quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mondragón: o último da melhor geração de goleiros

 
Dessa vez não vou comentar o show de bola que rolou na Arena Pantanal, ontem, 24, na vitória elástica da Colômbia sobre o Japão, por 4 a 1, em partida válida pela fase de grupos da Copa do Mundo. A equipe da Colômbia tem mostrado um futebol alegre, ofensivo, com um time muito bem arrumado. Deve ser umas das sensações nesta Copa e com certeza teremos emoções garantidas nas oitavas de final, já que o confronto será com o Uruguai.
 
Mas o que gostaria de destacar hoje foi a belíssima homenagem que o técnico da Colômbia José Pekerman fez ao terceiro goleiro de sua equipe, o grande Faryd Mondragón, de 43 anos. Um veterano de Copa do Mundo, um goleiro pra lá de vitorioso no esporte bretão.
 
A Colômbia já vencia o Japão por 4 a 1 quando, aos 35 minutos do segundo tempo, Mondragón foi a campo, substituindo Ospina, para se despedir de vez da seleção de seu país e levar o torcedor à loucura. Com isso, Mondragón quebrou o recorde sendo o jogador de mais idade a disputar uma partida de competição mundial. Até então,  o recorde pertencia ao camaronês Roger Milla, que disputou três copas do Mundo (!982, 1990 e 1994), a última delas aos 42 anos.
 
Uma atitude incrível da comissão técnica que reconhece a qualidade desse profissional. Aliás, mais do que uma homenagem, na minha opinião toda seleção de futebol deveria adotar o procedimento de convocar, como terceiro goleiro, um atleta de mais idade, como Modragón, para contribuir com ensinamentos e repassar suas experiências.
 
O terceiro goleiro, para quem não sabe, é um atleta que sequer treina debaixo das traves nos coletivos. Em 2006, por exemplo, os goleiros brasileiros convocado pelo técnico Parreira foram Dida (titular) e Rogério Ceni (reserva). O Júlio César, que hoje é titular da nossa seleção, era o terceiro goleiro, mas sequer atuava na sua posição. Ele era utilizado como jogador de linha para completar o time nos treinos. Isso quando não ficava de fora, apenas olhando.
 
E não fiquem com dó. É assim mesmo que acontece em todas as seleções. E é por isso que sou totalmente a favor de ter um goleiro mais experiente para ajudar nos treinamentos dos "guapos".
 
Já imaginaram o Marcos, o grande Marcão do Palmeiras, que foi a sensação da nossa seleção campeã do Mundo em 2002, fazendo parte da equipe atual? Aposto que seria muito mais produtivo do que o coitado do Jefferson, que não tem a menor chance de entrar em uma só partida dessa Copa no Brasil.
 
Mas voltando a falar do protagonista da vez, Mondragón é um velho conhecido no esporte. Passou por diversos clubes importantes da América do Sul, onde conquistou alguns títulos importantes.
 
Nascido em Cali, o colombiano iniciou sua trajetória no Deportivo Cali, em 1990. Passou por Real Cartagena (COL), Santa Fé (COL), Independiente (ARG), Argentinos Juniors (ARG), Real Zaragoza (ESP), entre outros.
 
Mas foi jogando pelo Cerro Portenõ, do Paraguai, que o vi pela primeira vez dentro de campo. A equipe paraguaia veio ao Brasil, enfrentar o São Paulo Futebol Clube, pelas semifinais da Taça Libertadores da América, em 1993. (O Tricolor do Morumbi sagrou-se bicampeão neste ano)
 
O cara simplesmente fechou o gol e foi o responsável por segurar o São Paulo dentro de sua própria casa. Sim, o São Paulo venceu a partida por 1 a 0, com gol de Raí, mas se não fosse Mondragón a história poderia ter sido outra, por isso digo que ele "segurou o São Paulo", Vale lembrar que perder por apenas um gol do time comandado por Telê Santana, dentro do Morumbi, tinha sabor de uma vitória aos adversários.
 
