quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Acordei com o America - RJ na cabeça

Todo torcedor de futebol tem um segundo time no coração, embora muitas vezes ostente a máxima de que é proibido ter duas paixões no esporte.

Geralmente esse seugundo amor é algum clube de tradição antiga, que fez história nos tempos em que sequer a paleja era transmitida pela televisão.

Costuma ser um clube de menos expressão no que diz respeito a títulos, mas que tem um carisma fora do normal.

Em São Paulo os mais paparicados e que possuem menos torcida contra são a Portuguesa e o Juventus, da Mooca.

Mas hoje eu acordei com um hino na cabeça de um clube que possui o mesmo carisma de Portuguesa e juventus. Porém não é uma agremiação de São Paulo, mas sim do Rio de Janeiro. Estou falando do America.

Não torço para o clube carioca, aliás nem sou carioca. Muito pelo contrário. Sou paulista, meu coração tem três cores e mora lá no Morumbi, mas passei o dia todo cantando o hino do America (sem acento mesmo), que por sinal considero ser um dos mais bonitos. Por isso resolvi postar aqui no blog.  

Letra do Hino do America:

Hei de torcer, torcer, torcer...
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer...
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim
A cor do pavilhão é a cor do nosso coração
Em nossos dias de emoção
Toda torcida cantará esta canção

Tra-la-la-la-la-la
Tra-la-la-la-la-la
Tra-la-la-la-la

Campeões de 13, 16 e 22
Tra-la-la
Temos muitas glórias
E surgirão outras depois
Tra-la-la
Campeões com a pelota nos pés
Fabricamos aos montes, aos dez
Nós ainda queremos muito mais
America unido vencerás!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Decisão da Taça Guanabara promete...

Por Breno Benedito


Vasco e Fluminense decidem, neste domingo, a grande final da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca. O vencedor terá o seu lugar garantido na finalíssima do Estadual.

Abel Braga, técnico do Fluminense, terá desfalques consideráveis para a partida. O volante Edinho está vetado pelo departamento médico. Na última quinta-feira, apareceu nas laranjeiras com uma bota ortopédica. Os volantes Valencia e Jean irão disputar a vaga deixada por Edinho.

Já o atacante Araujo, que nas últimas partidas fez gols importantes, volta ao banco, dando lugar a Rafael Sóbis.

O atacante Wellington Nem seria outra dúvida de Abel, pois estava com dores no tornozelo direito, mas participou normalmente do treino desta manhã e mostrou-se apto para ir a campo contra o Vasco.

Pelo lado do time da Colina o técnico Cristóvão Borges tem no garoto Wiliam Barbio, de apenas 19 anos, a esperança de conquistar o título. O menino que veio do Nova Iguaçu vinha sendo relacionado, porém como o Allan se machucou, o jovem herdou a vaga e agora é o titular absoluto da equipe.


O setor é também de Eder Luis, mas o atacante está fora de combate desde novembro, quando operou o pé esquerdo. Éder estava em boa fase no Vasco e com certeza faz falta à equipe.

Mas o jovem Willian está com muita moral. Foi elogiado pelo próprio Éder Luis. Segundo o veterano, os dois têm a mesma característica.
O fato é que Vasco e Fluminense farão um jogo pra lá de merecido.

As duas equipes têm mostrado maior entrosamento com relação às outras equipes do Rio de Janeiro. Seria até injusto se uma das duas não fosse a essa final.

Por ter um elenco individual mais forte, acredito na vitória do Vasco, mas por se tratar de um clássico, no qual todos estão cansados de saber que não há favoritismo, tudo pode acontecer e uma vitória do Fluminense não seria surpresa alguma.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

"Choque-Rei", clássico de antigas emoções


Os campeonatos regionais realmente não são os mais atrativos.

Para os torcedores dos grandes clubes da capital, o que realmente interessa nessas competições estaduais são as fases de mata-mata, a partir das oitavas de final, ou então os confrontos diretos entre os tais grandes.

