sábado, 31 de maio de 2014

Goleiro Atleticano falha e dá vitória ao São Paulo no Morumbi

Pois é, meus caros. E quem foi que disse a vocês que vida de goleiro é fácil? Não acreditem nessas histórias de que o goleiro cansa menos por não sair da área, não correr, ou que para ser goleiro basta ser corajoso para saltar na bola. Tudo conversa fiada. A preparação de um goleiro exige muita resistência e explosão. São os goleiros os atletas que mais treinam dentro de uma equipe de futebol.
 
Acho, inclusive, que é uma das posições mais importantes do esporte bretão. Pelo menos assim deveria ser vista por todos, já que a responsabilidade de uma derrota, na maioria das vezes, é atribuída a ele (goleiro). Foi o que presenciei hoje, no Estádio do Morumbi, na vitória do São Paulo sobre o Atlético-MG, por 2 a 1.
 
O Tricolor começou o jogo a todo vapor, mantendo a posse de bola e, consequentemente, o domínio da partida. Logo aos 10 minutos de bola rolando, Osvaldo faz cruzamento pelo lado esquerdo e encontrou Luís Fabiano na área adversária para apenas escorar de cabeça e abrir o placar para os donos da casa. O São Paulo tentou chegar ao segundo gol ainda no primeiro tempo, mas não foi eficiente nas finalizações.
 
Engana-se quem pensou que foi o Galo quem entrou melhor no segundo tempo. Pelo contrário. A equipe comandada pelo técnico Levir Culpi mostrou muita fragilidade principalmente no setor defensivo. No entanto, o São Paulo é quem parecia outra equipe. Cansado e já sem velocidade para armar os contra-ataques, o Tricolor do Morumbi cedeu o empate aos 33 minutos da etapa complementar, com um gol de Josué.
 
Bom, a partir daí o jogo "morno" caminhava para um empate chato, sem graça, daqueles que não serve para nenhuma das duas equipes. O final já estava escrito. Aos 43 minutos já havia torcedores deixando o estádio para não pegar aquela multidão imensa - afinal de contas, o Morumbi recebeu mais de 27 mil torcedores.
 
Porém, o jogo só termina quando o árbitro apita o final. Isso é óbvio. E, enquanto isso não acontece, tudo pode rolar. O futebol é uma caixinha de surpresas. Provou mais uma vez quando, aos 44 minutos - quase 45 - Pabón, que havia entrado no lugar de Pato, cobrou uma falta pelo setor direito. A bola, que saiu rasteira, bateu três vezes no chão antes de chegar na mão do goleiro Giovani, que está substituindo Victor, convocado pelo técnico Luís Felipe Scolari para servir à Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
 
Giovani, goleiro do Atlético-MG após sofrer um "frango"
Aparentemente, uma bola fácil de defender que passou ao lado da barreira, sem muita força, quase sem nenhum efeito e visível para o goleiro atleticano, que bastava cair com seu corpo sobre a redonda e tudo estaria resolvido. Ou, se preferisse, poderia ter dado meio passo à direita que a encaixaria no que chamamos de "cama". Mas ele não seguiu o que se aprende nos treinamentos e acabou levando um tremendo "frango". ou seja, um pequeno erro de fundamento que causou a derrota do Atlético-MG e que com certeza irá tirar o sono de Giovani.
 
Concidentemente, hoje à tarde assisti a um documentário espetacular na ESPN Brasil sobre um dos maiores goleiros que o Brasil já teve, mas também um dos homens mais crucificados no futebol. Trata-se de um material muito bacana que relatou os momentos mais dolorosos do saudoso camisa 1 da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil. Para quem não sabe, Barbosa falhou no segundo gol que sofreu diante do Uruguai, em pleno Maracanã, e os adversários sagraram-se campeões, calando a imensa torcida brasileira. Por conta disso, Barbosa foi condenado até seu último dia de vida.
 
Quando tudo ocorre bem, quando um goleiro evita gols incríveis, defende pênaltis, salva o time de situações quase impossíveis, enfim, quando faz a diferença, ele "fez nada mais do que sua obrigação". Mas, quando falha, a cobrança é implacável, muitas vezes até imperdoável. Já vi diversos goleiros perdendo a titularidade por conta de um erro cometido em campo. Sem contar os que acabam até desempregados. Imaginem quantos garotos não perderam a oportunidade de realizar um sonho por conta de algo semelhante.
 
