terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A "estrela" e o "estrelismo"

Dificilmente escrevo aqui no Papo de Bola momentos de minha vida pessoal. Geralmente quando isso acontece é porque, de alguma forma, o assunto a ser tratado envolve o futebol, que por sinal é o tema central do blog.

Hoje quero compartilhar com vocês, leitores desta humilde página esportiva, um jogo que participei no sábado, 18, no Guarujá,com algumas personalidades do esporte.

A pelada acontece todos os anos na casa do Fran, conselheiro do Corinthians, mas dessa vez fiz questão de registrar aqui, neste espaço.

Afinal, não é sempre que a gente enfrenta, num joguinho entre amigos, a maior estrela do futebol brasileiro e, sem dúvida, a maior promessa do futebol mundial. Estou falando de Neymar, do Santos.

São várias equipes que participam do evento. Algumas delas como os times de Masters do Corinthians e do Santos, além dos times Turma do Flávio Prado (no qual sou o goleiro titular), Ministério público, Magistrados e Amigos do Fran, que sempre traz alguns craques, são presenças garantidas todos os anos.

Time do Flávio Prado: De pé: Fernando, Lê, Cauê e Breno. Agachados: Murilo, Dani Meccia, Fabinho e Caio
Fernando (Eu), arrumando a barreira
Neste ano, além de defender o meu time, que por sinal venceu o primeiro jogo por 8 a 2, tive o enorme prazer de jogar pela equipe "Amigos do Fran". Por sinal, um timaço. A zaga tinha o campeão do Mundo de 2002 pela Seleção Brasileira, Roque Jr. No meio, a inteligência de Wladimir, ex-jogador do timão e, no ataque, o craque Dodô da Portuguesa, além do anfitrião da festa, o Fran.

Mas o problema estava no adversário que contava com Neymar e seu pai, além de um garoto chamado João Kléber que até agora não entendo como ele não é um jogador profissional. E essa não é a primeira vez que enfrento o craque da Vila Belmiro (No ano passado o nosso time, "Turma do Flávio Prado", enfrentou a equipe do "Amigos de Servilho", no qual o Neymar foi o atacante.

Foi um jogo pra lá de "pegado". E embora seja uma partida entre amigos, com clima de festa, jogador profissional que se preze não admite perder, pelo menos não de mão beijada. De um lado, Dodô e Roque Jr. suando o colete para vencer. O goleiro aqui (EU), nem se fala. Pelo outro lado, Neymar parecia que estava jogando uma partida do Brasileirão.

Inteligente, rápido, com passes precisos e chutes fortes, o garoto da Vila mostrava que queria sair de campo com a vitória. Fez dupla de ataque com o Sr. Neymar, pai dele. Aliás, o coroa joga muita bola e orienta o filho o jogo inteiro. Às vez sai até um puxão de orelha.

Mais uma vez time que encarar o craque
Bom, para resumir o futebol, Neymar saiu de campo sem fazer gol, ou seja, barrei o maior craque do Brasil. "Agora vocês entendem porque fiz questão de falar sobre o jogo de final de ano?" rs.
Mas o que realmente me impressionou foi a humildade do garoto da Vila. Agora entendo porque o pai dele, o Sr. Neymar, faz questão de não desgrudar do filho. A educação de Neymar é algo fora do normal, e isso tudo são frutos do pai, que é a "humildade" em pessoa. Diferentemente de algumas pessoas que lá estavam presentes que nem sequer na mídia aparecem, mas que fazem questão de olhar nos seus olhos com certa arrogância, como se você fosse "nada".

Essa é a diferença da "estrela" para o "estrelismo". Enquanto Neymar, o mais badalado jogador do País, esbanja risadas e gentilezas, alguns se sentem mais importante que a própria "estrela". Faz parte da vida.

Mas enfim, fica aqui um abraço a Neymar, a Dodô, outro ser-humano fantástico, um tremendo caráter, e ao Fran, que nos recebeu mais uma vez em sua casa com muito carinho. Ano que vem tem mais, se Deus quiser...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dentre os grandes, és o primeiro

Costumo dizer que todo 16 de dezembro é a data que, de fato, o ano termina para o futebol brasileiro. E não é apenas por razão dos campeonatos do País terem terminado suas jornadas, mas porque um grande clube comemora seu aniversário fazendo com que a temporada se encerre com chave de ouro.

