quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Palmeiras na Lanterna, São Paulo no G4 e Flamengo se distanciando do Z4

O Palmeiras foi a Recife enfrentar o Sport e levou mais uma surra no campeonato Brasileiro. Que fase!
 
A equipe alviverde saiu na frente, com um gol de Henrique. Porém, não contava com a falha grotesca do goleiro Fabio, que após o jogo disse que sofreu falta no lance em que colocou a bola para dentro do gol e resultou no empate do Sport.
 
O segundo gol dos donos da casa aconteceu aos 32 minutos da etapa final, num chute forte de Patrik, de fora da área. Um golaço.
 
Com esse resultado o Sport, que não vencia há três jogos, vai a 25 pontos e assume a sexta colocação. Enquanto isso, o Palmeiras amarga a lanterna da competição, com apenas 14 pontos. Situação bastante crítica para o Verdão, que já ligou o sinal de alerta.
 
Já em Porto Alegre, o Internacional recebeu o São Paulo e se deu mal. A equipe do Morumbi fez uma excelente partida e venceu os donos da casa por 1 a 0, com gol de Paulo Henrique Ganso, tirando a chance do colorado dormir na primeira colocação da tabela.
 
Com a vitória, o Tricolor Paulista chega aos 29 pontos, assume a terceira colocação e volta a brigar por título. Já o Inter, se mantém na segunda posição na tabela e torce por um tropeço do líder Cruzeiro, que joga mais tarde contra o Grêmio, em Minas Gerais.
 
Na Vila Belmiro o Santos conquistou mais três pontos após derrotar o Atlético Paranaense por 2 a 0. Também por 2 a 0 foi o placar da vitória do Coritiba sobre o Vitória, no Couto Pereira, em Curitiba.
 
Jogando em casa, o Figueirense bateu o Botafogo por 1 a 0, no estádio Orlando Scarpelli. O mesmo placar aconteceu na Arena Condá, em Chapecó, na vitória da Chapecoense sobre o Fluminense. Resultado ruim para o Flu que cai para a quinta posição na tabela e começa a se distanciar do líder Cruzeiro.
 
No Maracanã, um resultado surpreendente. O Flamengo bate o Atlético-MG de virada e sobe para décima terceira colocação, somando 19 pontos. Será o efeito Luxemburgo dando resultado lá na Gávea?
 
A única partida que terminou em 0 a 0 foi entre Bahia e Criciúma, que aconteceu no estádio Fonte Nova, na Bahia.
 
Para fechar a 16ª rodada, ainda jogam Cruzeiro e Grêmio, no Mineirão, e Corinthians e Goiás, na Arena Corinthians.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

As imagens punem jogadores. Quando punirão árbitros também?

Foto: Rudy Trindade / FRAME / ESTADÃO CONTEÚDO
No futebol brasileiro, tudo vira uma grande polêmica. E não é para menos.
 
Na tarde de ontem, 18, o meia Petros, do Corinthians, foi punido pela Primeira Comissão Disciplinar do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em 180 dias de suspensão das atividades esportivas por conta da trombada dada pelo jogador no árbitro Raphael Claus, durante o clássico contra o rival Santos, na Vila Belmiro, no dia 10.
 
O meia foi julgado no artigo 254-a do Código Brasileiro de Justiça desportiva, no qual é definido como agressão. É evidente que o departamento do Corinthians deve entrar com efeito suspensivo, principalmente pelo fato de que não houve unanimidade na votação (o auditor e o presidente divergiram e o placar foi 3 a 2 favorável à punição).
 
Não tenho dúvidas de que o Corinthians reverterá essa situação nos próximos dias. Embora a punição aplicada ao jogador esteja dentro da lei desportiva, no Brasil não há nada que não possa ser resolvido com aquele velho "jeitinho brasileiro". E no futebol as coisas não são diferentes. Haja visto as tantas viradas de mesa de clubes rebaixados que voltaram à elite (do futebol) sem sequer sofrer o ônus da segundona, entre outros absurdos que não valem a pena discutir no momento.
 
