quinta-feira, 26 de março de 2015

São Paulo: Há muita coisa errada nesse time

Bastou o apito final na Arena Allianz (estádio do Palmeiras) para a revolta tomar conta do ambiente do São Paulo.

Assim como o torcedor sãopaulino, o vice-presidente de futebol do Tricolor, Ataíde Gil Guerreiro, demonstrou toda sua insatisfação com o desemplenho da equipe apresentado nessa trágica quarta-feira.

Disse que "tem alguma coisa errada" e que ele vai descobrir o que é. Falou também que "não pode um time como esse jogar dessa forma e perder como perdeu"

Oras, Sr. Ataíde, que há alguma coisa errada está mais do que evidente. A começar pela falta de entendimento entre a diretoria e o técnico Muricy Ramalho.

Não é de hoje que sabemos que existe uma divergência interna no que diz respeito à permanência de Muricy no cargo.

Isso é claro.

Mas ruim mesmo está dentro de campo.

Enquanto Rogério Ceni segue insistindo em prorrogar sua aposentadoria, o que na mina opinião já deveria ter acontecido há pelo menos dois anos, o time mostra grandes sinais de fragilidade em todos os setores.

A "começar pelo começo" (sim, com redundância).

O sistema defensivo do São Paulo é muito fraco. Explico:

Não é de hoje que o Rafael Tolói mostra imaturidade e nervosismo. Já provou em outras situações que quando tem de mostrar liderança e assumir a responsabilidade, se esconde ou faz alguma besteira.

Ontem foi expulso logo após o São Paulo sofrer o primeiro gol, no erro grotesco do "Mito". Ou seja, piorou ainda mais a situação da equipe na partida.

Já Lucão, coitado, é um garoto que sozinho não segura a bronca. Precisa de um xerife do lado passando as cordenadas. Tem muito ainda o que apreder.

No banco de reservas também não há opções.

Rodrigo Caio pode ser uma alternativa, mas o garoto acaba de retornar de lesão e ontem não estava nem no banco porque servia à seleção Brasileira olímpica. O único que sobra é o péssimo Paulo Miranda, que, com todo respeito, não joga no meu time de bairro da Aclimação.

Para tentar solucionar esse "buraco", o Presidente Miguel Aidar acertou o empréstimo do zagueiro Dórea, no início da temporada. No entanto, o jogador mais fica no departamento médico do que dentro de campo.

Nas poucas vezes em que atuou, Dórea apresentou um futebol muito abaixo do que o esperado e não convenceu o torcer.

O clube também acertou o retorno de Breno, que estava preso na Alemanha por colocar fogo em sua própria casa. Tecnicamente Breno é muito bom, mas ainda está recuperando a forma física para voltar a atuar.

Se conseguir se recuperar psicologimanete, talvez seja uma luz no fim do túnel.

Nas laterais, outro grande problema.

Tanto Bruno (na direita) quanto Carlinhos (na esquerda) não têm poder de marcação. Além disso, ficou claro que ambos sofrem quando o assunto é subir para apoiar o ataque, ou até mesmo cruzar uma bola para o companheiro.

Sem criatividade, os dois são obrigados a recuar as jogadas, forçando o time a pensar em outras alternativas para avançar à área adversária.

Foram péssimas contratações.

Ainda tento entender como o São Paulo deixou escapar o Álvaro Pereira, que para mim era um grande jogador e que não se omitia em campo.

No setor de meio de campo talvez esteja o maior problema.

A dupla de volantes Souza e Denilson, que deveriam firmar a marcação e, ao mesmo tempo, sair para o jogo, dando opções para os meias, parece bater cabeça e exagerar nas faltas duras, o que muitas vezes prejudica a equipe.

No caso de ontem, Hudson substituiu Souza que, sabe-se lá como como, foi convocado pelo técnico Dunga para a integrar à Seleção Brasileira.

O garoto até que não foi dos piores em campo, mas deixou alguns buracos que deram espaço para o toque de bola rápido do Palmeiras.

Denilson, que foi capitão do Tricolor na partida de ontem, se mostrou perdido na marcação. Corria por todos os cantos feito uma barata tonta.