E não é prepotência nem arrogância do torcedor, como muitos "cotovelos machucados" insistem em dizer, mas um fato pra lá de consumado, já que estamos falando de uma força indiscutível no esporte, de um clube que prova a cada dia sua diferença estrutural, sua superioridade de títulos e conquistas em relação aos outros, enfim, estamos falando de São Paulo Futebol Clube.

Foi num 16 de dezembro de 1935, dentro do escritório do advogado Sílvio Freire, situado na Rua XI de Agosto, sala 9-a, em São Paulo, às 22h, que nascia o Tricolor Paulista. O clube mais vitorioso do futebol brasileiro.

De lá para cá, o São Paulo conquistou inúmeros títulos e foi se firmando aos poucos no cenário esportivo até se tornar a grande potência que é nos dias atuais. Sua estreia em um campeonato oficial aconteceu no dia 25 de janeiro de 1936 (por sinal, aniversário da Cidade de São Paulo). O adversário foi a Portuguesa Santista.

Devido ao aniversário da cidade, que foi comemorado na Avenida Paulista, a partida esteve ameaçada de não acontecer. Tudo isso porque havia uma lei que impedia a realização de manifestações  ou eventos que pudessem, de alguma forma, rivalizar com a tal parada. Mas felizmente a Secretaria Municipal da Educação acabou autorizando o espetáculo que teve vitória são-paulina por 3 a 2.

Foto da equipe no jogo contra a Lusa Santista
A primeira final disputada pelo Tricolor Paulista foi em 1938, pelo campeonato Paulista. O oponente foi o rival Corinthians, que sagrou-se campeão com um empate por 1 a 1, mas com um gol de mão que o "juizão" validou. Para vocês verem como a "mancha" corintiana começa cedo.

Em 1940, com o estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu) de pé, o São Paulo conquistou seu primeiro título: o Torneio Inicio do Campeonato Paulista. Foi sem dúvida o começo de uma vida (sem fim) de títulos.

O Tricolor iniciou uma arrancada desenfreada de conquistas. Batia nos pequenos, nos grandes, nos fracos, nos fortes, enfim, não havia tempo ruim para  o clube paulista.

A fase de jejum, que aliá todas as equipes grandes já passaram, algumas passam até hoje, foi durante a construção do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, na década de 50. Um período em que todo são-paulino prefere apagar de sua memória. Porém a recompensa veio em dobro. Com o estádio pronto, a diretoria voltou a investir no time, montando esquadrões fantásticos.

Mas apenas campeonatos regionais não eram suficientes para fazer o clube cair nas graças da torcida. Algo mais teria de surgir para legitimar a força desse novo clube. Faltava, na verdade, um título de peso.

E ele veio somente na década de 70, com a conquista do primeiro Campeonato Brasileiro para a galeria de troféus do Morumbi. Foi num dia de chuva, em Minas Gerais, contra o poderoso Atlético-MG. A equipe que tinha o grande goleiro Waldir Peres levantou a taça após suada disputa nos pênaltis.

Na década de 80 o tricolor também foi ao topo do Brasileirão após vencer na final o Guarani, dentro do estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, em 1986. O protagonista do título foi Careca, um dos maiores centroavantes que o Brasil já teve. Foi dos pés dele, na prorrogação, que saiu o gol do título.

Mas a consagração, com direito a reconhecimento mundial, aconteceu na década de 90. À época, o presidente Eduardo Mesquita Pimenta acreditou em Telê Santana, até então considerado pé-frio pelos fracassos de 82 e 86 na seleção brasileira, e montou um verdadeiro esquadrão. Fazendo barba, cabelo e bigode. Ou seja, vencendo tudo o que disputou.

Em 1991, foi campeão paulista em cima do Corinthians, com uma atuação sensacional de Zetti, Raí, Muller e companhia, e levantou o caneco do Brasileirão, após bater o Bragantino. Título esse que o classificou para a Libertadores do ano seguinte.