No próximo domingo, 26, Palmeiras e São Paulo, duas potências do futebol paulista, se encontrarão novamente. O jornalista Tomaz Mazzoni, do jornal "A Gazeta Esportiva, definiu, muitos anos atrás, o confronto como "Choque-Rei", e assim é chamado até hoje.

É verdade que o Palmeiras não é o maior rival do São Paulo, assim como o Tricolor também não é o maior desafeto do Verdão, porém a rivalidade entre as duas equipes é antiga e carrega muita história e dados interessantes.


O COMEÇO DE TUDO

O primeiro jogo entre as duas equipes aconteceu em 30 de março de 1930, quando o São Paulo ainda não era o "Futebol Clube" e o Palmeiras ainda era Palestra Itália.

O jogo foi válido pelo Campeonato Paulista e terminou com o empate em 2 a 2, com gol até do grande Friedenreich (São Paulo), que há quem diga ter sido melhor que o Pelé.

Embora o clube não compute os títulos conquistados antes de 1935, quando de fato o São Paulo foi fundado com o nome "São Paulo Futebol Clube", vale lembrar que o primeiro título disputado entre as duas equipes foi em 1931, e o Tricolor levou a melhor.

O Palmeiras venceu o turno por 3 a 2, mas o Tricolor goleou por 4 a 0 no returno, o que lhe deu direito absoluto de erguer o troféu.

Nos dois anos seguintes mais uma vez houve o encontro de Palmeiras e São Paulo na briga pelo caneco Paulista.

O Primeiro, em 1932, foi bastante polêmico. O Verdão venceu o Tricolor por 3 a 2 no primeiro turno. Porém, como ocorreu a Revoluçao Constitucionalista de 32, o segundo turno não foi realizado e o clube alviverde, líder, sagrou-se campeão. Claro que a equipe do Morumbi não gostou nada da decisão dos organizadores.

Em 1933 deu Verdão novamente, porém sem deixar nenhuma dúvida. Bateu o rival por 3 a 2 no primeiro turno e por 1 a 0 no segundo, com um gol de Avelino, aos 29 minutos da etapa complementar.

Depois da "morte", se é que podemos chamar assim, do São Paulo da Floresta e o surgimento do São Paulo Futebol Clube, o primeiro jogo contra o Palmeiras aconteceu em 25 de outubro de 1936, com outra vitória Palestrina, por 3 a 0.

O primeiro título do São Paulo após seu "renascimento" ocorreu em 1943 numa competição pra lá de emocionante. São Paulo e Corinthians lideravam a competição. O São Paulo enfrentaria o Palmeiras, terceiro colocado, com dois pontos atrás dos rivais. Se o Verdão vencesse a partida, os três empatariam e haveria um campeonato entre eles para definir o campeão.

São Paulo campeão Paulista de 1943
Aos seis minutos de bola rolando, o grande Sastre, um dos craques do São Paulo, se contundiu e passou o resto da partida sem sequer andar direito. Teve de ficar fazendo número em campo, já que naquela época ainda não existia substituição.

O Tricolor segurou bravamente o resultado de 0 a 0 e assim sagrou-se campeão. Foi o seu primeiro título Paulista, o que lhe rendeu a expessão de que "a moeda caiu em pé". O São Paulo pôde, enfim, sentir-se vingado pelos tantos títulos perdidos diante de seu algoz.   

Por incrível que pareça, em 1944 a disputa pelo título do estadual foi novamente entre Palmeiras e São Paulo. O Tricolor Paulista tentava seu segundo título, enquanto o verdão disputava seu 10º campeonato, porém dessa vez com um desfalque considerável: o argentino Dacunto, centro-médio que formava uma afinada linha com Og Moreira e Gengo.

A ausência do jogador não fez diferença alguma. O alviverde bateu o rival das três cores por 3 a 1 e foi novamente campeão do Paulistão.