Um pouco mais à frente está Ganso e Michel Bastos, que teoricamente deveriam ser os responsáveis por fazer a bola chegar aos atacantes.

Michel até que tem feito um bom trabalho. É um jogador rápido, inteligente, com um bom chute e que tem mostrado muita vontade de vencer.

É, na opinião de muitos, talvez da maioria, o melhor jogador do São Paulo nessa temporada.

É verdade que ontem não fez uma boa partida. Mas a torcida o poupou das críticas pelo que tem apresentado nos últimos jogos.

Já o Ganso. Meu Deus!

Sua lentidão é de dar desespero.

Mais uma vez esteve apagado em campo, se escondendo do jogo. Parecia que nem estava dentro das quatro linhas. E isso tem acontecido em todos os jogos.

Na última quarta-feira, contra o San Lorenzo, no Morumbi, em partida válida pela fase de grupos da Taça Libertadores da América, o meia foi muito vaidado pela torcida enquanto era substituído.

Eu me pergunto: Como pode um jogador que possui tanta habilidade e inteligência ser tão desprendido de comprometimento e vontade?

Não é à toa que a diretoria já estuda a possibilidade de negociá-lo com o primeiro clube que se interessar por ele.

No setor ofensivo, alguns problemas.

Talvez por conta do nome que construiu no clube, Luis Fabiano tem sua cadeira cativa garantida, embora o técnico Muricy diz constantemente que no time dele joga aquele que estiver melhor.

"Sei não"... Não é o que temos visto.

O camisa 9 é o que chamamos na várzea de "cone". Ou seja, aquele jogador parado, que mal se movimenta, que espera por uma bola muito bem colocada para apenas chutar ao gol.

E nos dias de hoje, meu caro, se o atacante não buscar o jogo, não fará gol. A não ser contra times pequenos como esses que se vê no Campeonato Paulista.

Ontem o "fabuloso" não jogou porque sentiu dores na coxa durante a semana, e deu chance para Alan Kardec voltar ao time titular.

Por falar em Kardec, esse jogador tem o mesmo perfil de Luis Fabiano.

É um atacante mais lento (talvez não tanto quanto L.F), e que atua dentro da área, dificilmente voltando para buscar jogo.

Com a expulsão de Tolói, Kardec ficou praticamente isolado no ataque, já que Pato foi substituído por Edson Silva para recompor o setor defensivo.

Resultado: um desastre. O São Paulo sequer chutou a gol.

Por falar em Pato, creio que ele ainda seja a melhor opção na frente, até por conta da velocidade que impoe sobre o adversário.

Obviamente está longe de ser um Serginho Chulapa, um Careca, um Muller, um Palhinha, um França. Mas, dentro das opções que o clube oferece, talvez seja a melhor aposta a se fazer.

Acho até que ontem poderia ser um jogo interessante para ele, mas acabou pagando pelo erro grotesco de seu colega Rafael Tolói.

Ainda tem o argentino Centurión, que até me parece muito habilidoso, mas ao mesmo tempo um pouco afobado. Na maioria das vezes, recebe a bola, abaixa a cabeça e corre feito maluco, meio sem direção certa. Um "vaca louca".

Resumindo, há muita coisa errada, Sr. Ataíde. Há muito o que trabalhar nesse clube.

E se não correr para se preparar para o Brasileirão, correrá sérios riscos de reaixamento na competição nacional.

Preste atenção, São Paulo.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Choque-Rei que não causa arrepios

Tempos bons do futebol brasileiro eram aqueles em que um clássico entre Palmeiras e São Paulo causava frio na barriga e deixava o torcedor apreensivo, na expectativa, empolgado...
 
Passei muitas situações assim, pensando o dia todo como seria o jogo, de que forma os treinadores escalariam as equipes, quem poderia decidir a partida, etc...
 
Tive o enorme prazer de assistir a grandes confrontos do chamado "Choque-Rei", clássico entre São Paulo e Palmeiras que ganhou o apelido do jornalista Tomas Mazzoni,  a alma do jornal “A Gazeta Esportiva”, como bem disse Juca Kfouri em seu blog.
 