Raí comemora gol na Libertadores
Aliás, por falar em ano seguinte, 1992 foi o momento de ápice e euforia, tanto para o clube quanto para o torcedor. O São Paulo conquistou o Tereza Herrera e o Ramon de Carranza, sobre Barcelona e Real Madrid, respectivamente. Mas foi a Taça Libertadores da América e o Mundial de Clubes que o tornaram o clube uma potência internacional.

O Mundo inteiro falava sobre São Paulo Futebol Clube. Torcedores de todos os clubes paravam para ver a equipe de Telê jogar. Era um futebol diferente, bonito, com velocidade, habilidade, inteligência e honesto, acima de tudo. Era o estilo Telê Santana de ser predominando no País.

Em 1993, eis que a consagração vem à tona. O São Paulo bate o Universidad Católica do Chile e conquista o Bi da Libertadores. Em dezembro deste mesmo ano, vai ao Japão e supera o Milan no Mundial de clubes. Mais uma vez deu São Paulo no topo do mundo.

A história não parou por aí. Pelo contrário. Embora grandes craques como Raí, Muller, Palhinha, Cerezzo, Zetti, Cafú, Telê Santana tenham deixado o clube, a equipe encontrou um novo ídolo. Um atleta que se dedica de corpo e alma ao clube e que veste a camisa tricolor seja qual for a situação. O nome dele é Rogério Ceni.

Rogério assumiu o gol do São Paulo em 1997, com a saída de Zetti, e de lá para cá se tornou o jogador que mais vestiu a camisa são-paulina, além de ter batido vários recordes e se tornado o maior goleiro artilheiro da história do futebol mundial, com 93 gols marcados.

Foi com ele que o São Paulo novamente esteve estampado nos principais jornais esportivos do mundo após as conquistas da Libertadores e do Mundial, ambos em 2005. O Tricolor é o único clube do Brasil que possui três títulos dessas duas competições internacionais.

Em 2006, 2007 e 2008 o São Paulo, que era comandado por Muricy Ramalho, discípulo de Telê, conquistou um feito inédito no futebol brasileiro. Tornou-se o primeiro clube a levantar por três vezes seguidas o troféu de campeão Brasileiro.

E isso é apenas o esboço de um resumo da história gloriosa que esse clube possui. É impossível negar que o São Paulo é um dos clubes mais importantes do Brasil e do mundo.

Por isso, fica aqui os meus parabéns a essa tão respeitada agremiação que completa neste 16 de dezembro de 2010 os seus 75 anos de existência.

Que viva o futebol. Que viva o São Paulo F.C. que, como diz sue hino, "dentre os grandes, és o primeiro.




quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Brasileirão é Brasileirão, e não se fala mais nisso

Eu tinha decidido que não comentaria a esdrúxula decisão da Confederação Brasileira de Futebol de unificar os títulos Roberto Gomes Pedrosa (Robertão) e Taça Brasil com o Campeonato Brasileiro.

Qualquer idiota percebe que a ideia da instituição é beneficiar uns e prejudicar outros, mas prefiro não entrar no mérito da questão, pois me irrito demais quando o assunto é CBF.

Por outro lado, uma explicação a quem sequer sabe o que significa unificar três competições distintas é muito válida. E hoje, lendo o blog Olhar Crônico Esportivo, do colega Emerson Gonçalves, do Globo Esporte.com, encontrei um artigo muito bom falando a respeito e explicando, de forma clara e compreensiva, a decisão maluca e incoerente tomada pela CBF.

Tomei a liberdade de publicar aqui no Papo de Bola com FR no intuito de divulgar o texto cujos argumentos são valiosos e verdadeiros:


Por que reescrever a história?