A torcida, de alma lavada, desfilou pelas ruas da capital carregando um caixão tricolor e cantando em alto e bom som a seguinte música: "Com Dacunto ou sem Dacunto, o São Paulo é um defunto!".





CAMPEÃO INVICTO
Foto: www.miltonneves.com.br
Aconteceu no campeonato Paulista de 1946. O São Paulo enfrentaria o Palmeiras (novamente) em jogo valendo o título. O Corinthians, que ainda tinha chance de conquistar o título caso o Palmeiras vencesse o jogo, torcia desesperadamente por um tropeço do Tricolor.

O Pacaembu estava lotado. O clima do jogo era tenso. Aos 13 minutos do segundo tempo, Luizinho, do São Paulo, chutou Oberdan, goleiro do Palmeiras, e começou um verdadeiro tumulto dentro de campo. Og Moreira e VillaDoniga, do Verdão, além de Luizinho e Remo, do Sampa, foram expulsos.

Já com os ânimos mais calmos, Bauer, aos 38 do segundo tempo, cruza para a área do palestra, a bola bate na trave e, no rebote, o zagueiro Armando Renganeschi bota no fundo da rede. Gol do São Paulo. Gol do título, o primeiro caneco invicto do clube do Morumbi.


MEU JOGO INESQUECÍVEL

Uma partida que jamais esquecerei entre Palmeiras e São Paulo aconteceu em 1992, na final do Campeonato Paulista.

O Palmeiras era uma equipe sólida, com César Sampaio, Antonio Carlos, Evair e companhia, mas enfrentou o São Paulo de Telê, com Zetti, Cafú, Muller, Palhinha, Raí, dentre outros.

O Tricolor havia sido campeão do Mundo, em Tóquio, e muitos achavam que a equipe comandada pelo Mestre Telê entraria de salto alto e dispersa para a finalíssima.

Porém, logo na primeira partida a "máquina mortífera", como foi rotulada na época por jornalistas esportivos, atropelou o Verdão no estádio do Morumbi. Com três gols de Raí e um de Cafú (foto), o São Paulo bateu o Palmeiras por 4 a 2 (os gols do Palmeiras foram de Daniel e Zinho) e foi tranquilo para a segunda partida.

O jogo de volta, e esse sim foi emocionante, já que o Zetti, meu ídolo, pegou até pensamento, terminou 2 a 1 para o Tricolor (gols de Muller e Cerezo para o São Paulo e Evair para o Palmeiras), sacramentando o bicampeonato, pois no ano anterior levantou o caneco após derrotar o Corinthians.

Lembro-me muito bem desse dia. Aliás, parece que foi ontem. Tempos bons do São Paulo. Que saudades...

Assista ao vídeo dessa final eletrizante




DECISÕES DE TÍTULOS
  • 1933: Palestra Itália 3 x 2 São Paulo. 2º Jogo - Palmeiras 1 x 0 São Paulo - Palestra Itália campeão

  • 1942: Palmeiras 3x1 São Paulo - Palmeiras campeão

  • 1943: São Paulo 0x0 Palmeiras - São Paulo campeão

  • 1944: Palmeiras 3x1 São Paulo - Palmeiras campeão

  • 1950: São Paulo 1x1 Palmeiras - Palmeiras campeão

  • 1971: São Paulo 1x0 Palmeiras - São Paulo campeão

  • 1972: Palmeiras 0x0 São Paulo - Palmeiras campeão invicto e São Paulo vice invicto

  • 1992: São Paulo 4x2 Palmeiras. 2º Jogo: São Paulo 2x1 Palmeiras - São Paulo campeão.


  • Neste quesito o Palmeiras leva vantagem sobre o São Paulo. Foram 5 títulos do Verdão contra 3 do Tricolor.