Que pena que as coisas mudaram. Na verdade, tudo mudou. O futebol brasileiro mudou. Mas mudou para pior.
 
Que saudades dos anos 1990. Que saudades de Zetti, Muller, Raí e Palinha pelo São Paulo e Zinho, Evair e Edmundo pelo Palmeiras, jogadores que faziam do jogo um espetáculo. Quem viu, viu!
 
Atualmente essas duas grandes equipes não tiram mais o nosso fôlego quando estão em campo.
Não há um só jogador diferenciado que chame a responsabilidade e que garanta a emoção da partida.
 
Se de um lado temos um Palmeiras se reerguendo, se arrumando e tentando mudar a terrível imagem de "clube desesperado" que construiu durante os últimos anos, onde chegou a brigar para não ser rebaixado para a segunda divisão da competição nacional, do outro vemos um São Paulo sem brilho, sem garra e que parece carregar uma cruz enorme diante de seus rivais.
 
As duas equipes se enfrentam hoje, às 21h45, no Arena Palesta.
 
O Verdão já está classificado para a próxima fase do Paulistinha. O Tricolor, muito próximo disso.
 
Mas tanto um quanto o outro ainda não venceram um clássico neste anos de 2015.
 
Não adianta jogadores e comissões técnicas de ambas equipes declararem que não há clima de pressão para o confronto porque essa não cola.
 
Sabemos que, embora a partida de hoje não signifque nada em termos de posição e classificação na tabela, quem perder hoje entrará numa terrível crise.
 
O que podemos esperar de jogo?
 
Nada que nos empolgue ou que nos faça comer as unhas.
 
Nada que nos faça pelo menos relembrar os grandes confrontos do passado.
 
Então que seja, pelo menos, um jogo limpo e com gols. Se isso acontecer já estermos no lucro.
 
Mas não crie a expectativa de um clássico emocionante. Isso não deve acontecer.
 
Meu palpite:
 
São Paulo 1 x 0 Palmeiras (com um gol de Pato) 

segunda-feira, 9 de março de 2015

O que acontece com o São Paulo quando enfrenta o Corinthians?

Não há nada que faça o São Paulo vencer o Corinthians.
 
O fator "jogar em casa" parece não surtir efeito algum. Muito pelo contrário. O Timão parece muito à vontade no estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi).
 
Nem mesmo jogando melhor e com um jogador a mais o Tricolor conseguiu super o arquirival na partida de ontem pelo Campeonato Paulista.
 
Que fase.
 
Há anos o confronto entre as duas equipes termina com vitória para os alvinegros.
 
O que acontece? Incompetência? Medo? falta de vontade?
 
Talvez um pouco de tudo isso.
 
Apenas para relembrar, na primeira partida entre São Paulo e Corinthians neste ano de 2015, que foi pela Taça Libertadores da América, o Corinthians não sentiu dificuldade alguma para vencer.
 
Jogando em casa, o Timão não deu chances para o São Paulo respirar. Desde o minuto inicial já marcava presença na área Tricolor, sem deixar o adversário sair do setor defensivo.
 
A tragédia já estava anunciada. A expressão no rosto dos são-paulinos, na ocasião, já traduzia o que seria dentro de campo: "Sonolência e falta de espírito vencedor".
 
Obviamente não podemos culpar pela derrota apenas a falta de vontade dos atletas. Parte da tal tragédia deve ser atribuída ao técnico Muricy Ramalho, que errou ao, de repente, resolver mudar o esquema tático do time justamente em um clássico.
 
Sacou Reinaldo da lateral esquerda - que não é nenhum lateral excepcional, mas é lateral de ofício - e deslocou o Michel Bastos do meio de campo para a função. Só aí o São Paulo já perdia em movimentação, criação e chute a gol.
 
Além disso, escalou Alan Kardec e Luis Fabiano no ataque, deixando o setor ofensivo extremamente lento e sem movimentação, facilitando a marcação para a rápida zaga corintiana.
 