Por Emerso Gonçalves

Hoje existe o photoshop, badalado e usado até além dos limites do imaginável. Mesmo sem ele, entretanto, os soviéticos durante décadas modificaram a realidade, tentaram reescrever a história. Por ordem de Stalin, todas as fotos de grandes momentos da Revolução de Outubro e dos primeiros anos do regime soviético, em que Trotsky aparecia ao lado de Lênin, foram retocadas, já que a determinação era clara: deletar Trotsky. Nos textos e livros a tarefa era bem mais fácil, bastava apagar, queimar ou censurar previamente. Em pleno quarto final do século XX, nos derradeiros momentos da União Soviética, o photoshop primitivo, mas eficiente, continuou funcionando: as fotos de Gorbatchev eram retocadas para eliminar a mancha avermelhada em seu crânio. Entre outros motivos alegados, um era que parte do povo russo associava aquela mancha de pele a um sinal do coisa ruim.

Por aqui, nessa Terra de Vera Cruz, é comum vermos e ouvirmos mestres diversos, sem formação digna de tal título, tentarem reescrever nossa própria história, qualificando com olhos radicalizados e deformados de hoje as bandeiras e bandeirantes do passado. E por aí vai e vai longe.

No futebol também vemos uma tentativa de reescrever a história, através da tal unificação de títulos nacionais.

Com todo o respeito que merecem os grandes times e craques do passado e até por isso mesmo, acho que estamos vendo uma grande bobagem, difícil de ser levada a sério por quem tem um mínimo de conhecimento histórico e também de futebol.

Para quem não gostou dessa introdução, paciência. É o que penso e não vou pensar diferente para agradar a quem quer que seja.

A Taça Brasil nunca foi um campeonato nacional. Paulistas e cariocas entravam na disputa já nas semifinais e dela participavam somente os campeões estaduais. Vou mais longe: era um torneio que pouco interesse despertava no torcedor, pelo menos na cidade e no estado de São Paulo. Pequeno era seu impacto e mesmo palmeirenses e santistas interessavam-se muito mais – e às vezes tão somente – pelo Campeonato Paulista. Digo isso por ter vivido aquela época e por ter palmeirenses e santistas em minha família, além de corintianos e são-paulinos, mas uma vista d’olhos nos arquivos de nossos jornais mostrará o mesmo quadro. Aliás, tivemos casos de clubes que não a disputaram por falta de interesse e até mesmo W.O. em 1968, quando o Metropol, de Santa Catarina, não enfrentou o Botafogo.

Nos títulos de 63 e 65 o Santos disputou quatro partidas em cada competição.

Quatro!

Na conquista de seu pentacampeonato da Taça, série que foi quebrada pelo Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes, o time do Santos disputou um total de 24 partidas. Aliás, essa é a lembrança mais forte, quase única, que tenho da Taça Brasil. E não pela competição em si, e sim pelo fato de um time até então pouco conhecido dos torcedores comuns surgir no cenário goleando o Santos, vencendo-o em dois jogos seguidos. Meu pai era mineiro, mas ele próprio quase nada conhecia do Cruzeiro naquela época, embora conhecêssemos muito bem o Tupi, pois grande número de parentes morava em Juiz de Fora, e dois de meus primos jogaram por essa equipe.

Em cinco anos, em cinco edições da competição, um total de 24 partidas. Apenas para efeito de comparação, o campeão brasileiro – de fato – que mais “moleza” encontrou, foi o Vasco da Gama, em 1989, que disputou “somente” 19 partidas para conquistar o título, vencendo o São Paulo no Morumbi, com gol de Sorato.

Dezenove! E foi o campeão com menor número de partidas disputadas.

Claro que isso por si só não é fator que justifique isso ou aquilo, mas dá uma boa ideia do que é uma taça, uma competição com caráter de copa, e o que é um campeonato nacional de fato.

Volto a um ponto em que já toquei: para o torcedor, e também para a imprensa da época, a Taça Brasil nunca teve o caráter de um campeonato nacional.

Como tampouco teve esse caráter o Robertão ou, na verdade, o Rio/São Paulo um pouco ampliado. Os clubes participavam por convite, não por direito. E a competição não abrangia todo o Brasil, muito pelo contrário. Embora já tivesse uma cara mais próxima da de um campeonato nacional, não o era. Dizer que foi é deturpar a história, simplesmente. O que vai nos levar a mais uma insanidade: dois campeões brasileiros no mesmo ano, por duas vezes (Palmeiras e Palmeiras, em 1967, Botafogo e Santos em 1968). Nada mais tupiniquim, realmente.