A verdade, meus caros, é que ser goleiro exige muito, tanto fisicamente quanto psicologicamente. São eles (os arqueiros) os atletas que chegam mais cedo e saem mais tarde dos treinos. Falo isso com total propriedade, pois atuei nessa posição durante alguns anos em times amadores. Disputei campeonatos estaduais e sei o quanto sofre um goleiro. E sei também o quanto o goleiro é a alma do time. 
 
Certa vez, o grande professor Valdir de Morais, percussor da profissão de treinador de goleiros, em entrevista para o documentário "Goleiros - Onde não Nasce Grama, Surgem Ídolos", me disse o seguinte: "O goleiro é o grande termômetro de um time. Pode analisar, quando um goleiro não está bem, dificilmente o time vence. Do contrário, quando ele faz defesas incríveis, inspira os seus companheiros dentro de campo".
 
E é por isso que vivo defendendo a posição considerada a mais ingrata do futebol. Espero que o jovem Giovani não seja punido e que novas oportunidades sejam dadas a ele.       
 

sábado, 10 de maio de 2014

Mais um "Majestoso" no Dia das Mães

 
11 de maio de 2014: um domingo em que se comemora o tão merecido Dia das Mães. A pessoa mais importante na vida de todos. A pessoa que nos deu a oportunidade de estarmos no mundo, além de ser a responsável por nos ensinar os bons costumes, nos educar e nos dar todo o amor e carinho. 
 
Mas também é dia de clássico entre São Paulo e Corinthians, o famoso "Majestoso", em partida válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Independentemente da rivalidade que existe, essa será uma partida pra lá de importante para as duas equipes, que precisam somar o máximo de pontos antes da paralisação da competição para a Copa do Mundo, que inicia no dia 12 de junho.
 
Coincidentemente, em 1998, também um domingo de homenagens às mães, as duas equipes se enfrentavam no estádio do Morumbi, dessa vez em jogo eletrizante valendo o título do Campeonato Paulista. À época, tanto São Paulo quanto Corinthians tinham planteis inquestionáveis, com jogadores que de fato vestiam a camisa de seus clubes.
 
Pelo Corinthians, Gamarra, Vampeta, Rincón e Marcelinho Carioca eram os grandes craques do time. Já pelo São Paulo, Rogério Ceni, Denílson, França e Márcio Santos despontavam como destaques da competição, além de uma grande atração que vinha da Europa. 
 
Eu, um são-paulino apaixonado - e não fanático -, fiz todo esforço necessário para assistir à essa partida, principalmente pela tal "atração" prometida. No sábado que antecedeu o clássico, cheguei bem cedo no estádio que seria palco do confronto para comprar o meu ingresso. A fila era enorme e a desorganização, como sempre, quase me fez desistir. Mas suportei as três horas e meia de espera e garanti minha entrada. Já no domingo, almocei com a minha mãe, dei aquele grande abraço pelo seu dia, pedi desculpas por ter de deixa-la tão rápido, às pressas, e fui para o Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Estádio do Morumbi. Todo o esforço foi válido.
 
Um dos maiores ídolos do São Paulo, o grande craque Raí, bicampeão da Libertadores da América (92-93) e campeão do Mundo (1992) pelo tricolor paulista, estava de volta ao clube que o projetou para o futebol mundial. Raí retornava da França depois de 5 anos atuando em alto nível pelo Paris Saint Germain.
 
A expectativa de ver o ídolo era imensa. Havia uma mistura de ansiedade e receio. Sim, receio porque o São Paulo perdeu a primeira partida da final por 2 a 1 e o Corinthians jogava por um empate. Ou seja, somente a vitória interessava ao tricolor. 
 
O coração bateu mais forte quando o placar eletrônico, ao informar a escalação do clube da casa, anunciou a presença de Raí no time titular. O estádio explodiu em festa. Fogos de artifício estouravam enquanto os torcedores cantavam sem parar: "Raí, Raí, o terror do Morumbi". O coro se repetia a cada toque que o ídolo dava na bola. Era uma coisa de louco. Eu me sentia novamente no inicio dos anos 1990, na qual o São Paulo vivia um dos momentos mais marcantes sua história, a "era Telê", que contou, além de Raí, com grandes craques como Zetti, Muller, Palhinha, Cerezo, Leonardo e etc. Sem contar os prodígios do expressinho como Caio, Pavão, Jamelli, Denílson, entre outros. (que saudade, diga-se de passagem) 
 
Infelizmente eu estava num local ruim para assistir o jogo, com a visibilidade limitada do campo. Fiquei, junto com meu irmão Fabio, na arquibancada "geral", localizada atrás do gol de Rogério Ceni na etapa inicial. O tricolor abriu o placar aos 30 minutos do primeiro tempo. Quase não consegui ver a bola entrar, apenas a rede mexer e a arquibancada explodir. Uma loucura. Loucura que aumentou quando, novamente, o placar eletrônico anunciava o nome "Raí". Sim, o primeiro gol foi dele. O grande ídolo, que acabara de retornar ao clube do coração, dava esse presentão para a torcida das três cores.
 