Não deu outra. O Corinthians venceu fácil por 2 a 0.
 
Na partida de ontem (08/03), pelo Campeonato Paulista, a história foi um pouco diferente.
 
Com Reinaldo na lateral, Michel Bastos fez a função de meio-campista ao lado de PH Ganso, porém caindo para o lado esquerdo, deixando a equipe mais dinâmica.
 
A grande mudança, no entanto, ocorreu no ataque, com a entrada do argentino Centurion, que mostrou muita habilidade, velocidade e muito pulmão.
 
O "hermano" foi o destaque Tricolor no jogo, pois foi dos pés dele que nasceram as melhores jogadas, embora sua equipe não tenha conseguido balançar a rede durante os 90 minutos.
 
Por outro lado, o Corinthians, que entrou em campo com o mesmo esquema tático que vem jogando nas competições que está disputando, precisou apenas de um vacilo da fraca zaga do São Paulo para jogar a bola no fundo do gol de Rogério Ceni.
 
E o gol não poderia ser de outro que não fosse Danilo, o maior carrasco da equipe do Morumbi.
 
Diferentemente da partida válida pela Libertadores, dessa vez o São Paulo não se acomodou. Pelo contrário, iniciou pressão minutos depois de sofrer o gol, ainda no primeiro tempo.
 
Na segunda etapa, ainda com muita pressão, os donos da casa tiveram a melhor chance do jogo para igualar o marcador. O árbitro da partida, com ajuda de seu auxiliar, assinalou corretamente um pênalti após o desvio de mão do zagueiro Gil, que levou o segundo cartão amarelo e acabou expulso.
 
O problema, meu caro, é que quando a fase não é boa, realmente não é boa. Parece que há uma força maior que não quer deixar o São Paulo sequer arrancar um empate contra o Corinthians.
 
Rogério Ceni, o capitão e goleiro artilheiro são-paulino, vai para a cobrança. Experiente, o arqueiro se concentra, escolhe o lado e chuta forte. A bola não faz a curva necessária para enganar Cássio e, com a perna direita, o goleiro Corintiano garante a vitória.
 
Alegria para a "fiel", que mantém o tabu sobre o rival, e muita tristeza para os torcedores tricolores que, visivelmente abatidos nas arquibancadas, sói tiveram força para iniciar seus protestos contra a diretoria do clube e alguns jogadores.
 
A vida segue tranquila para o Corinthians, que segue forte e favorito ao título paulista.
 
Já o São Paulo, que faz um bom campeonato contra equipes de menor expressão, precisa acertar alguns pontos importantes como a zaga, por exemplo. Está mais do que evidente que o clube não pode contar com Edson Silva como titular se quer pensar em seguir adiante na Taça Libertadores da América e na próxima fase do Campeonato Paulista.
 
Resta a nós esperar para ver no que vai dar.
 
A única certeza é que essa fase de grupos em que estão Corinthians e São Paulo promete fortes emoções.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Gil relembra os confrontos diante do San Lorenzo na Copa Mercosul de 2001


Segundo o ex-atacante corintiano, “faltou um pouco de experiência ao time para ir à final”

Por Breno Benedito
(edição final: Fernando Richter)


Argentina, dia 28 de novembro de 2001. O Corinthians enfrentava o San Lorenzo pelas semifinais da Copa Mercosul. Embora o país “Hermano” vivesse uma das piores crises financeira de sua história, o torcedor marcou presença no estádio Nuevo Gasómetro lotando a casa.

Com sua torcida inspirada, os anfitriões fizeram a lição de casa e botaram a equipe brasileira, comandada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, praticamente na roda, como se fala no linguajar do futebol. O Timão saiu de campo derrotado após sofrer uma goleada de 4 a 1.

Para o atacante Gil, à época um atleta que se mostrava pra lá de promissor, foi uma experiência bastante ruim, pois o time havia feito uma boa campanha até chegar a essa semifinal.