O Campeonato Brasileiro começou em 1971.

Esse é o fato.

Não há porque desmerecer o passado tentando reescrevê-lo.

Em tempo: o que ocorreu em 1987 nada tem em comum com o passado. Tivemos duas competições efetivamente nacionais, com duas organizações diferentes, uma das quais oficial. E a outra, mesmo não sendo oficial, tem e teve o respaldo de grande parte da sociedade e do mundo da bola como um autêntico campeonato brasileiro.

Finalmente, acho estranho a direção de uma confederação dar-se o direito de mudar a história. Que eu saiba, clubes e federações estaduais (fazer o que se elas existem?), mas principalmente os clubes, razão de ser do futebol, não foram consultados a respeito. Não vi nenhuma convocação de uma assembleia geral para discutir e votar essa proposta.

Não reconheço legitimidade numa decisão de gabinete como essa, caso ela venha a ser tomada, realmente.

E, ao fim e ao cabo, a pergunta do título fica sem resposta: por que reescrever a história?

Não vejo motivo real para isso.

(Lembrando a todos, o que não deveria ser necessário, que isto é uma opinião, no caso, a minha. Cada um é livre para pensar como melhor entender e manifestar esse pensamento. Este OCE está, como sempre, aberto ao debate e à manifestação de opiniões, desde que com um mínimo de educação e sem ofensas.)

Fonte: Blog Olhar Crônico Esportivo - Emerson Gonçalves

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

No estilo Celso Roth

Muito me espantou quando vi, neste ano de 2010, o Internacional de Porto Alegre levantando a taça de campeão da Libertadores da América.

Calma, torcedor colorado. Não estou dizendo que a equipe é fraca nem muito menos menosprezando a camisa vermelha de tanta tradição. Muito pelo contrário. Respeito e muito esse clube que, na minha opinião é, junto com o São Paulo, uma das equipes mais estruturadas do futebol.

A minha indignação foi ver Celso Roth, o técnico que fica sempre no "quase", conquistar um torneio tão importante que poucos conseguiram neste País. Não é possível conceber a ideia de que ele, Roth, possa se igualar a Lula, do Santos, Telê Santana, do São Paulo, dentre outros mestres e gênios do esporte.

Porém, o Inter foi valente, guerreiro, com um futebol rápido, inteligente e objetivo, e assim bateu o Chivas, do México. Feito que o garantiu no Mundial de Clubes.

Sendo assim, ele, Roth, teria a chance de calar minha boca e provar que eu sempre estive equivocado, certo?

Errado!

O Inter fez sua tão esperada estreia no Mundial há poucas horas. O adversário foi um tal "zé ninguém" africano, cujo nome é mais estranho ainda, Mazembe.

A surpresa dessa equipe começou na semana passada, quando eles bateram o Pachuca, do México, que até então era favoritíssimo.

O que não se esperava jamais era que essa equipe desconhecida do mundo pudesse bater o campeão das Américas. O respeitado Internacional.

Pois bem. Os tais "desconhecidos" provaram que o futebol deixou de ser tão previsível, e que para se tornar um campeão é preciso muito mais do que simplesmente camisa. É necessário ter raça, vontade, coração, união, "técnico", simplicidade e, mais do que tudo, humildade.

É dessa forma, unindo todos esses ingredientes fundamentais e indispensáveis, que o Mazembe é o primeiro finalista do Mundial de Clubes de 2010.


Imperador no Parque São Jorge

Onde há fumaça "sempre" há fogo. Não tenha dúvida.

Os rumores de que Adriano estaria de malas prontas para regressar ao Brasil não são à toa.

Há um enorme interesse de jogador que disse, inclusive, aceitar rebaixar seu salário para voltar a jogar no seu País.

Embora Rosella Sensi, presidente do Roma, atual clube de Adriano, negue as informações, o imperador já está com um pé no Parque São Jorge. Está praticamente tudo acertado, inclusive salário. Faltam apenas as assinaturas para firmar o contrato. E isso são informações de fontes seguras.