Lembro daquele dia como se fosse ontem. Mondragón fazia suas defesas milagrosas de um lado e Zetti retribuía do outro. Um jogaço com atuações incríveis dos dois goleiros. Jamais vou esquecer.
 
E hoje, ao ver o grande Mondragón se despedir da seleção Colombiana, nós, torcedores e apreciadores do bom futebol, nos despedimos de uma das melhores safras de goleiros já vista no futebol. Uma safra fantástica, quase perfeita.
 
Quem viu, viu. Quem não viu, uma pena.   
 
E aqui fica meu agradecimento ao Mondragón, um dos maiores goleiros que a Seleção Colombiana já teve.
 
   

sábado, 21 de junho de 2014

Oberdan Cattani, Ídolo alviverde, morre aos 95 anos

O futebol está de luto.
 
Perdemos, na noite de ontem (20), uma figura pra lá de importante na história do esporte brasileiro.
 
O ex-goleiro Oberdan Cattani, um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, faleceu no fim da noite desta sexta-feira, em São Paulo. Em abril, Oberdan havia sido internado com uma séria lesão coronariana, no qual foi diagnosticado com angina instável, e por isso teve de ser submetido a um cateterismo. 
 
Infelizmente Oberdan voltou a passar mal e teve se ser internado novamente. Há dez dias no hospital, já bastante debilitado, o grande goleiro alviverde não resistiu e morreu, aos 95 anos.
 
Meu avô, Sr. Murillo Tucci, um palmeirense pra lá de apaixonado, vivia me dizendo que o melhor goleiro que ele já tinha visto atuar foi o Oberdan. Para meu avô, o ex-goleiro tinha uma impulsão fantástica, além do dom de segura a bola, sem deixa-la escapar, com apenas uma mão.
 
O sonho do Sr. Murillo era me levar no Palestra Itália para conhecer Oberdan. Ele costumava dizer o seguinte: "Você, meu neto, que quer ser um goleiro profissional (sim, esse era o meu sonho de criança), precisa prestar atenção em todos os goleiros, inclusive de outras equipes. Mas ainda vou leva-lo ao Palestra para você conhecer o maior goleiros de todos os tempos, o Oberdan".
 
Meu querido avô faleceu em 2000 e não conseguiu realizar essa promessa. Mas parece que lá de cima ele conseguiu mexer os pauzinhos para que isso acontecesse.
 
foto tirada minutos depois que conheci Oberdan
 
Em 2003, participei de um jogo no estádio Palestra Itália, o Parque Antártica, organizado pelo querido amigo Dr. Antonio Carlos Meccia, à época Diretor Jurídico da Federação Paulista de Futebol. A pelada seria entre amigos do Magistrado de São Paulo e o combinado entre os participantes era que nos encontrássemos no estacionamento do estádio.
 
Enquanto todos os amigos não apareciam, batíamos um papo sobre futebol quando, de repente, chega no estacionamento do clube um carro preto (não me lembro o modelo). Um dos meus amigos, o palmeirense Márcio Guarnieri, vira para mim e diz:
 
"Fernandinho, dentro daquele carro que acaba de passar por nós e que está estacionando ali adiante está um dos maiores goleiros que o Palmeiras e o Palestra Itália já tiveram. É o carro de Oberdan. Quer ir trocar algumas palavras com ele?"
 
Nesse momento, só consegui pensar no meu avô. Lembrei de todas as suas tentativas, sem sucesso, de me levar para conhecer o grande ídolo alviverde. E minha resposta ao amigo Márcio foi quase que instantânea.
 
"Claro, Marcião. Com certeza. Vamos lá".
 
A abordagem ao ex-goleiro partiu do Marcião.
 
"Como vai, Oberdan? Tudo bem? Esse garoto é goleiro, joga bem, e é seu fã.
 