 
O fato é que ficou extremamente evidente nas imagens (que assisti diversas vezes em vários ângulos e em todas as velocidades) que o jogador agrediu sim o árbitro da partida, embora tente de todas as formas explicar que apenas esbarrou involuntariamente em Claus. E se houve agressão, a punição é mais do que justa. Não concordo com 180 dias. Achei um pouco exagerado. Já vi coisas muito piores nesse esporte que sequer foram julgadas. Acho que trinta dias seria o suficiente para fazer o infrator refletir.
 
No entanto, sem querer fazer qualquer tipo de "advogado do diabo", acho que se as imagens de um lance dentro de campo são utilizadas posteriormente ao jogo para punir um atleta, por que esse mesmo procedimento não é utilizado para punir erros grotescos, e que muitas vezes mudam até a trajetória de um resultado de uma partida, cometidos pelos árbitros e auxiliares em partidas de campeonatos nacionais?
 
É obvio que o que estou levantando nesse texto é algo extremamente polêmico, mas com certeza é um assunto a ser discutido.
 
Até que ponto a interferência extracampo é salutar ao futebol e o que, de fato, pode ser tratado como assunto a ser interferido?
 
Vale a reflexão, não?

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O atual futebol brasileiro é triste e decepcionante

Se fosse em outros tempos, quando eu não prestava tanta atenção no que acontece nos bastidores do futebol, a vitória de hoje do São Paulo sobre o Palmeiras seria motivo suficiente para eu dormir em paz e me preparar para tirar um sarro com a cara dos meus amigos palmeirenses no dia seguinte.
 
No entanto, o que sinto hoje pelo futebol é um misto de tristeza e decepção. O São Paulo bateu o Palmeiras por 2 a 1 e até poderia ter sido por um placar ainda maior, não fossem os erros grotescos de arbitragem, mas assim mesmo não convenceu e não estou feliz. O futebol atual é triste demais. Acabou aquela emoção, as disputas incríveis, os grandes craques, os grande clássicos, enfim.
 
E nem tanto pelo que o São Paulo vem apresentando dentro de campo, mas pelo que tenho visto em diversas partidas de muitas outras equipes do Campeonato Brasileiro. O futebol brasileiro sofre de um trauma muito doloroso. Uma pancada que sofreu do próprio esporte há anos, quando mudou-se a maneira de jogar bola, mas que o Brasil resolveu parar no tempo. E os dirigentes (cartolas) brasileiros, arrogantes como sempre, parecem não estarem tão preocupados com isso.
 
Haja visto o que aconteceu na última Copa do Mundo, na qual a nossa seleção se mostrou fragilizada e ultrapassada, o que levou a um verdadeiro vexame dentro de sua própria casa. E o que se viu de mudança de lá para cá? Nada. Nem mesmo uma conversa a respeito.
 
Quando se diz por aí que o Brasil precisa se reinventar, se atualizar, estão querendo dizer que há uma necessidade de transformação no modo como se gerencia esse esporte aqui no País. É preciso pensar, e rápido, numa fórmula eficaz de retenção dos nossos talentos de modo que esse "êxodo", tão praticado atualmente, aconteça cada vez menos, pelo menos não aconteça antes de o atleta ter uma formação dentro do clube onde foi revelado.
 
Ou seja, quero dizer que é necessário vetar, de alguma forma, a saída desses jovens atletas para o futebol exterior antes de eles se tornarem jogadores profissionais. Acredito que uma forma interessante seria criar uma lei que proíbe que um garoto seja transferido para o exterior antes de completar "x" idade, o que obrigaria o clube a ser o responsável pela formação desse jovem atleta. Isso seria extremamente salutar ao futebol brasileiro. 
 
Está mais do que na hora de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se reunir com os representantes dos principais clubes do País para discutir o futuro do futebol brasileiro e elaborar soluções ao esporte, com mudanças drásticas de postura.
 
É impressionante o número de garotos, que sequer atuaram com profissionais nos seus clubes de origem, deixando o Brasil para se formar profissionalmente em outros países. E isso acontece por quê? Porque os clubes brasileiros sofrem com falta de dinheiro. E muitas vezes esses clubes percebem nesses garotos uma oportunidade para "fazer o caixa" e pensar em alguma contratação de nomes conhecidos no mercado.
 
