(edição final: Fernando Richter)
O mês de fevereiro é sempre muito especial para quem acompanha o futebol. É o memento em que se dá inicio à tão cobiçada Taça Libertadores da América, um torneio que reúne os principais clubes da América do Sul.
Serão 32 equipes lutando para
conquistar o título e uma vaga no Mundial de Clubes da Fifa, a competição que
coloca o clube no topo do mundo.
À cada edição do torneio
continental a dificuldade aumenta. Tudo fica ainda mais complicado, pois as
equipes têm se mostrado cada vez mais preocupadas em erguer um plantel
altamente competitivo para disputar esse campeonato.
E não há a menor dúvida que
quando há presença dos brasileiros a Libertadores se torna ainda mais
disputada. Os clubes do Brasil são vistos como os grandes favoritos, embora os
argentinos ainda possuam o maior número de taças conquistadas (23 títulos da
Argentina contra 17 dos Brasil).
Nesta edição de 2015, o Brasil
será representado por Cruzeiro (Bi-campeão Nacional), Atlético Mineiro (Campeão
da Copa do Brasil), São Paulo (Vice-Brasileiro), Internacional (3º Colocado do
Brasileiro) e o Corinthians, que conquistou a classificação passando pela fase “pré”
da competição.
O Cruzeiro, que fez belíssima
campanha nos dois últimos campeonatos nacionais, vem com um time diferente, considerado
por muitos “um desmanche”. As contratações ainda são incógnitas. O tempo de
preparação é muito curto e a dúvida se haverá tempo suficiente para arrumar
casa e não fazer feio já é evidente.
O rival Atlético-MG, por exemplo,
se desfez de seu principal jogador, o atacante Diego Tardelli. No entanto, as
apostas estão em Guilherme e em Jesus Datolo.
O Corinthians manteve a base.
Tite voltou e, com ele, o volante Elias aparece como principal jogador ao lado
de Guerrero. Wagner Love também chegou pra ser a sombra, e pode ser um grande
reforço para o clube nessa temporada.
O São Paulo, que contará mais uma
vez com Rogério Ceni como titular e capitão da equipe, fez algumas mudanças no
elenco do ano passado. Dispensou os atacantes Osvaldo e Ademilson, mas
contratou jogadores como Thiago Mendes, Jonathan Cafu, Carlinhos e Dórea, além
de ter assinado com o zagueiro Breno, que está se recuperando de lesão, mas
deve fortalecer o elenco no decorrer da temporada. A grande aposta do tricolor,
no entanto, está no meia Ganso, que vem melhorando seu condicionamento físico
gradativamente e assumindo, aos poucos, o papel de principal homem de ligação
entre o meio e o ataque.
Já o Internacional não mostrou
muitas mudanças de elenco e de esquema tático. As únicas apostas devem ser na
experiência do zagueiro Rever e dos atacantes Nilmar e D’Alessandro.
OS ADVERDSÁRIOS: No Grupo 1, onde
está o Atlético Mineiro, o Colo-Colo vem
forte para a disputa. O time é experiente, acima dos 30 anos, e contará com Suazo,
de 33 anos. O Santa Fé, da Colômbia, não
deve demonstrar tanto perigo, mas conta com o fator “altitude”, que costuma
judiar dos brasileiros. Já o Atlas terá neste ano o lateral esquerdo campeão
pelo San Lorenzo, Walter Kannemann. Os meias Rodrigo Millar Aldi Ramirez são os
caras que armam as jogadas e que merecem certa atenção.
O Grupo 2, conhecido como “Grupo da Morte”, tem nada menos do que Corinthians e São Paulo. Os dois clubes já iniciaram a competição se enfrentando, pela primeira vez pela Libertadores, na Arena Corinthians. No primeiro confronto deu Corinthians, que venceu por 2 a 0. Sem dúvida serão os dois nomes mais cotados para a classificação à próxima fase da competição. Mas, para isso, terão a difícil missão de bater o atual Campeão da Libertadores, o San Lorenzo (ARG), que não é mais o mesmo, é verdade, mas continua sendo um time argentino (risos).
No Grupo 3, o Cruzeiro terá pela frente algumas pedrinhas no sapato. O Huracán (ARG) vem subindo aos poucos. Voltou à elite do campeonato Argentino e chegou à libertadores ao vencer o Boca Juniors, pela Copa da Argentina. Um dos destaques é o goleiro Marco Diaz. Por fim há o Universitário de Sucre, da Bolívia. Não deve causar nenhum estrago nesse grupo, embora tenha nos pés de Richard Mercado, o cérebro do time, muita habilidade.
Para fechar o grupo dos
brasileiros, o Internacional, que está no grupo 4, enfrentará o fortes
Universidad do Chile. Além disso, terá as missões de bater os acanhados Emelec
(EQU) e The Strongest (BOL).
Vale lembrar que caso todos os
brasileiros avancem às oitavas, possivelmente enfrentarão grandes clubes. O Boca
Juniors, por exemplo, vem com o elenco mais forte dos últimos anos. Gago, no
meio de campo, além de Lodeiro e Osvaldo, como homens de referencia, devem dar
trabalho aos adversários.
Já o grande River Plate, que
passou por alguns terríveis anos, venceu a última Copa Sul-Americana e a
Recopa. A equipe tem Theo Gutierrez e Mora, dois grandes jogadores, formando
dupla de ataque. Na armação está nada
menos do que Aimar, considerado o cérebro do time.
Outras boas equipes podem dar
trabalho. É o caso do Tigres (MEX), do Estudiantes (ARG), que já aprontou em
2009, do Atlético Nacional (COL), e do Racing (ARG), que volta ser protagonista
na argentina depois de anos.
Não acho que haverá problema para
os brasileiros se classificarem para as oitavas. Mas acredito que a segunda
fase será complicada. Não há equipe “boba” neste ano. Todos estão com elencos
fortes, uns mais do que os outros, é verdade, mas nenhum desequilíbrio
muito grande, o que torna a competição muito acirrada.
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