No segundo tempo, o São Paulo foi visivelmente superior ao rival Corinthians. O toque de bola envolvente havia ganhado ainda mais qualidade, que era uma característica de Raí desde os velhos tempos de tricolor. Além dele, Denílson e França também brilharam. No segundo tempo, fizeram um gol cada, fechando a conta para tricolor do Morumbi. O Corinthians ainda descontou com Didi, no finalzinho da partida, mas sem chance de evitar que o título ficasse para os donos da casa.
 
A diretoria do São Paulo havia preparado uma festa incrível para o time. A queima de fogos durou alguns minutos, mas pareciam a eternidade. Fiz questão de correr até a direção onde fica o escudo do clube, na direção do centro estádio, para ver Raí comemorar com a torcida. Foi bonito demais. Muita emoção. Vai ficar para sempre na história do futebol e guardado a sete chaves na minha memória.          
 
Na partida desse domingo a situação é bem diferente. Não há disputa de títulos nem muito menos veremos dois grandes times no que diz respeito a elenco. São dois times que não inspiram a menor emoção. Aliás, vale lembrar que, por questões de contrato, os melhores jogadores de cada equipe, ou pelo menos os que poderiam dar alguma emoção ao clássico, motivados por terem trocado de um clube para o outro, não vão jogar. Refiro-me a Pato e Jadson, que deixaram seus clubes para defender as cores adversárias.
 
Que seja, ao menos, um jogo sem violência e sem baixarias entre os cartolas dos dois clubes, que por sinal já protagonizaram muitas brigas infantis. Se assim for, já é alguma coisa.


quinta-feira, 1 de maio de 2014

20 anos sem Senna: Ele será o eterno Herói

Já faz certo tempo que não tiro alguns minutos do meu tempo para escrever por aqui. Tenho programado isso há algum tempo, mas confesso que minha rotina anda pra lá de agitada, o que me impossibilita de escrever.

Hoje, no entanto, é um dia que não pode se passar em branco. E, embora o assunto não seja futebol, que é o foco desse blog, resolvi expor o que ando sentindo no meu coração nos últimos dias. Trata-se de um amor de fã para ídolo que parece aumentar cada vez que seu nome é ovacionado ou simplesmente mencionado.

É claro que estou me referindo a Ayrton Senna da Silva, o maior ídolo que o nosso País já teve e talvez o maior piloto da história da Fórmula 1 de todos os tempos. É também o nosso último grande herói.

Hoje, 1 de maio de 2014, completa-se 20 anos da morte de Senna, que nos deixou em um fatídico acidente na curva Tamburello do Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália. Um dia que dificilmente sairá da mente dos brasileiros e dos apreciadores de automobilismo no mundo todo.

De lá para cá, muita coisa aconteceu no esporte brasileiro. A seleção brasileira de futebol conquistou duas Copas do Mundo, a seleção de vôlei levantou o troféu em diversas competições, surgiu o grande Gustavo Kuerten (Guga), tenista que devolveu a honra aos brasileiros perante o mundo, a família Gracie se tornou referência no Jiu-Jitsu ao conquistar as primeiras edições do Ultimate Fighting Chanpionship e, anos mais tarde, caras como Anderson Silva, Victor Belfort, José Aldo, Junior Cigano, entre outros, também figuraram entre os maiores campeões do mundo. Mas o fato é que nenhum tinha o carisma, a dedicação, a concentração, a vontade, a garra e o amor pelo País como Ayrton.

O canal Sportv, das organizações Globo, dedica o dia inteiro de programação ao grande piloto. aliás, parabéns à Sportv pela grande ideia. E eu, grande fã do "mito" que sou, acordei cedo para conferir o que o canal preparou para os fãs da "lenda". Confesso que minha vontade era nem sair de casa, para não perder um só minuto de Ayrton Senna.

Quando Senna morreu, em 1994, eu tinha apenas 11 anos. Mas eu não perdia uma só corrida dele. Esperava ansioso para vê-lo correr e dar show. As manhã de domingo com ele nas pistas era sinal se emoção garantida. Sempre tinha uma surpresa boa que me deixava muito feliz. Mais do que isso, Senna sempre conseguia, indiretamente, arrancar alguma lágrima dos meus olhos. Ele vencia, a música (tema da vitória) subia e a lágrima caia, ou pelo menos ameaçava cair.

