segunda-feira, 2 de março de 2015

A Libertadores chegou: Que venham os grandes espíritos guerreiros

Por Breno Benedito
(edição final: Fernando Richter)


O mês de fevereiro é sempre muito especial para quem acompanha o futebol. É o memento em que se dá inicio à tão cobiçada Taça Libertadores da América, um torneio que reúne os principais clubes da América do Sul.

Serão 32 equipes lutando para conquistar o título e uma vaga no Mundial de Clubes da Fifa, a competição que coloca o clube no topo do mundo.

À cada edição do torneio continental a dificuldade aumenta. Tudo fica ainda mais complicado, pois as equipes têm se mostrado cada vez mais preocupadas em erguer um plantel altamente competitivo para disputar esse campeonato.

E não há a menor dúvida que quando há presença dos brasileiros a Libertadores se torna ainda mais disputada. Os clubes do Brasil são vistos como os grandes favoritos, embora os argentinos ainda possuam o maior número de taças conquistadas (23 títulos da Argentina contra 17 dos Brasil).

Nesta edição de 2015, o Brasil será representado por Cruzeiro (Bi-campeão Nacional), Atlético Mineiro (Campeão da Copa do Brasil), São Paulo (Vice-Brasileiro), Internacional (3º Colocado do Brasileiro) e o Corinthians, que conquistou a classificação passando pela fase “pré” da competição.

O Cruzeiro, que fez belíssima campanha nos dois últimos campeonatos nacionais, vem com um time diferente, considerado por muitos “um desmanche”. As contratações ainda são incógnitas. O tempo de preparação é muito curto e a dúvida se haverá tempo suficiente para arrumar casa e não fazer feio já é evidente.

O rival Atlético-MG, por exemplo, se desfez de seu principal jogador, o atacante Diego Tardelli. No entanto, as apostas estão em Guilherme e em Jesus Datolo.

O Corinthians manteve a base. Tite voltou e, com ele, o volante Elias aparece como principal jogador ao lado de Guerrero. Wagner Love também chegou pra ser a sombra, e pode ser um grande reforço para o clube nessa temporada.

O São Paulo, que contará mais uma vez com Rogério Ceni como titular e capitão da equipe, fez algumas mudanças no elenco do ano passado. Dispensou os atacantes Osvaldo e Ademilson, mas contratou jogadores como Thiago Mendes, Jonathan Cafu, Carlinhos e Dórea, além de ter assinado com o zagueiro Breno, que está se recuperando de lesão, mas deve fortalecer o elenco no decorrer da temporada. A grande aposta do tricolor, no entanto, está no meia Ganso, que vem melhorando seu condicionamento físico gradativamente e assumindo, aos poucos, o papel de principal homem de ligação entre o meio e o ataque.

Já o Internacional não mostrou muitas mudanças de elenco e de esquema tático. As únicas apostas devem ser na experiência do zagueiro Rever e dos atacantes Nilmar e D’Alessandro.

OS ADVERDSÁRIOS: No Grupo 1, onde está o Atlético Mineiro, o  Colo-Colo vem forte para a disputa. O time é experiente, acima dos 30 anos, e contará com Suazo, de 33 anos.  O Santa Fé, da Colômbia, não deve demonstrar tanto perigo, mas conta com o fator “altitude”, que costuma judiar dos brasileiros. Já o Atlas terá neste ano o lateral esquerdo campeão pelo San Lorenzo, Walter Kannemann. Os meias Rodrigo Millar Aldi Ramirez são os caras que armam as jogadas e que merecem certa atenção.

O Grupo 2, conhecido como “Grupo da Morte”, tem nada menos do que Corinthians e São Paulo. Os dois clubes já iniciaram a competição se enfrentando, pela primeira vez pela Libertadores, na Arena Corinthians. No primeiro confronto deu Corinthians, que venceu por 2 a 0. Sem dúvida serão os dois nomes mais cotados para a classificação à próxima fase da competição. Mas, para isso, terão a difícil missão de bater o atual Campeão da Libertadores, o San Lorenzo (ARG), que não é mais o mesmo, é verdade, mas continua sendo um time argentino (risos).

No Grupo 3, o Cruzeiro terá pela frente algumas pedrinhas no sapato. O Huracán (ARG) vem subindo aos poucos. Voltou à elite do campeonato Argentino e chegou à libertadores ao vencer o Boca Juniors, pela Copa da Argentina. Um dos destaques é o goleiro Marco Diaz. Por fim há o Universitário de Sucre, da Bolívia. Não deve causar nenhum estrago nesse grupo, embora tenha nos pés de Richard Mercado, o cérebro do time, muita habilidade.

Para fechar o grupo dos brasileiros, o Internacional, que está no grupo 4, enfrentará o fortes Universidad do Chile. Além disso, terá as missões de bater os acanhados Emelec (EQU) e The Strongest (BOL).

Vale lembrar que caso todos os brasileiros avancem às oitavas, possivelmente enfrentarão grandes clubes. O Boca Juniors, por exemplo, vem com o elenco mais forte dos últimos anos. Gago, no meio de campo, além de Lodeiro e Osvaldo, como homens de referencia, devem dar trabalho aos adversários.

Já o grande River Plate, que passou por alguns terríveis anos, venceu a última Copa Sul-Americana e a Recopa. A equipe tem Theo Gutierrez e Mora, dois grandes jogadores, formando dupla de ataque.  Na armação está nada menos do que Aimar, considerado o cérebro do time.

Outras boas equipes podem dar trabalho. É o caso do Tigres (MEX), do Estudiantes (ARG), que já aprontou em 2009, do Atlético Nacional (COL), e do Racing (ARG), que volta ser protagonista na argentina depois de anos.

Não acho que haverá problema para os brasileiros se classificarem para as oitavas. Mas acredito que a segunda fase será complicada. Não há equipe “boba” neste ano. Todos estão com elencos fortes, uns  mais do que os outros, é verdade, mas nenhum desequilíbrio muito grande, o que torna a competição muito acirrada.

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