    DISPUTA EM COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS (Libertadores)

  • 30/03/1974: São Paulo 2x0 Palmeiras - 1ª fase (Grupos)

  • 24/04/1974: Palmeiras 1x2 São Paulo - 1ª fase (Grupos)

  • 27/04/1994: Palmeiras 0x0 São Paulo - Oitavas (1ª partida)

  • 24/07/1994: São Paulo 2x1 Palmeiras - Oitavas (2ª partida)- São Paulo classificado

  • 18/05/2005: Palmeiras 0x1 São Paulo - Oitavas (1ª partida)

  • 25/05/2005: São Paulo 2x0 Palmeiras - Oitavas (2ª partida)- São Paulo classificado

  • 26/04/2006: Palmeiras 1x1 São Paulo - Oitavas (1ª partida)

  • 03/05/2006: São Paulo 2x1 Palmeiras - Oitavas (2ª partida)- São Paulo classificado


  • Aqui, a vantagem é do São Paulo. Foram cinco vitórias do São Paulo, sendo que três delas renderam a classificação à próxima fase da Libertadores (1993, 2005 e 2006), dois empates e nenhuma vitória do Verdão.

    A maior goleada no confronto ocorreu no dia 26 de março de 1939, pelo Campeonato Paulista. O São Paulo goleou o Palmeiras por 6 a 0. Já o maior placar do Verdão sobre o Tricolor aconteceu no dia 19 de maio de 1965, quando emplacou 5 a 0 sobre seu rival.

    De março de 1930 até 27 de novembro de 2011 (último confronto entre as duas equipes) foram 299 partidas. O São Paulo possui leve vantagem sobre o Palmeiras. Foram 103 vitórias para o Tricolor contra 98 do Verdão, além de 98 empates. O Clube do Morumbi balançou 404 vezes a rede do Verdão, equanto o Alviverde marcou 392 no rival.

    É por isso que sempre que há Palmeiras e São Paulo duelando, independente de como estão suas situações no campeonato atual, a emoção é enorme.

    Neste domingo, esperamos que o clássico esteja recheado de emoçoes e que vença o melhor, claro.




    domingo, 12 de fevereiro de 2012

    MAIS UMA VEZ, Corinthians vence São Paulo pelo Paulistão

    O Corinthians é a verdadeira pedra no caminho do São Paulo.

    O Tricolor não vence o Timão há tempos e isso já está pra lá de vergonhoso.
    Na partida de hoje, entrou em campo nervoso e bateu até na mãe.

    E não me venham vocês são-paulinos mais fanáticos dizer que foi culpa do árbitro, que expulsou o João Felipe, ou do pênalti perdido por Jadson, que não vou negar que fez muita falta.
    Porque time que é time de verdade enfrenta tudo sem temer as consequências. E mesmo perdendo o jogo, com um pênalti perdido e com um jogador a menos consegue mostrar o poder de reação. O São Paulo mais uma vez não mostrou.
    Falta muita coisa nesse São Paulo atual (quero dizer dos últimos três anos)

    Como disse nos primeiros posts deste ano, o São Paulo só vai mostrar que realmente voltou a ser um grande time se voltar a ganhar os clássicos. Fora isso será mero coadjuvante nas competições que disputar.

    Ao Corinthians nem tenho nada a dizer. É o melhor time do Paulistão, assim como foi, dentro das limitações do atual futebol brasileiro, o melhor do Brasileirão do ano passado.

    Em 2011, na competição nacional, o São Paulo seguia invicto e líder. Bastou cruzar com o Corinthians para perder a invencibilidade e entrar num mar de derrotas e infelicidades.

    Neste Paulistão 2012 o time comandado por Emerson Leão seguia invicto e líder, mas cruzou hoje com o Corinthians e já perdeu a invencibilidade e a liderança.
    Será a repetição de uma história já vista antes?

    "Goleiros: Onde não nasce grama, surgem ídolos"

    Se o atacante geralmente é o cara mais ovacionado numa partida por ser o homem que balança a rede e traz a magia do futebol, o goleiro, por sua vez, sempre foi o anti-herói do espetáculo.

