boas. A imagem de Senna preocupado com a corrida, pois no dia anterior, em treino oficial, um piloto havia falecido naquela mesma pista, parecia querer nos dizer algo. Aliás, o que passou na cabeça dele naquele momento? Um mistério que jamais será desvendado.

Essa seria sua última corrida. Senna veio a falecer, ainda na pista, depois de um acidente que até hoje não sabemos as verdadeiras causas. Um acidente que, de certa forma, diretores e organizadores do evento preferiram abafar, esfriar, ou seja, esconder de todos os culpados por tirarem a vida do mito.

Lembro-me que nessa mesma data era dia de clássico no estádio do Morumbi. Palmeiras e São Paulo se enfrentaram, mas antes de começar a rivalidade dentro das quatro linhas, as duas torcidas se uniram e juntas cantaram por alguns minutos uma música que fez escorrer dos olhos de todos as mais verdadeiras lágrimas de tristeza: “Olê, Olê Olê Oláááá... Senna, Senna”. Jamais esquecerei essa imagem emocionante das torcidas rivais.

Se no futebol há uma “lenda” viva chamada Pelé, no automobilismo existiu uma chamada Ayrton Senna, que viverá eternamente nos corações de quem o viu correr. Hoje se completam 17 anos sem um dos maiores ídolos que o mundo já teve.

Como dizem por aí: Acelera Ayrtonnnnnnnnnnnnnnnnn

Corinthians e Palmeiras brigam por vaga na final

Por Breno Benedito

No dia em que se completam 16 anos da morte de Ayrton Senna e também o Dia do Trabalhador, Corinthians e Palmeiras entram em campo para mais uma decisão: disputarão acirradamente a outra vaga para a grande final do Campeonato Paulista de 2011. A Partida será no Pacaembu, às 16h, sob o comando do árbitro Paulo Cesár de Oliveira que, durante a semana toda, foi alvo de críticas por parte de ambas as equipes.

Em toda a história foram 336 jogos: 125 vitórias para o Palmeiras, 113 empates e 117 triunfos corintianos. Decisões e emoções não faltam para este clássico. Quem não se lembra de 1874, quando o Palmeiras deixou mais uma vez o Corinthians na fila? Ou em 1993, quando o verdão quebrou um jejum de 16 anos contra o seu maior rival? Mas também houve o tento do Corinthians em 1995, quando sagrou-se campeão Paulista com o gol de Eliventon, na prorrogação. Polêmica mesmo houve em 1999, que ficou conhecida pelas provocativas embaixadinhas do capetinha Edilson, por sinal foi a última vez que decidiram uma final. Já em 2003, deu Corinthians quando as duas equipes lutavam por uma vaga na final.

Pela equipe palmeirense, Kleber (o Gladiador, como é chamado), espera o time melhor do que no último confronto, quando os corintianos levaram a melhor, e quer que o time não cometa os mesmos erros daquela partida. “Acho que naquele jogo nós fomos muito bem, criamos e tivemos mais volume de jogo, mas, em poucos erros, perdemos o jogo nos detalhes. Isso não pode se repetir. Em clássico, é preciso ficar 90 minutos atento e não pode dar oportunidade para o adversário crescer”, declarou o atacante.

O treinador Luiz Felipe Scolari ainda tem duvidas para escalar o time que entra amanhã à tarde, Cicinho e Thiago Heleno são as duvidas do técnico palmeirense. O lateral é o que está mais perto de jogar. Segundo ele, “comecei a treinar com bola apenas esses dias. É claro que vontade não me falta, qualquer jogador sonha em participar de uma partida dessa importância, mas vamos aguardar”.

O Corinthians terá a presença de Dentinho para o clássico. No domingo passado, saiu de campo passando mal. Durante a semana se recuperou, mas não está em plenas condições, porém o jogador quer entrar e ajudar seus companheiros. “Sabemos que clássico é preciso de muito trabalho. Tem de ser na raça e na vontade mesmo. É um jogo pegado, nossa torcida cobra bastante. Se tiver que dar carrinho, tem que dar. Sobre o que senti, estou apto para ajudar a equipe”, afirmou o atacante.

O atacante Liédson chegou ao clube em meio ao campeonato e substituiu prontamente Ronaldo “Fenômeno”. Com 11 gols é o artilheiro da competição e ele sabe da importância de balançar as redes, mas divide isso com todos os jogadores. “A responsabilidade é de todos. Claro que cada um na sua função, no seu lado do campo. Independentemente de quem decida, o importante é que o gol apareça. A responsabilidade não é só minha”, finalizou o atacante.