Oberdan estendeu a mão, olhou para mim de baixo para cima e disse: "Pelo menos mão de goleiro você tem, garoto", sorriu em seguida.
 
Oberdan foi muito educado e nos deixou bastante à vontade. Tão à vontade que contei a ele que gostaria de tentar o futebol como profissão. Recebi diversos conselhos incríveis. Além disso, ele me contou toda sua trajetória como goleiro do Palestra Itália e, anos mais tarde, do Palmeiras.
 
"A vida não é fácil para quem opta por ser um jogador de futebol. É necessário tem determinação, força de vontade e não se abater com as pedras que se encontra no caminho. Eu, por exemplo, tive muitas dificuldades antes de chegar aqui no Palmeiras. Mas se esse é o seu sonho, vá atrás e não desista", disse.
 
Infelizmente o destino me reservou outros desafios e não me tornei um jogador de futebol. Mas graças a Deus esses esporte está sempre presente na vida. Ou quando estou jogando nos campos dos bairro da Vila Mariana e da  Aclimação, ou quando estou escrevendo.
 
O fato é que posso me considerar um privilegiado, pois consegui conhecer o grande ídolo do meu avô e, anos mais tarde, tive o prazer de entrevistar o meu ídolo, o grande Zetti, que foi muito solícito ao contribuir para o meu documentário sobre goleiros (Onde não Nasce Grama, Surgem Ídolos).
 
Enfim, que Deus receba Oberdan Cattani de braços abertos.
E meu avô, lá em cima, deve estar fazendo festa pela chegada do seu ídolo.
 
Fica com Deus, Oberdan.
 
 
DADOS HISTÓRICOS
 
Considerado um dos maiores goleiros da quase centenária história do Verdão, Oberdan defendeu o clube palmeirense entre os anos de 1941 e 1954. No total, foram 351 jogos, sendo 207 vitórias, 76 empates e 68 derrotas, com as conquistas da Copa Rio de 1951 (considerado pelo clube como o primeiro Mundial Interclubes), o Torneio Rio-São Paulo de 1951 e quatro edições do Campeonato Paulista (1942, 1944, 1947 e 1950).
 
 
 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Costa Rica surpreende novamente, bate a Itália e se classifica para as oitavas de final

Está mais do que confirmada: Essa é Copa do Mundo das "zebras".
 
Depois de Espanha e Inglaterra serem eliminadas ainda na primeira fase da competição, agora Uruguai e Itália farão o "jogo da morte" dentro daquele que foi chamado de "grupo da morte". Um deles deve fazer companhia à Inglaterra e voltar mais cedo para a casa.
 
Só para lembrar, o Grupo D é formado por Itália, Uruguai, Inglaterra e Costa Rica - guarde este último nome.
 
Na primeira rodada, a Costa Rica surpreendeu ao bater, de virada, a seleção do Uruguai, por 3 a 1. Também pela primeira rodada, a Itália jogou um bolão contra a Inglaterra e venceu por 2 a 1.
 
Já pela segunda rodada, a Inglaterra não conseguiu segurar o poder ofensivo do Uruguai, que contou com o talento do atacante Suárez, e perdeu também por 2 a 1. Ou seja, foi praticamente eliminada.
 
A Itália, por sua vez, foi a campo certa de que venceria a Costa Rica e teria sua classificação para as oitavas de final garantidíssima. O que os italianos não esperavam é que o time da Costa Rica fizesse mais um jogo inacreditável, provando que a vitória sobre o Uruguai, na primeira rodada, não foi apenas sorte, mas sim fruto de um trabalho muito bem feito de uma equipe até então vista como "café com leite".
 
Nem mesmo a genialidade de Pirlo e o retorno do goleiro Buffon, capitão da equipe, puderam segurar os costarriquenhos, que venceram a partida por 1 a 0. O gol da vitória foi marcado por Bryan Ruiz, no fim do primeiro tempo, logo após o árbitro simplesmente ignorar um pênalti claríssimo de Chiellini sobre Campbell.
 