20 anos se passaram e essa sensação de emoção absoluta continua. Qualquer menção ao nome dele me causa frio na barriga. O embargo na voz e o olho lacrimejando são inevitáveis. Não consigo controlar. Parece até que tudo aconteceu ontem: as vitórias, as polêmicas, as comemorações e até a morte dele. Coisa louca.

Hoje tive o enorme prazer de rever algumas das principais atuações de Senna na Fórmula 1, que foram reprisadas no canal Sportv. Algumas que, para ser sincero, eu sequer lembrava. Parecia tão real, tão atual. A vitória de Senna em Interlagos, em 1991, por exemplo, foi incrível. E essa é uma das que me lembro bem, passo a passo. Ele fez algo impossível. venceu a corrida debaixo de chuva e utilizando apenas a sexta marcha. Ou seja, operou um milagre.

Mas o que realmente me fez cair no choro hoje, foi rever a vitória dele no Grand Prêmio do Japão, em Suzuka, em 1988. Tratava-se da penúltima corrida do campeonato e somente a vitória interessava a Ayrton, que disputava o título com o então bicampeão Alain Prost. Senna havia chegado recentemente à McLaren, escuderia do seu oponente, mas mostrou que não estava lá para brincar ou até mesmo para abaixar a guarda para Prost.

Senna havia conquistado a pole position (primeira posição no grid de largada). Logo em seguida, na segunda posição, estava seu rival Alain Prost. Com os dois melhores pilotos nas primeiras colocações a emoção já era de se esperar. O que não estava no script dessa corrida é que Senna teria uma terrível largada, mas um final fantástico.

Assim que foi dada a largada, o carro de Senna sofreu uma pane e, de repente, parou. Tudo o que Prost precisava para assumir a ponta e tentar o título mundial. Quando o carro do brasileiro resolveu andar, Senna já ocupava a 16ª posição. Nesse momento, a diferença de Prost para Senna era de 17 segundos, o que é muito tempo quando se trata de carros de Fórmula 1.

Mas é aí que Senna mostra sua diferença sobre qualquer outro piloto da história desse esporte. Já na segunda volta, Senna despontava entre os oito primeiros carros, diminuindo sua diferença para 7 segundos em relação ao francês.

Inacreditavelmente, Senna foi ultrapassando um a um de forma incrível. Parecia que só tinha ele na pista. E já na 19ª volta, Senna assumia a 2ª colocação, bem próximo do carro de Prost, pressionando-o, fazendo com que o francês tentasse aumentar seu ritmo. Mas era praticamente impossível se afastar de Senna.

Imaginem o desespero de Prost, o então bicampeão, tratado pela imprensa e pela organização da competição como o "piloto a ser batido", ao olhar para seu retrovisor e ver um garoto determinado e que exalava fome de vitória. eu duvido que Prost não estremeceu as pernas...

Na 27ª volta, Prost não conseguiu segurar Senna. O piloto francês é atrapalhado por um retardatário e entra lento na reta. Senna aproveita para tentar a ultrapassagem por dentro. Prost até tenta pressioná-lo contra o muro, mas não adianta, porque Ayrton assume, de forma brilhante, a ponta. Assim foi até o final da corrida.
 
O nosso ídolo brasileiro caiu no choro ao cruzar a linha de chegada e ver a bandeira quadriculada. Quem é que consegue segurar a emoção vendo Senna tão emocionado? Eu não consegui. chorei feito criança.
 
Fonte: Portal Grande Prêmio
 
 
A vitória fantástica em Suzuka rendeu ao piloto brasileiro o seu primeiro mundial na F-1. Foi a abertura para uma carreira maravilhosa, embora curta. Senna ainda conquistou os títulos de 89 e 91, e caminhava para conquistar mais uma competição mundial, em 1994. No entanto, o destino reservou um final diferente do que todos esperavam. A estrela perdeu seu brilho no Terra, mas sem dúvida iluminou o céu.
 
Senna se foi fisicamente, mas continua muito vivo no coração dos brasileiros. Eu, particularmente, não o esqueço. Sou um dos grandes fãs desse campeão. É, sem dúvida, o meu grande ídolo, o meu eterno herói.
 
Obrigado, Senna.
#SennaSempre
 
Capacete do Ayrton Senna em exposição de homenagem ao piloto, no Shopping Vila Lobos
 
Capacete do Ayrton Senna em exposição de homenagem ao piloto, no Shopping Vila Lobos