O grande problema é que esses garotos acabam saindo do País por uma mixaria, o que não resolve o problema de ninguém: nem do clube, que não arrecada o que realmente necessita para investir em infraestrutura, e nem do próprio futebol, que acaba empobrecido no que diz respeito à qualidade dentro dos campos brasileiros.
 
Na Alemanha, por exemplo, o Borussia Dortmund deu um verdadeiro exemplo de administração e gerenciamento. Em 2005, o clube estava à beira da falência financeira. Afundado numa dívida de € 180 milhões (R$ 468 milhões). Para quem não sabe, a diretoria do Borussia chegou a pedir dinheiro emprestado ao seu maior rival, o Bayern de Munique que, mostrando que rivalidade começa e termina dentro das quatros linhas, não hesitou em ajudar.
 
Porém, o empréstimo não foi suficiente para tirar o Borussia da situação crítica. Salários altíssimos, contratações exorbitantes e uma administração completamente perdida e sem controle financeiro eram os principais motivos do momento conturbado do clube alemão.
 
Foi quando eles resolveram contratar uma consultoria em gestão empresarial, chamada Roland Berger, para resolver essas questões que já estavam fora de controle. As primeiras ações da consultoria foram: cortar os altos salários; parar com as contratações desnecessárias e investir, urgentemente, nas categorias de base do clube.
 
E deu certo. O Borussia Dortmund revelou diversos craques e passou a ser protagonista em diversas competições. Claro que, para isso, teve de mudar completamente seus costumes e ter paciência. Foi um trabalho focado na restruturação financeira do clube que rendeu, cinco anos depois, diversos títulos importantes, sem contar a participação na finalíssima da Champions League, em 2013. 
 
Só para não perder o fio da meada, ainda falando sobre Alemanha, a Bundesliga faz um trabalho incrível para equilibrar a competição. Ela controla as dívidas dos clubes de modo que nenhum clube alemão gasta mais do que entra de receita. Além disso, ao contrário do que acontece em muitos países, inclusive no Brasil, a divisão da cota paga pela TV para transmissão dos jogos é realizada de maneira muito mais justa.
 
Ao invés de negociar diretamente com cada clube, na Bundesliga a TV paga pelo campeonato todo. Ao término da competição, cada equipe recebe o equivalente pela sua posição. O principal objetivo é fazer com que os clubes pequenos consigam uma boa grana para investir em novos talentos e contratações, o que mantém o equilíbrio entre as equipes.
 
Talvez seguir algumas dessas iniciativas podem dar um rumo um pouco diferente ao futebol brasileiro que está ultrapassado e já não bota medo em mais ninguém.
 
Claro que, para colocar em prática qualquer nova ideia, é necessário uma boa conversa entre as instituições que comandam o futebol e os clubes brasileiros. Só assim poderemos ter esperança de que as coisas vão melhorar e que na próxima Copa do Mundo voltaremos a ser protagonistas e não coadjuvantes.

domingo, 17 de agosto de 2014

Choque-Rei de 1994: Um dos melhores que já vi

Logo mais, às 16hs, teremos Palmeiras e São Paulo se enfrentando no estádio do Pacaembu em partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 2014. As duas equipes encontram-se em situações distintas na competição, o que deve garantir um Choque- Rei bastante eletrizante.
 
O mandante Palmeiras, que conta com força total, ocupa a 14ª colocação na tabela, com 14 pontos. Uma situação muito complicada, já que Figueirense, Botafogo e Flamengo (os três primeiros clubes que amargam a zona de rebaixamento) estão com 13 pontos ganhos. Ou seja, se o Verdão perder para o São Paulo dependerá de combinações de resultados para não entrar na próxima rodada na zona da degola. Preocupante.
 
Já o Tricolor Paulista entra em campo com equipe "quase" completa. Douglas, António Carlos e Osvaldo não jogam, pois cumprem suspensão automática por terem levado três cartões amarelos. No entanto, Rafael Tolói e Kaká, que foram poupados na partida contra o Bragantino, no qual o São Paulo perdeu 3 a 1 e foi eliminado da copa do Brasil em pleno o Estádio do Morumbi, devem reforçar o elenco neste domingo.
 