Já podemos dizer que a Costa Rica é uma das grandes surpresas dessa Copa do Mundo. Enquanto isso, Itália e Uruguai farão um jogaço para definir quem avança e quem volta para casa.
 
Meu palpite: Uruguai vence por 2 a 0. 

Kaká está de volta ao São Paulo

E no futebol brasileiro, Kaká já está acertado com o São Paulo.

O clube Paulista deve anunciar, o quanto antes, o retorno do meia, que depois de 11 anos está de volta ao clube que o revelou.

Quem ficou feliz com a notícia foi Luís Fabiano, parceiro de Kaká em sua primeira passagem pelo clube.

Fabuloso até manifestou seu entusiasmo nas redes sociais com a possível chegada do craque do Milan.

Em breve, mais detalhes a respeito. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Espanha leva surra do Chile e está fora das oitavas de final

Foto: Globo Esporte.com
Quem poderia acreditar que a Espanha, a grande campeã do Mundo em 2010, na África do Sul, ficaria fora das oitavas de final do mundial realizado aqui no Brasil? 
 
Ninguém, claro, mas foi o que aconteceu.
 
Se perder logo na primeira partida para a Holanda, com um placar tão elástico (4 a 1 fora o baile), já foi inesperado, tomar uma surra do Chile no segundo confronto da fase de grupos foi ainda pior.
 
Não que estejamos menosprezando a seleção do Chile. Pelo contrário. Os chilenos mostraram uma equipe forte, bem montada, pronta para encarar seja lá quem for seu adversário na próxima fase.
  
Mas a verdade é que muito se apostou na "Fúria", atual campeã do mundo e que tem jogadores incríveis como Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Xabi Alonso, Iniesta, Pedro e Diego Costa. A base da equipe sensação (e campeã) da última Copa do Mundo.
 
E não teve jeito. A seleção chilena, comandada pelo técnico Jorge Sampaoli, enfiou 2 a 0 na Espanha, de Vicente Del Bosque, num Maracanã lotado que gritou "Olé... Olé..." a cada toque que o Chile dava na bola. 
 
Parece que o encanto espanhol acabou. Aquela fórmula bonita de jogar futebol que vimos há quatro anos, inclusive exposta pelo Barcelona, comandado, à época, por Pep Guardiola, parece ter chegado ao fim. Será o momento de se reinventar?
 
 
JOGÃO DE BOLA ANTES DO VEXAME ESPANHOL... 
 
Foto: Globo Esporte.com
Ainda pelo Gupo B, a Holanda foi ao Beira Rio encarar a boa equipe da Austrália, e conseguiu uma vitória importante que culminou na sua classificação para as oitavas de final. Foi um jogaço de bola.
 
E não pense você que a Holanda passou fácil pelos australianos. Muito pelo contrário. A equipe da Oceania foi superior em pelo menos 70% do jogo. Mesmo saindo atrás no placar, a Austrália virou a partida e teve as melhores oportunidades de ampliar o placar, mas perdeu o jogo no "detalhe".
 
Aos 19 minutos, Robben abriu o placar para Holanda em um chute cruzado. um belo gol. Mas eles mau conseguiram comemorar, porque 1 minuto depois a Austrália chegou ao empate com um golaço de Cahill. 
 
Muito melhor na partida, a Austrália virou sobre os holandeses aos 7 minutos da etapa complementar, com Jedinak cobrando pênalti.
 
Numa cochilada da equipe australiana, Van Persie deixa tudo igual.
 
Ainda assim, era a Austrália quem parecia muito mais perto de marcar o terceiro gol. Aos 22 minutos, Leckie teve uma oportunidade incrível de ampliar o marcador depois do cruzamento de Oar. Mas o atacante australiano não conseguiu concluir em gol e acabou dando o contra-ataque à Holanda, que foi fulminante no chute de Depay. Final: Holanda 3x2 Austrália.
 
