quarta-feira, 31 de julho de 2013

O reencontro entre Guardiola e São Paulo

O São Paulo já está na Alemanha pronto para disputar a Audi Cup, um torneio que contará também com Milan e Manchester City, além do atual campeão da Champions League, o temido e respeitado Bayern de Munique, hoje comandado pelo técnico Pep Guardiola.
 
A primeira partida do tricolor paulista será justamente contra o anfitrião alemão, que vive um momento completamente diferente do clube brasileiro. Enquanto o Bayern comemora o título mais cobiçado das competições entre clubes, o São Paulo passa sua pior seca de vitórias da história e corre sérios riscos de voltar para casa com o título de "abacaxi do ano".
 
Meu palpite para esse duelo, sendo o mais otimista possível, é uma vitória de 2 a 0 dos donos da casa sobre os visitantes. Sim, um palpite extremamente otimista. Ainda assim, se ocorrer uma goleada histórica não será nenhuma novidade ou motivo para espanto.
 
Por falar em "histórico", Guardiola falou para a imprensa na tarde desta terça-feira e relembrou um encontro marcante contra o São Paulo. Aconteceu em 1992, pelo Mundial de Clubes. À época, Guardiola atuava como atleta do Barcelona, adversário do São Paulo na competição intercontinental.
 
O resultado daquele jogo memorável todos já estão carecas de saber: O tricolor, que tinha em seu elenco craques como Raí, Müller, Palinha, a muralha Zetti, além de ser comandado pelo saudoso mestre Telê Santana, deu um show de futebol para cima da equipe espanhola e conquistava, pela primeira vez, o mundo. 
 
E foi exatamente sobre isso que Guardiola resolveu comentar. Segundo o treinador do Bayern, "o São Paulo foi infinitamente superior a nós, tinha uma equipe fantástica, com Raí, Cerezo, Müller e não tínhamos condições de superar. Foi um time que dominou o futebol sul-americano por alguns anos".
 
É muito raro tamanha humildade e reconhecimento dentro de um esporte que atualmente é tão cheio de vaidades e cercado por diversos duelos de egos. Reconhecer a superioridade do São Paulo naquela época mágica e histórica para o futebol brasileiro faz de Guardiola um profissional ainda mais respeitado e admirado por torcedores do mundo todo. Um cara absolutamente diferenciado.
 
Dessa vez o encontro entre Guardiola e São Paulo Futebol Clube deve ter um desfecho bastante diferente. É a vez de Guardiola comemorar o tento.

A minha dúvida é: Será que jogadores importantes do atual elenco são-paulino terão a mesma humildade para reconhecer a indiscutível superioridade do Bayern de Munique caso o provável (vitória dos alemães) aconteça? Talvez.
 
Será que Juvenal Juvêncio, presidente do clube do Morumbi, mas que se acha o dono do mundo, reconhecerá a fraqueza de seu plantel e aplaudirá o esquadrão adversário? Duvido.
 
Boa sorte ao São Paulo (vai precisar de muita) e parabéns a Pep Guardiola.