“Tudo era novo, Não conhecíamos nada daquele torneio. Foi uma competição que me proporcionou a oportunidade de mostrar o meu futebol. Mas infelizmente éramos um time com jogadores novos e o que faltou foi um pouco de experiência para todos nós, acredito. E, embora não fosse uma Libertadores da América, a Mercosul era uma competição que todos queriam conquistar”, diz o ex-atacante.

À época, o Corinthians não havia conquistado um título internacional. Havia sempre a frustração de ser eliminado antes mesmo de chegar a uma final. Até o momento, o melhor resultado que havia conseguido foi chegar às semifinais de libertadores e da Copa Mercosul.

A pressão que vinha dos torcedores, imprensa e até mesmo de dentro do próprio clube, aliados a tal falta de experiência dos novos atletas mencionado por Gil, talvez fossem os principais pontos de insucesso do Corinthians.

 “A gente jogava campeonatos dessa natureza esporadicamente. Não tínhamos a experiência necessária para entender os cacoetes desses torneios internacionais que estão recheados de malandragens. Por conta disso, sempre batíamos na trave. Diferentemente de hoje que o Corinthians já possui uma libertadores, em 2012, e aliviou toda a pressão”, ressaltou.

Gil fez questão de relembrar o primeiro jogo desse duelo, que ocorreu no Pacaembu. A equipe alvinegra jogou bem e venceu por 2 a 1. Bastava um empate para seguir adiante. “O resultado que conquistamos aqui no Brasil nos dava condições para ir à Argentina e jogar apenas em busca de um empate. Infelizmente não conseguimos a tranquilidade necessária para sair com a classificação”, lamenta.

Sobre a partida de hoje diante do mesmo San Lorenzo, Gil diz que o Corinthians aprendeu o caminho das pedras para conquistar títulos internacionais. “Em 2001, eles (San Lorenzo) até que não tinham um time excepcional, mas saíram na frente de nós porque sabiam jogar competições internacionais, enquanto nós ainda estávamos entendendo o jeito certo para disputa-las. Mas hoje o Corinthians já entendeu direitinho a fórmula para se chegar forte nas finais de um torneio internacional e ser um dos favoritos ao título”, afirmou.

Corinthians busca quebrar tabu e ‘garantir’ classificação na Libertadores

Nesta quarta-feira acontecerá o primeiro encontro em Corinthians e San Lorenzo (ARG) em partida válida por uma Libertadores da América.
 
 
As duas equipes já se enfrentaram em outro torneio internacional. Foram 4 jogos, sendo três vitórias para o San Lorenzo e 1 para o Corinthians.
 
 
O primeiro jogo aconteceu em 1999, quando os dois clubes se cruzaram na semifinal da Copa Mercosul, que futuramente viria a se chamar Copa Sul-Americana.
 
 
A partida aconteceu na Argentina e o Corinthians perdeu por 2 a 1. Os gols foram de Márcio Costa (contra) e Ivan Córdoba, para o San Lorenzo, e Ricardinho, para o Corinthians.
 
 
No jogo volta, no Pacaembu, outro revés. Os torcedores até alimentaram certa esperança quando Edílson abriu o placar. Porém, Franco e Romeo balançaram a rede alvinegra e sacramentaram a derrota dos donos da casa e, consequentemente, a eliminação na competição.
 
 
O embate agora seria em 2001, pela mesma Copa Mercosul. Entusiasmado, o Corinthians chegara bem à semifinal com pinta de que daria um importante passo à final da competição. Jogando em casa, o timão venceu de virada, por 2 a 1, com gols de Scheidt e Luizão (Romeo descontou para o San Lorenzo).
 
 
No entanto, o jogo de volta foi um verdadeiro desastre para os brasileiros. Mesmo vivendo um momento de forte crise financeira no País, os argentinos lotaram o estádio Nuevo Gasômetro para incentivar o San Lorenzo.
 
 
A força das arquibancadas surtiu efeito dentro de campo. Os donos da casa determinaram o ritmo da partida desde o apito inicial e não deram a menor chance de o Corinthians respirar. A partida terminou 4 a 1 para o San Lorenzo.  Mais uma desclassificação em torneio internacional para o desespero total do torcedor corintiano.
 