Resultado: Holanda e Chile já estão classificados para a próxima fase e um dos dois deverá ser o adversário da Seleção Brasileira. Duas pedreiras. Duas equipes que têm muito entrosamento e força no conjunto, diferentemente do Brasil, que deposita todas as esperanças em um único jogador, o seu camisa 10 (Neymar).
 
O bicho vai pegar, meus caros... Esperam por uma "parada duríssima" na próxima fase. 


domingo, 15 de junho de 2014

E não é que o tal "chip" na bola funciona bem?

Muito se discutiu, antes do início da Copa do Mundo de 2014, sobre a utilização do uso de chip nas bolas de futebol na maior competição esportiva do mundo. Houve aqueles que acharam a ideia excelente e os que acharam um absurdo. Particularmente, não fui a nenhum extremo. Entendo que exista os dois lado da moeda nessa história. Como? 
 
O futebol, principalmente na América do Sul, é regado de muita catimba e malandragem que se tornaram características desse esporte. O futebol profissional, embora hoje seja um trabalho com carteira assinada, com direitos trabalhistas, enfim, uma profissão como qualquer outra, carrega o espírito do amadorismo contidas nas peladas jogadas nas ruas, nas escolas, nos campinhos de bairro, etc. Isso é o futebol. Um esporte de alma popular, de simplicidade.
 
Jogador que se cai dentro da área para cavar um pênalti, ou atleta que desaba no gramado para fazer o jogo esfriar quando seu time está vencendo, ou aquela bola duvidosa que pode dar o título para uma equipe, quem sabe até, na situação adversa, custar a queda para uma divisão inferior,  enfim. Tudo isso existe e é completamente normal dentro do futebol. Faz parte da cultura desse esporte usar da malícia, desde que não se confunda com violência, falta de respeito ou até mesmo discriminação.

Mas, com a chegada da tecnologia, acredito que o futebol esteja caminhando para algo cada vez mais robótico e sem graça. É o que eu chamo de acabar com a "essência do futebol". 
 
No entanto, deixando de lado a visão de "torcedor apaixonado" e me colocando na pele do jogador, que trabalha para o esporte, vive do esporte, respira o esporte e depende do esporte para sobreviver, há de se concordar que a tecnologia permite a diminuição dos erros de arbitragem , o que faz o futebol ser mais justo àqueles que vivem dessa profissão.
 
Na última Copa do Mundo, por exemplo, que foi realizada na África do Sul, em 2010, Alemanha e Inglaterra se enfrentavam pelas oitavas de final. A equipe alemã vencia por 2 a 1. Aos 34 minutos da etapa inicial, o atacante inglês Lampard chuta de fora da área, a bola encobre o goleiro alemão, bate no travessão, ultrapassa claramente a linha que define se é gol ou não e depois volta para dentro de campo. Tanto o auxiliar de arbitragem quanto o árbitro da partida não consideraram o gol, que seria o empate da Inglaterra e que poderia ter mudado completamente a história dessa partida.
 
A partir desse episódio, a Fifa estudou muito a possibilidade até entender que deveria introduzir o chip na bola já para a próxima edição da competição, aqui no Brasil.
 
Pois é. Pelo que andei conversando com diversos amigos, jornalistas, especialistas em futebol, torcedores, simpatizantes do esporte, e até com pessoas da minha família, cheguei a conclusão que a decisão da Fifa não tem aprovação unanime. Pelo contrário. Há opiniões bastante equilibradas a respeito.
 
Na partida de hoje entre França e Honduras, válida pela primeira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 2014, o atacante francês Benzema chutou de perna esquerda, a bola bateu na trave e logo em seguida explodiu nas costas do goleiro Valladares, que ainda tentou dar um tapa na pelota para evitar o gol. O lance foi muito rápido e bem mais difícil de saber se havia ou não cruzado a linha. Com ajuda da tecnologia, o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci assinalou corretamente o gol. E foi essa a primeira participação efetiva e decisiva da tecnologia do chip em uma competição Mundial.
 