Ontem o empresário do atleta, Gilmar Rinaldi, também negou as negociações. Disse, inclusive, que sequer conversou com Rosella.

Ainda não entendi muito bem o motivo de esconder a transação. Não sei a quem eles pretendem preservar. Se é que a ideia é preservar alguém. O fato é que o ataque corintiano contará com uma dupla poderosa, embora muito pesada, para disputar a Libertadores de 2011 (Ronaldo e Adriano).

Por falar em Libertadores, o presidente do timão, Andrés Sanches, disse que não está nem um pouco preocupado com o grupo que o Corinthians deve fazer parte, caso passe na pré-libertadores (uma espécie de repescagem). Trata-se do grupo mais forte da competição, com Estudiantes-ARG, Cruzeiro e Guarany-PAR.

Eu, no lugar do presidente alvinegro, tomaria muito cuidado ao falar dessa competição. Mesmo porque, quem foi que disse que o Corinthians está garantido na fase de grupos? E não esqueçam que esse é o torneio que assombra a equipe do Parque São Jorge. Portanto, seu Sanches, cuidado nas palavras e nas atitudes.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O título que marcou...

A cabeça do ser-humano é fantástica. Ela possui um dispositivo chamado "memória" capaz de arquivar todos os tipos de acontecimentos, sejam eles bons ou ruins, que acontecem nas nossas vidas.

O torcedor, por exemplo, não esquece jamais do nome daquele grande jogadorque passou pelo seu clube de coração e deixou boas recordações. Não esquece também daquela grande jogada, ou daquele maravilhoso gol, ou talvez daquele título pra lá de importante.

Pois é. Na minha "gaveta de recordações" há um título conquistado pelo clube do meu coração que ficará eternamente na frente dos meus olhos. Uma taça que poucos times do Brasil tiveram a honra e disputar e ganhar.

Ele aconteceu na madrugada de um sábado para domingo, num 12 de dezembro de 1993. Mas é impossível falar do momento da conquista sem descrever como foi o dia em que antecedeu a partida.

Eu morava numa rua tranquila que ficava a um quarteirão da Avenida Paulista, na capital de São Paulo. Com apenas dez anos de idade, logo que acordei fui até a banca de jornal mais próxima, que ficava praticamente na frente do meu prédio, para ler as notícias esportivas. Aliás, essa atitude já estava acontecendo há pelo menos uma semana.

Queria estar por dentro de tudo que diziam a respeito do "Jogo do Século", como foi rotulado por alguns jornalistas esportivos da época.

O Milan, temido e respeitado campeão da Europa, enfrentaria o "dono" das Américas e detentor do último título mundial de Clubes, o São Paulo. Talvez o invejado currículo das duas equipes no cenário mundial e a força individual e coletiva de ambas explicavam o tal título dado para o confronto.

As ruas da capital estavam tomadas por cores vermelho, branco e preto. O hino são-paulino era escutado em cada canto que eu andava. O clima era de Copa do Mundo. Nunca tinha visto nada parecido no que diz respeito a um clube de futebol.

Os carros, cobertos por bandeiras do tricolor, passeavam lentamente pelas avenidas mais movimentadas da cidade, tocando suas buzinas que, aos poucos, viravam uma sinfonia um tanto quanto desajeitada, sem muito ritmo. Mas quem se importava com isso?

Estouros de rojões eram um atrás do outro, quase que sem parar. Parecia que o torcedor havia combinado. Só parecia.

E eu até que tentei esquecer um pouco da partida, até mesmo para tentar diminuir a ansiedade, já que o duelo estava marcado para às 2 da manhã, mas confesso que não dava.

A cada minuto que passava, ou que parecia não passar, eis que um frio na barriga subia e arrepiava o corpo inteiro. Almoçar até que almocei, mas a janta foi terrível. Se dei duas garfadas na comida, foi muito.

O pior de tudo é que minha mãe, a dona Cristina, são-paulina de coração, deixou bem claro a condição para eu assistir ao jogo: "Só vai assistir se for para cama às 21h, para poder dormir um pouco. Caso contrário não assiste a jogo nenhum". Claro que acatei, afinal de contas não poderia perder sequer  a escalação.