 
Neste ano a situação é completamente diferente. Embora o San Lorenzo seja o atual campeão da competição, o Corinthians já conseguiu afastar o fantasma que rondava o Parque São Jorge e acabou com aquela pressão sobre títulos internacionais ao conquistar a Libertadores da América, em 2012.
 
 
Acredito que dessa vez o desfecho possa ter final diferente. Vejo um Corinthians mais preparado, com uma equipe muito bem postada no setor defensivo e um ataque rápido e inteligente. Além disso, Tite conseguiu dar um padrão de jogo muito interessante que se encaixa perfeitamente nos moldes de uma Libertadores da América.

Libertadores: Corinthians enfrenta o atual campeão

A Libertadore da América segue a todo vapor.
 
O Cruzeiro continua sem dar alegrias a sua torcida. Ontem ficou apenas no empate, sem gols, diante do Huracán (ARG), em pleno estádio Mineirão.
 
A bola continua rolando para os brasileiros nesta quarta-feira.
 
Jogando em casa, o Internacional de Porto Alegre encara o bom e entrosado time do Emelec (EQU). Embora conte com o fator "Beira-Rio", a equipe gaúcha não terá vida fácil esta noite. A vitória é importantíssima para igualar em pontos com os equatorianos.
 
Mas jogo bom mesmo será entre o atual campeão da Libertadores, o San Lorenzo, e o Corinthians. A partida acontecerá no estádio Nuevo Gasómetro e terá portões fechados. O jogo promete fortes emoções já que, sssim como o Corinthians, o San Lorenzo também venceu a primeira partida, o que torna o confronto de hoje ainda mais acirrado.
 
É evidente que, se tratando de Libertadores, um empate fora de casa é sempre bom resultado. Mas se o timão vencer a partida, praticamente garantiria uma vaga para a próxima fase, já terá pela frente dois jogos seguidos contra o péssimo Danúbio (URU), que perdeu suas duas partidas e não alimenta mais esperanças na competição.
 
Rodada bastante interessante.
 
Palpites:

Internacional            1 X 0     Emelec (EQU)
San Lorenzo (ARG) 1 X 2     Corinthians

segunda-feira, 2 de março de 2015

A Libertadores chegou: Que venham os grandes espíritos guerreiros

Por Breno Benedito
(edição final: Fernando Richter)


O mês de fevereiro é sempre muito especial para quem acompanha o futebol. É o memento em que se dá inicio à tão cobiçada Taça Libertadores da América, um torneio que reúne os principais clubes da América do Sul.

Serão 32 equipes lutando para conquistar o título e uma vaga no Mundial de Clubes da Fifa, a competição que coloca o clube no topo do mundo.

À cada edição do torneio continental a dificuldade aumenta. Tudo fica ainda mais complicado, pois as equipes têm se mostrado cada vez mais preocupadas em erguer um plantel altamente competitivo para disputar esse campeonato.

E não há a menor dúvida que quando há presença dos brasileiros a Libertadores se torna ainda mais disputada. Os clubes do Brasil são vistos como os grandes favoritos, embora os argentinos ainda possuam o maior número de taças conquistadas (23 títulos da Argentina contra 17 dos Brasil).

Nesta edição de 2015, o Brasil será representado por Cruzeiro (Bi-campeão Nacional), Atlético Mineiro (Campeão da Copa do Brasil), São Paulo (Vice-Brasileiro), Internacional (3º Colocado do Brasileiro) e o Corinthians, que conquistou a classificação passando pela fase “pré” da competição.

O Cruzeiro, que fez belíssima campanha nos dois últimos campeonatos nacionais, vem com um time diferente, considerado por muitos “um desmanche”. As contratações ainda são incógnitas. O tempo de preparação é muito curto e a dúvida se haverá tempo suficiente para arrumar casa e não fazer feio já é evidente.

O rival Atlético-MG, por exemplo, se desfez de seu principal jogador, o atacante Diego Tardelli. No entanto, as apostas estão em Guilherme e em Jesus Datolo.