Continuo defendendo o futebol do "espírito" limpo, sem ajuda dos robôs, com muita malícia, catimba, ginga, arte. Mas não posso negar que o meu senso de justiça ficou muito satisfeito ao saber que o "correto" venceu (nesse caso, o gol legítimo da França).
 
Com certeza voltaremos a discutir esse tema até o final dessa Copa.    
 
 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Brasil vence Croácia no sufoco

Foto: portal SuperEsportes
Ufa. Que sufoco!
 
O Brasil entrou em campo muito concentrado e venceu a Croácia na estreia da Copa do Mundo 2014, na Arena Corinthians, em São Paulo, por 3 a 1.
 
Para quem, como eu, pensou que a nossa seleção venceria sem nenhuma dificuldade, se surpreendeu com uma partida duríssima e, em alguns momentos, tensa.
 
Os croatas abriram o placar aos 10 minutos, depois de uma infelicidade de Marcelo que, ao tentar se antecipar para interceptar o que poderia ser um chute a gol do adversário, acabou tocando a bola com a ponta da chuteira e mandando a redonda para o fundo do gol de Júlio César.
 
Mas o Brasil não se intimidou com o gol sofrido. Pelo contrário. Acordou na partida e passou a atacar os "inimigos" com mais perigo.
 
Paulinho até tentou abrir o placar num chute forte pelo lado direito, que acabou defendido pelo goleiro croata. Outras chances apareceram, mas o primeiro gol canarinho já tinha um nome definido. Foi dos pés de Neymar, o craque da camisa número 10, que a bola partiu para balançar a rede e fazer a torcida explodir de alegria.
 
O garoto recebeu a bola quase na entrada da grande área, levantou rapidamente a cabeça para saber o que fazer e, num chute cruzado e certeiro, botou a bola no canto esquerdo de Stipe Pletikosa. Uma bola praticamente indefensável. Um gol para reascender a confiança do torcedor brasileiro.
 
A croácia, por sua vez, estabeleceu uma linha no meio de campo fortíssima, dificultando a chegada do Brasil ao ataque com uma marcação poderosa.
 
E foi nesse momento que a Seleção Brasileira precisou mostrar maturidade e tocar a bola. Bem no jeitão Parreira (auxiliar técnico de Felipão) de ser.
 
Com o Brasil tentando de todas a formas furar o bloqueio adversário instalado no meio de campo, Daniel Alves, cruza pelo lado esquerdo e encontra Fred. O atacante brasileiro, experiente, percebendo que não teria condição de virar o corpo e chutar ao gol, se joga quase na linha da pequena área e o árbitro cai na dele. Pênalti (que não existiu) marcado.
 
Neymar bateu, não tão bem, mas converteu a gol... 2 a 1 para o Brasil e mais uma vez festa no País da Copa.
 
Nesse momento, Oscar já era, sem sombra de dúvidas, o nome do jogo. Ele atuou praticamente como um antigo "ponta-direita", compensando, inclusive, a apatia de Daniel Alves, pouco participativo no jogo.
 
Além de muito presente nas jogadas pelas laterais, o jovem meia-atacante do Chelsea também assumiu uma função de marcador. Não desistiu de uma só jogada. E mesmo quando perdia a bola para o adversário, voltava para recuperar. O menino mostrou muita raça, vontade e espírito de guerreiro. Acho difícil ele perder posição nesse time titular.
 
Foto: portal SuperEsportes
Com uma atuação praticamente impecável, Oscar merecia marcar o seu gol para fechar com chave de ouro. Os deuses da bola sabiam disso e com certeza resolveram presenteá-lo. De bico, com simplicidade e muita humildade, Oscar fez o terceiro gol brasileiro, para fechar a conta e sacramentar o resultado.
 
