Não há nada que faça o São Paulo vencer o Corinthians.
O fator "jogar em casa" parece não surtir efeito algum. Muito pelo contrário. O Timão parece muito à vontade no estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi).
Nem mesmo jogando melhor e com um jogador a mais o Tricolor conseguiu super o arquirival na partida de ontem pelo Campeonato Paulista.
Que fase.
Há anos o confronto entre as duas equipes termina com vitória para os alvinegros.
O que acontece? Incompetência? Medo? falta de vontade?
Talvez um pouco de tudo isso.
Apenas para relembrar, na primeira partida entre São Paulo e Corinthians neste ano de 2015, que foi pela Taça Libertadores da América, o Corinthians não sentiu dificuldade alguma para vencer.
Jogando em casa, o Timão não deu chances para o São Paulo respirar. Desde o minuto inicial já marcava presença na área Tricolor, sem deixar o adversário sair do setor defensivo.
A tragédia já estava anunciada. A expressão no rosto dos são-paulinos, na ocasião, já traduzia o que seria dentro de campo: "Sonolência e falta de espírito vencedor".
Obviamente não podemos culpar pela derrota apenas a falta de vontade dos atletas. Parte da tal tragédia deve ser atribuída ao técnico Muricy Ramalho, que errou ao, de repente, resolver mudar o esquema tático do time justamente em um clássico.
Sacou Reinaldo da lateral esquerda - que não é nenhum lateral excepcional, mas é lateral de ofício - e deslocou o Michel Bastos do meio de campo para a função. Só aí o São Paulo já perdia em movimentação, criação e chute a gol.
Além disso, escalou Alan Kardec e Luis Fabiano no ataque, deixando o setor ofensivo extremamente lento e sem movimentação, facilitando a marcação para a rápida zaga corintiana.
Não deu outra. O Corinthians venceu fácil por 2 a 0.
Na partida de ontem (08/03), pelo Campeonato Paulista, a história foi um pouco diferente.
Com Reinaldo na lateral, Michel Bastos fez a função de meio-campista ao lado de PH Ganso, porém caindo para o lado esquerdo, deixando a equipe mais dinâmica.
A grande mudança, no entanto, ocorreu no ataque, com a entrada do argentino Centurion, que mostrou muita habilidade, velocidade e muito pulmão.
O "hermano" foi o destaque Tricolor no jogo, pois foi dos pés dele que nasceram as melhores jogadas, embora sua equipe não tenha conseguido balançar a rede durante os 90 minutos.
Por outro lado, o Corinthians, que entrou em campo com o mesmo esquema tático que vem jogando nas competições que está disputando, precisou apenas de um vacilo da fraca zaga do São Paulo para jogar a bola no fundo do gol de Rogério Ceni.
E o gol não poderia ser de outro que não fosse Danilo, o maior carrasco da equipe do Morumbi.
Diferentemente da partida válida pela Libertadores, dessa vez o São Paulo não se acomodou. Pelo contrário, iniciou pressão minutos depois de sofrer o gol, ainda no primeiro tempo.
Na segunda etapa, ainda com muita pressão, os donos da casa tiveram a melhor chance do jogo para igualar o marcador. O árbitro da partida, com ajuda de seu auxiliar, assinalou corretamente um pênalti após o desvio de mão do zagueiro Gil, que levou o segundo cartão amarelo e acabou expulso.
O problema, meu caro, é que quando a fase não é boa, realmente não é boa. Parece que há uma força maior que não quer deixar o São Paulo sequer arrancar um empate contra o Corinthians.
Rogério Ceni, o capitão e goleiro artilheiro são-paulino, vai para a cobrança. Experiente, o arqueiro se concentra, escolhe o lado e chuta forte. A bola não faz a curva necessária para enganar Cássio e, com a perna direita, o goleiro Corintiano garante a vitória.
Alegria para a "fiel", que mantém o tabu sobre o rival, e muita tristeza para os torcedores tricolores que, visivelmente abatidos nas arquibancadas, sói tiveram força para iniciar seus protestos contra a diretoria do clube e alguns jogadores.
A vida segue tranquila para o Corinthians, que segue forte e favorito ao título paulista.
Já o São Paulo, que faz um bom campeonato contra equipes de menor expressão, precisa acertar alguns pontos importantes como a zaga, por exemplo. Está mais do que evidente que o clube não pode contar com Edson Silva como titular se quer pensar em seguir adiante na Taça Libertadores da América e na próxima fase do Campeonato Paulista.
Resta a nós esperar para ver no que vai dar.
A única certeza é que essa fase de grupos em que estão Corinthians e São Paulo promete fortes emoções.
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