O Corinthians manteve a base. Tite voltou e, com ele, o volante Elias aparece como principal jogador ao lado de Guerrero. Wagner Love também chegou pra ser a sombra, e pode ser um grande reforço para o clube nessa temporada.

O São Paulo, que contará mais uma vez com Rogério Ceni como titular e capitão da equipe, fez algumas mudanças no elenco do ano passado. Dispensou os atacantes Osvaldo e Ademilson, mas contratou jogadores como Thiago Mendes, Jonathan Cafu, Carlinhos e Dórea, além de ter assinado com o zagueiro Breno, que está se recuperando de lesão, mas deve fortalecer o elenco no decorrer da temporada. A grande aposta do tricolor, no entanto, está no meia Ganso, que vem melhorando seu condicionamento físico gradativamente e assumindo, aos poucos, o papel de principal homem de ligação entre o meio e o ataque.

Já o Internacional não mostrou muitas mudanças de elenco e de esquema tático. As únicas apostas devem ser na experiência do zagueiro Rever e dos atacantes Nilmar e D’Alessandro.

OS ADVERDSÁRIOS: No Grupo 1, onde está o Atlético Mineiro, o  Colo-Colo vem forte para a disputa. O time é experiente, acima dos 30 anos, e contará com Suazo, de 33 anos.  O Santa Fé, da Colômbia, não deve demonstrar tanto perigo, mas conta com o fator “altitude”, que costuma judiar dos brasileiros. Já o Atlas terá neste ano o lateral esquerdo campeão pelo San Lorenzo, Walter Kannemann. Os meias Rodrigo Millar Aldi Ramirez são os caras que armam as jogadas e que merecem certa atenção.

O Grupo 2, conhecido como “Grupo da Morte”, tem nada menos do que Corinthians e São Paulo. Os dois clubes já iniciaram a competição se enfrentando, pela primeira vez pela Libertadores, na Arena Corinthians. No primeiro confronto deu Corinthians, que venceu por 2 a 0. Sem dúvida serão os dois nomes mais cotados para a classificação à próxima fase da competição. Mas, para isso, terão a difícil missão de bater o atual Campeão da Libertadores, o San Lorenzo (ARG), que não é mais o mesmo, é verdade, mas continua sendo um time argentino (risos).

No Grupo 3, o Cruzeiro terá pela frente algumas pedrinhas no sapato. O Huracán (ARG) vem subindo aos poucos. Voltou à elite do campeonato Argentino e chegou à libertadores ao vencer o Boca Juniors, pela Copa da Argentina. Um dos destaques é o goleiro Marco Diaz. Por fim há o Universitário de Sucre, da Bolívia. Não deve causar nenhum estrago nesse grupo, embora tenha nos pés de Richard Mercado, o cérebro do time, muita habilidade.

Para fechar o grupo dos brasileiros, o Internacional, que está no grupo 4, enfrentará o fortes Universidad do Chile. Além disso, terá as missões de bater os acanhados Emelec (EQU) e The Strongest (BOL).

Vale lembrar que caso todos os brasileiros avancem às oitavas, possivelmente enfrentarão grandes clubes. O Boca Juniors, por exemplo, vem com o elenco mais forte dos últimos anos. Gago, no meio de campo, além de Lodeiro e Osvaldo, como homens de referencia, devem dar trabalho aos adversários.

Já o grande River Plate, que passou por alguns terríveis anos, venceu a última Copa Sul-Americana e a Recopa. A equipe tem Theo Gutierrez e Mora, dois grandes jogadores, formando dupla de ataque.  Na armação está nada menos do que Aimar, considerado o cérebro do time.

Outras boas equipes podem dar trabalho. É o caso do Tigres (MEX), do Estudiantes (ARG), que já aprontou em 2009, do Atlético Nacional (COL), e do Racing (ARG), que volta ser protagonista na argentina depois de anos.

Não acho que haverá problema para os brasileiros se classificarem para as oitavas. Mas acredito que a segunda fase será complicada. Não há equipe “boba” neste ano. Todos estão com elencos fortes, uns  mais do que os outros, é verdade, mas nenhum desequilíbrio muito grande, o que torna a competição muito acirrada.