Atrasado sim, esquecido não...

Talvez pareça assunto batido, mas a verdade é que não dá para deixar de fora certas notícias ou comentários.

Não é sempre que tenho a oportunidade de sentar à frente de um computador e postar um texto informando ou emitindo minha opinião sobre determinado assunto que aconteceu no mundo da bola.

O tempo é curto e, muitas vezes, tenho de escolher uma das centenas de notícias que apareceram todos os dias. Neste caso, costumo optar por aquilo que acho mais revelante naquele dia. É o critério que utilizo quando não há tempo nem para lembrar que preciso almoçar.

Estou dizendo isso tudo para chegar num simples lugar: às desculpas por não citar o incrível placar elástico do Vasco sobre o Botafogo pelo campeonato Carioca.

Mais do que comentar o jogo, já que a quantidade de gols fala por si só, vale ressaltar que a boa fase de Dodô parece estar de volta.

Primeiro que é muito bom saber que o Vasco está andando com suas próprias pernas e que não depende mais de cartolas corruptos e sujos. A propósito, sou grande fã do atual presidente Roberto Dinamite. Há quem diga que ele pouco entende do assunto administração, mas por ser uma pessoa do bem, com boas intenções e trabalhando com gente honesta, não me resta dúvidas que será um casamento (Dinamite X Vasco) que dará muito certo.

Mas voltando para as quatro linhas, volto a enaltecer Dodô. Hoje fui ao Pacaembu assistir à final entre São Paulo e Santos, pela Copinha, e, sem querer, tive o prazer de conhecer o ex-volante do São Paulo dos anos 80, Bernardo. Papo vai, papo vem, e acabamos falando sobre a qualidade técnica dos atletas atuais.

Para Bernardo,"Dodô é um dos 4 jogadores com mais técnica no futebol brasileiro". Eu disse a ele que sua opinião não era isolada. Compartilho dela e tenho certeza que, além de Bernardo, muitos outros entendidos no esporte têm a mesma opinião.

Apenas nessa partida contra o Botafogo, o "homem dos gols bonitos", como é conhecimento por aí, gardou 3 vezes a bola no fundo da rede, dando sinais de que terá uma temporada bastante gloriosa.

Todo final de ano, jogo uma pelada - espécie de campeonatinho no qual reúne grades craques do passado - na casa de um dirigente do Corinthians. O time no qual faço parte é formado por amigos do jornalista Flávio Prado. Aliás, o nome do time é "Turma do Flávio Prado". E no último encontro do pessoal para essa pelada, Dodô estava convidado para fazer parte de uma das equipes - nesse mesmo time tinha Rivelino, Roque Júnior e Rincón.

Bom, por que estou contando essa história toda? Simplesmente para dizer que ele (Dodô), mesmo brincando, joga muita bola. Não estou falando de condicionamento físico, mesmo porque seria sacanagem comparar aos "atletas de chopp". Falo de sua capacidade técnica, inteligência, rapidez no racioncínio, velocidade e facilidade de bater na bola.

Cheguei a me perguntar: "O que falta para essa cara ser completo?". Geralmente, quando um jogador de futebol tem todas as qualidades citadas acima o que falta para o tornar um "completo" é a humildade fora de campo.

Ao fim do jogo, numa conversa nada formal, disse a ele que gostaria de vê-lo jogar novamente no São Paulo, que carece de um centroavante como ele. Mas ele me respondeu com um enorme sorriso de gratificação: " Você está louco, Fernando? O São Paulo tem o Borges. O que mais vocês querem?". Naquela ocasião, Borges ainda não havia acertado sua transferência para o Grêmio. Sinceramente, discordo de Dodô e dou graças a Deus que Borges foi embora,

A resposta dele poderia ter sido outra. Já ouvi jogador dizer "é Deus no céu e eu X na terra". Posso lhes garantir. Dodô é a humildade pura. Logo, é um jogador completo.

Foto1 : Jornal O Globo