Gol de Muller: O gol do Título
O problema foi pegar no sono. Virei para um lado, para o outro, e nada de sono. Peguei meu Walkman e liguei na rádio Jovem Pan AM para escutar os comentários sobre o jogo tão esperado. Dessa forma acabei dormindo.

Só fui acordar com uma bateria de fogos, faltando 20 minutos para começar o jogo. Percebi que minha mãe estava acordada e aí levantei. Meu irmão fez o mesmo. E nem foi preciso trocar de roupa, pois dormimos com as nossas camisas do São Paulo.

 O jogo começou e o coração que estava acelerado passou a disparar quando o Palhinha abriu o placar para o Tricolor do Morumbi. Massaro empatou no final do primeiro tempo. Mas o São Paulo foi valente e chegou ao segundo gol com o vovô Cerezo. O Milan voltou a empatar, dessa vez com Papin.

Tudo levava a crer que a partida terminaria empatada e que a prorrogação estaria por vir,. Foi quando, numa jogada esquisita, Muller faz o terceiro gol para o Tricolor. O gol do título. O gol que não sai da minha cabeça. Um título que ficará guardado até o dia em que eu não mais existir.

E hoje, num 12 de dezembro de 2010, essa conquista completa exatos 17 anos.

Parabéns ao São Paulo, hoje já tricampeão do mundo, por me trazer tantas alegrias como essa que relatei... Obrigado.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Escapou...

Pênalti é sorte ou competência?

Ontem o Goiás deixou escapar a chance de estar na Taça Libertadores da América de 2011, pelo caminho mais curto. Foi derrotado na Copa Sul-Americana pelo Independiente, nos pênaltis.

Os atletas argentinos converteram todas as cobranças enquanto o brasileiro Felipe desperdiçou chutando a bola na trave. Excesso de preciosismo? de confiança? falta de sorte? ou quem sabe falta de competência?

Não importa. Na verdade o Goiás pecou nos gols sofridos durante o tempo normal (3 a 1 para os donos da casa). Esse foi o erro fatal e que decretou sua derrota.

Não fosse isso, a atuação esmeraldina teria sido perfeita. Suportou toda pressão argentina, inclusive na madrugada que antecedeu a partida, quando torcedores rivais foram às ruas disparar rojões em frente ao hotel onde a equipe descansava. Sem contar as pedras atiradas no ônibus da deleção alviverde na entrada do estádio. Já dentro de campo, atuou o tempo todo de forma ofensiva e armou um forte esquema de marcação. Além disso, foi o Goiás quem criou as melhores oportunidades de gol.

Infelizmente não deu. E falo "infelizmente" por que torci cegamente para que os brasileiros vencessem, principalmente depois que a partida começou.

Sou totalmente partidário do futebol bonito, honesto, limpo, no mais puro estilo "Telê Santana" de ser. Desprezo a violência e a falta de profissionalismo. E ontem o Independiente bateu até na sombra. E, para mim, uma equipe que preza esse tipo de comportamento dentro de campo não merece sequer chegar a uma final.

Além disso, o Goiás estava representando a nação contra o nosso maior rival: os argentinos. Claro que entendo a torcida gremista que secou os esmeraldinos. Afinal, dependiam da derrota do Goiás para conseguir vaga na Libertadores do ano que vem. Esses sim estão perdoados. Fora isso, o Brasil todo foi, pelo menos deveria ter sido, "verde".

O terceiro motivo, e esse sim considero o mais relevante, é que adoraria ver a CBF e a Conmebol tendo que engolir o Goiás na próxima Libertadores. Queria saber que tipo de tapetão fariam para não dar a vaga a eles. Que pena. Ficarei na curiosidade.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Entre acertos e erros...

Antes mesmo que venham os pedidos, já vou apontando quais foram os meus erros e meus acertos (palpites) sobre o Campeonato Brasileiro de 2010.

Logo no começo, quando Botafogo e Flamengo figuravam próximos do Fluminense, nas primeiras posições da tabela, eu já dizia que as equipes cariocas sequer conseguiriam vaga na Libertadores da América.