    Evitar o gol, o grande momento do esporte bretão, sempre foi uma tarefa difícil para os arqueiros. Não é à toa que todas as vezes em que a regra sofre alteração, o primeiro a ser prejudicado é o camisa 1.

    O goleiro não poder mais pegar com as mãos as bolas que são recuadas, não poder ficar agarrado à redonda por mais de cinco segundos, aumento da altura das traves, diminuição do peso das bolas, dentro outras mudanças, sempre foram feitas pensando em dificultar a vida do goleiro e facilitando a vida dos jogadores de linha.

    Mas ao longo dos anos o goleiro passou a ser visto de forma menos "criminosa".

    Depois de 1950, quando Barbosa foi brutalmente crucificado pela derrota do Brasil na copa do Mundo, dentro do Maracanã, as coisas foram mudando.

    Mas foi a partir do final dos anos 1960 que a profissão passou por uma enorme evolução. Isso ocorreu devido a criação do trabalho específico aos goleiros, uma inovação que surgiu da ideia de um ex-goleiro do Palmeiras e da seleção Brasileira, o professor Valdir Joaquim de Morais.

    De lá para cá, os goleiros passaram a ser peças fundamentais e ganharam a confiança dos técnicos. 

    Atualmente, os arqueiros são os que mais treinam, os que mais estudam os adversários e os que podem, inclusive, decidir uma partida, seja defendendo um pênalti ou um chute à queima-roupa, ou até mesmo marcando gols.

    Enfim, pensando na dificuldade que a profissão mais ingrata (como rotulou o jornalista e escritor Paulo Guilherme) tem para se firmar como ídolo, resolvi, junto de meus colegas Rafael Carrieri e Marcos Oliveira, produzir um vídeo documentário sobre os goleiros.

    O trabalho reuniu a experiência dos ex-goleiros Valdir de Morais, Zetti e Ronaldo, além dos jornalistas Flávio Prado e Paulo Guilherme, e contou também com explicações do professor e psicólogo Jocob Goldberg.

    Vale a pena assistir a esse vídeo chamado "Goleiros - Onde não Nasce Grama, Surgem Ídolos" 

    Espero que gostem:

    PARTE 1



    PARTE 2




    PARTE 3




    PARTE 4




    PARTE 5



    PARTE 6 (FINAL)


    Toda e qualquer homenagem ao professor Valdir de Morais é pouca

    Nos dias atuais, poucos boleiros ou profissionais do esporte bretão merecem homenagens em suas despedidas dos gramados.
    A supervalorização da profissão de jogador de futebol conseguiu acabar com o que se tinha de mais bonito no esporte: o amor à camisa.

    Dá para contar nos dedos os atletas que vestem a camisa e a honram com suor e paixão pela agremiação.
    Diferentemente dos atletas do passado, que ganhavam pouco, muito pouco mesmo, mas que se dedicavam como se estivessem indo à guerra representar a nação sem se preocupar com o que iriam comer, ou vestir, ou como pagariam suas contas e seus alugueis após retornar da batalha.

    Pouco tempo atrás, as grandes mídias televisivas perderam horas e horas para produzir e editar reportagens e documentários especiais que abordavam a aposentadoria de Ronaldo, por exemplo.
    Mas essas mesmas mídias, e agora estou incluindo também os jornais impressos, os portais, os blogs e as rádios, sequer perderam os seus "preciosos" tempos para dar uma matéria digna sobre a aposentadoria, anunciada neste sábado, de um dos homens mais importantes da evolução da profissão de goleiros: o Sr. Valdir Joaquim de Morais.

    Para quem não sabe, o Sr. Valdir foi um tremendo goleiro do Palmeiras, mas se consagrou mesmo no final da década de 1960 quando, ao se aposentar como jogador, tornou-se o primeiro "preparador de goleiros" no Brasil. Aliás, ele foi o criador da tal profissão.