Mas, na verdade, eu gostaria de falar sobre algo do passado. Sobre uma partida entre Palmeiras e São Paulo que considero uma das mais fantásticas em termos de futebol bem jogado. Trata-se do primeiro jogo das oitavas de final da Taça Libertadores da América de 1994.
 
Nesse jogo, o Verdão foi melhor do que o Tricolor. E, embora tenha terminado em 0 a 0, esses dois gigantes do futebol brasileiro deram um show de habilidade, tática e inteligência. As redes só não balançaram porque de um lado tinha o goleiro Zetti que foi, sem a menor dúvida, o melhor em campo, praticando defesas inacreditáveis. Do outro, o Palmeiras contou com uma ajudinha do árbitro que não assinalou pênalti de César Sampaio sobre Euller.
 
Bom, mas aí você deve se perguntar: "Como ele pode dizer que foi um dos jogos mais fantásticos entre Palmeiras e São Paulo se sequer houve um gol para fazer a torcida explodir de alegria?". Ok, que te respondo.
 
O ano de 1994 foi um dos mais maravilhosos para o Futebol Paulista. O São Paulo, no comando de Telê Santana, vinha de uma sequência de títulos importantíssimos. Foi bicampeão da Libertadores da América e do Mundial de Clubes (92 e 93) e fazia uma campanha incrível na competição continental de 1994. O Palmeiras, comandado por Vanderlei Luxemburgo, havia conquistado o campeonato Paulista e montava uma equipe que viria a ser campeã brasileira do mesmo ano. Ou seja, se enfrentavam, naquele momento, os dois melhores clubes de 1994, indiscutivelmente.
 
Bom, mas nessa partida, em questão, o que me fez ficar de boca aberta foi atuação do goleiro Zetti, que defendeu até pensamento. O grande camisa 1 do São Paulo estava em sua melhor fase na carreira. Não foi por acaso que chegou a ser o quinto maior goleiro do Mundo ( o que na verdade foi uma verdadeira injustiça, pois não tenho dúvidas de que ele poderia alcançar o topo da lista - veja aqui a lista dos melhores goleiros do mundo em 1993).
 
O Palmeiras, como já citei, foi superior ao São Paulo, que dessa vez parecia mais cautelosa, pois sabia do potencial ofensivo do seu oponente. A equipe de Telê Santana resolveu esperar o adversário no seu campo de defesa para sair em busca de uma oportunidade nos contra-ataques. Por conta disso, Zetti teve de mostrar toda sua elasticidade e agilidade, além de um posicionamento perfeito, para salvar o que poderia ter sido uma goleada alviverde.
 
Foi um verdadeiro bombardeio. A bola vinha de todos os lados do campo, em todas as alturas. Tinha chute no ângulo direito, no ângulo esquerdo, meia altura, bola rasteira, enfim. Somente mesmo um goleiro muito bem treinado e determinado poderia resistir à genialidade de Edmundo, que, mesmo substituído na segunda etapa, foi o grande nome do Palmeiras.
 
Por falar em substituição, o craque Edmundo saiu de campo muito "P" da vida com o professor Luxa. Segundo o atacante, ele "já entrava em campo com a certeza que seria substituído", e isso ele não queria para a sua carreira. E se a situação entre jogador e treinador (do Palmeiras) não eram boas antes do clássico, depois deve ter ficado ainda pior. E o Zetti tem lá sua culpa por isso (risos).
 
Eu nunca escondi minha simpatia e admiração pela posição de goleiro. Talvez por isso, por eu prestar tanta atenção nesses caras, é que vejo essa partida como uma das mais incríveis. Primeiro pelo fato de ter em campo as duas maiores equipes que já vi jogar ( O São Paulo da era Telê e o Palmeiras da era "Parmalat"), segundo, pela beleza tática das duas equipes, e, terceiro, pela atuação impecável daquele que considero o maior goleiro que vi em atividade, o grande Zetti. 
 
Deixou saudades, com certeza.