No decorrer da competição, falei, neste humilde blog, que apenas o Fluminense se classificaria para a competição intercontinental. E que as outras equipes do Rio ficariam mais um ano de fora. (Primeiro Acerto).

O Fluminense não só garantiu sua vaga como conquistou a competição Nacional. O Flamengo, campeão em 2009 com uma tremenda força dos adversários e do STJD, neste ano não passou da 14º posição e, por apenas um ponto sobre o Avaí, conseguiu vaga na Sul-Americana de 2011. O Vasco terminou em 11º colocado, com 49 pontos. Bom até demais para um elenco pra lá de limitado. O Botafogo foi o chamado "cavalo paraguaio". Teve momentos bons na competição e cresceu no momento certo, mas deslizou na reta final e acabou cedendo a "possível" quarta vaga para o Grêmio.

Ainda falando sobre Libertadores, acertei também ao falar que dessa vez o São Paulo não se classificaria para a competição do ano que vem. Não deu outra. Embora tenha melhorado bastante com a chegada do técnico Paulo César Carpegiani, a reação não foi suficiente, e a tempo, para colocar a equipe paulista mais uma vez entre os representantes brasileiros no Intercontinental.

Mas errei, e por pouco, em relação ao campeão. Acreditava cegamente, mesmo na última rodada que favorecia o Flu, que o Corinthians sairia campeão do Brasileirão. Mostrando a todos que é possível conquistar um título na bola, sem máfia do apito, sem STJD, enfim, sem malandragens. Mas os alvinegros deixaram escapar a grande chance.

Mas entre acertos e erros, o que realmente vale é a saudável discussão. Agradeço aos queridos seguidores que deixaram claros os seus pontos-de-vista de forma respeitosa e que, por ter sido respeitador, foi respeitado pelo blogueiro também. Isso sim é o chamado "futebol democrático".

O ano praticamente se encerra aqui, pelo menos no que diz respeito à "bola rolando". Mas o Blog não para. Ainda discutiremos muitos assuntos relacionados aos bastidores do futebol. Peço que fique ligado e não deixe de comentar.

Um grande abraço a todos e que viva o Fluminense campeão, que viva a democracia, que viva respeito, que viva a tolerância, ou seja, que viva o esporte mais querido do mundo: o Futebol.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Fluminense Campeão Brasileiro 2010

Na última rodada da competição mais importante do Brasil, eis que surge um novo campeão. 

É bem verdade que não fez um campeonato impecável. Aliás, quem fez?

Na partida de hoje, suou para arrancar a vitória do título diante de uma equipe já rebaixada (Guarani).

Mas foi assim, suado, brigado, sofrido, que o Fluminense levantou o troféu de Campeão Brasileiro de 2010.

E o mais importante, consquitou a taça na bola, na raça, no trabalho, como diz seu competente técnico Muricy Ramalho. Diferentemente de seu arqui-rival que diz ser dono de um título conquistado legalmente pelo Sport, além do último campeonato vencido no STJD. 

Enfim, o que vale agora é ressaltar o "legítimo" caneco vencido pelo grande Fluminense.

Parabéns ao elenco. Parabéns à torcida. E Parabéns principalmente a Muricy Ramalho que além de excelente profissional, tem personalidade. Hoje chegou a mandar o presidente do Flu ficar quieto.

"Peraí, presidente. Você vai ter duas horas para ficar falando, agora deixa eu falar", disse Muricy que sonhou com seu mestre Tele Santana na última noite. "Essa noite eu sonhei com o Telê Santana. Sonhei que dei um tremendo abraço nele. Tenho certeza de que ele está muito contente lá em cima com esse título do Fluminense. Aliás, acho até que esse sonho aconteceu porque falaram tanto dele durante a semana. Vi o Telê vivo no sonho. E prometi a mim mesmo que falaria sobre o assunto caso fosse campeão".

Agora o torcedor do Tricolor Carioca tem que comemorar, e com muito orgulho.
"Salve o querido pavilhão, das três cores que traduzem tradição"

SALVE O FLUMINENSE...