    Por onde passou conquistou muitos fãs e fez muitas amizades. Honesto, trabalhador e, principalmente, sensato, o "professor Valdir" diz que no futebol não é necessário desgastar um atleta para que ele alcance seus objetivos. Pelo contrário, "às vezes uma boa conversa depois de um treino produtivo é o essencial. O goleiro precisa ter prazer de treinar, não raiva", diz.

    Sua competência se torna ainda mais evidente depois de ter treinado grandes jogadores no Palmeiras, no São Paulo e até na Seleção Brasileira - de 1982, comandada por outro mestre, o Telê Santana.

    Nomes como Leão, Waldir Perez, Zetti, Velloso, Sérgio, Marcos, Rogério Ceni, dentro outros, foram goleiros que tiveram o privilégio de ter sido treinados por ele. Não é à toa que os nomes citados se tornaram grandes referências em seu clubes. Alguns, inclusive, com conquistas mundiais.
    No segundo semestre do ano passado (2011), tive o enorme prazer de conhecer pessoalmente essa figura ilustre. Ele foi um dos principais personagens do documentário que dirigi sobre goleiros (Assista ao documentário).

    Logo no primeiro contato (por telefone) fui muito bem tratado pelo até então consultor técnico do Palmeiras.

     - Alô, bom dia, Sr. Valdir. Meu nome é Fernando, sou jornalista e estou produzindo um documentário  sobre goleiros e gostaria de tê-lo como personagem do meu trabalho. Qual a chance de conseguir uma entrevista com o Sr.? - perguntei a ele.
     - Bom dia, Fernando. Como vai? Bom, não vejo problema algum em ajudá-lo. Quando você quer fazer? - respondeu o Sr. Valdir com a maior boa vontade.
     - Eu preciso dessa entrevista o quanto antes. Estamos com tempo curtíssimo para produzir o vídeo. Onde poderíamos gravar? - perguntei em seguida.
     - Para mim pode ser a qualquer momento, mas gostaria que fosse, de preferência, aqui no CT do Palmeiras, na Barra Funda, pois fica fácil para mim. - Explicou.
    Na verdade, essa era a resposta que eu estava esperando, pois poderíamos, além da entrevista, gravar imagens do treinamento dos goleiros.
    Daquela papo até o dia da entrevista, muitas outras conversas aconteceram e em todas ele se mostrou muito solícito.

    No dia da entrevista, um sábado de muito sol, chegamos bem cedo no CT da Barra Funda para pegar o treino do Palmeiras, que por sinal estava completamente fechado para imprensa, por ordens do técnico Felipão, por conta da má fase da equipe no campeonato Brasileiro, mas o meu nome já estava autorizado na portaria. Tudo agilizado pelo professor Valdir.

    A entrevista foi um sucesso. Por sinal, foi mais do que uma entrevista, foi uma verdadeira aula de futebol e de vida.

    E é exatamente por saber de todo o valor dele como profissional do futebol, por tudo que ele fez para o esporte, por todos os goleiros que ele ajudou a subir da base para se tornar ídolo (o Rogério Ceni é um caso, pois foi o professor Valdir quem convenceu Telê de que o jovem goleiro já estava preparado para ser reserva do Zetti no profissional), por saber da pessoa que ele é, do seu caráter, entre outras mil qualidades, é que faço meu apelo à imprensa esportiva brasileira que tratou do assunto como se não houvesse a menor importância.

    Eu, sinceramente, não poderia deixar passar batido.
    Obrigado, professor Valdir, por tudo de bom que o Sr. mostrou a seus alunos. Obrigado por fazer parte da história do futebol por meio de seus ensinamentos.
    Não só o futebol, mas o mundo precisa de pessoas como o senhor.    
        


    sábado, 11 de fevereiro de 2012

    Como já era de se esperar, Mário Gobbi é o novo presidente do Timão

    Sem zebra alguma no Parque São Jorge.

    Apoiado por Andrés Sanches, Mário Gobbi vence Paulo Garcia com 60% dos votos na disputa pela presidência do Corinthians.

    Novidade? NENHUMA...

    Foto: Rodrigo Fraga / GloboEsport.com