Ficha Técnica

Palmeiras: Deola, Cicinho, Thiago Heleno, Danilo e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Tinga e Valdivia; Luan e Kleber.

Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Corinthians: Julio Cesar; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Bruno César; Jorge Henrique, Dentinho e Liedson.

Técnico: Tite.

Data: 1º de maio às 16h.

Estádio: Paulo Machado de Carvalho, Pacaembu, em São Paulo;

Arbitro: Paulo Cesar de Oliveira;

Carpegiani perde duelo para Muricy e Santos é finalista do Paulistão

Foto: Globoesporte.com
Para se vencer um clássico é necessário algo além de dedicação e seriedade. É preciso manter a concentração e tentar não errar. Aquele que erra menos e aproveita com eficiência as oportunidades sagra-se vitorioso.

Na partida de ontem à tarde, o Santos venceu o São Paulo por 2 a 0 atuando dentro dessa linha que citei acima. Errou menos que o Tricolor e aproveitou as poucas oportunidades que teve. Enfim, foi mais objetivo e mereceu a classificação para a final do Campeonato Paulista de 2011.


O São Paulo entrou em campo com três consideráveis desfalques .O primeiro foi o xerife da zaga, o grande Rhodolfo, que sentiu a panturrilha na partida contra o Goiás, pela Copa do Brasil. O segundo, foi o atacante Fernandinho que já está longo período afastado por lesão. Já o terceiro, e esse considero o mais importante, foi Lucas, o craque da equipe e que ainda não se recuperou de uma forte contusão.

Por outro lado, o Santos entrou em campo com força máxima, completinho. E isso, senhores, também fez a diferença. 


Para o lugar de Fernandinho, Marlos, que tem um péssimo hábito de achar que é craque, tem sido o substituto no ataque. Obviamente Fernandinho não é nehum "monstro", mas Marlos dentro de campo causa nervosismo a qualquer telespectador. Substituindo Lucas, Ilsinho tem feito bom trabalho, mas longe, muito longe de chegar aos pés do menino camisa 7. E na zaga, o inexperiente Xandão atuou ao lado de Miranda e Alex Silva. Uma pena. Rhodolfo é, no mínimo, 10 vezes melhor, mais completo e frio, sem medo de enfrentar seja lá o clube que for.

E acho que foi começando pela escalação que o São Paulo perdeu o jogo. Carpegiane foi brilhante durante a competição inteira, mas cometeu um deslize justamente quando não poderia. Montou, para o duelo de ontem, um time com três zagueiros sabendo que um deles não aguentaria a bronca. Esse foi o primeiro ato equivocado.


No primeiro tempo o domínio foi absolutamente são-paulino. Dagoberto, Ilsinho e Jean tiveram chances incríveis, quase inacreditáveis, de abrir o placar. Falharam. E como eu disse no começo do texto, aquele que erra menos e aproveita as oportunidades sagra-se o vitorioso.

No intervalo do jogo, a dura de Muricy surtiu efeito. Por sinal, ele postou a equipe na defensiva sabendo que o São Paulo avançaria ao ataque e, acreditando no potencial de seus homens de frente, chegaria ao primeiro gol. Foi assim que o Santos marcou o primeiro com Elano.

Se por um lado o técnico santista acertou sua equipe, do outro Carpegiane cometia uma sequência de erros. Primeiro tirou Casemiro para a entrada de Fernandão. O atacante estava parado desde fevereiro. Não tinha a menor condição de atuar numa semifinal de campeonato diante de uma situação como essa, um clássico contra a equipe mais forte da competição. Depois, aos quase 30 minutos da etapa final, sacou Marlos para a entrada de Rivaldo, que, ao meu ver, deveria estar em campo desde o começo do segundo tempo, atuando como um meia-armador. E, por último, trocou Ilsinho por Wilian José. Esse sim deveria ter entrado antes, junto com o jovem Henrique.

Enfim, Paulo César Carpegiani errou do começo ao fim da partida. E é por esse motivo que o Santos mereceu sair de campo classificado. 

Ao São Paulo resta agora o tentar esquecer o fiasco na competição estadual e focar todas as suas forças na Copa do Brasil, cujo passou a ser obrigação à equipe do Morumbi.