Mas é importante lembrar também que o David Luiz foi um gigante nessa partida. Não deixou nem o vento passar por ele. Digno de um verdadeiro zagueiro de Seleção Brasileira.
 
A próxima parada, em Fortaleza, será contra o México. Há quem diga que eles podem dar ainda mais trabalho à Seleção Brasileira do que a Croácia. O jeito é manter a toada e não perder o foco.
 
Boa sorte, Brasil. 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Chegou a hora: Eu estou com o Brasil

 
O momento chegou, minha gente. E chegou de verdade. A ficha já pode cair. Não tem volta. É hora de juntarmos as vibrações, vestir o verde e amarelo e deixar a emoção tomar conta. 
 
Embora concordemos que ser sede de uma Copa do Mundo é a menor das prioridades do País, já que estamos falando de um Brasil com carência nos setores da educação, da saúde, da segurança pública, da política, entre outros, temos que admitir que a ansiedade e a expectativa para ver a nossa Seleção Brasileira brilhar na competição esportiva mais importante do mundo são inevitáveis.
 
Até mesmo os diversos protestos do povo pelas ruas das principais capitais do país devem se render ao encanto da magia proporcionada por uma copa do Mundo. Mesmo porque, como eu disse, não há volta. A Copa está aí e o que nos resta é torcer pelos nossos representantes.
 
O povo é inteligente e sabe que o problema não está na Copa do Mundo ou na FIFA, mas sim na política nacional, regada de muita corrupção e de gente oportunista. Não adianta ir às ruas e pedir que não haja Copa se na verdade o erro está na forma como escolhemos nossos governantes. O meu protesto, por exemplo, será em outubro, nas eleições para presidente da república. e não contra o futebol. 
 
Pelo contrário. O futebol, meus caros, é a nossa alegria. É a nossa paixão. É o que nos faz esquecer dos problemas, das dificuldades, das tristezas. É a única coisa nesse país que faz o povo se unir. Não tenho dúvidas que, no momento em que a Seleção Brasileira entrar em campo, na arena Corinthians, popularmente conhecida como Itaquerão, e que o hino nacional ecoar em alto e bom som, a emoção tomará conta do povo.
 
Porque o brasileiro é um povo sofrido, que vive de perto a fome, a falta de condições, o desemprego. Talvez sejam esses alguns dos motivos pelos quais nos tornamos o "país do futebol". Há anos o Brasil incorporou o esporte bretão ao seu habitual, ao seu habitat, ao seu dia a dia. E toda vez que a bola balança as redes dos gramados, balança também o coração dessa gente, que explode de alegria ao gritar "gol".
 
Até os que se dizem contra no fundo já vestiram o coração de verde e amarelo. Se o título vier, e eu torço para que isso aconteça, o grito que fica entalado na garganta não sairá apenas da boca, mas da alma de cada brasileiro.
 
Eu estou com a Seleção Brasileira e torço para que Neymar, Fred, Paulinho, David Luis, e companhia, no comando de Felipão, levantem a taça dentro da nossa casa.
 
Boa sorte, Brasil. Chegou a hora de mostrar ao mundo quem é o dono da bola.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Um pequeno gesto de solidariedade que faz toda a diferença

Foto do portal Globo Esporte.com
Em meio à tanta pobreza, corrupção, falta de investimento à educação, à saúde, além da intolerância, do racismo e do preconceito que o nosso País enfrenta, eis que uma pequena atitude me faz pensar que o mundo ainda tem solução.
 
Nos últimos dias, as torcidas de Grêmio e Internacional deixaram a rivalidade de lado e nos deram uma verdadeira lição de humanidade e respeito. Algo que jamais foi visto no futebol brasileiro. Pelo menos eu nunca tinha me deparado com algo do tipo quando se trata de duas grandes forças de um Estado.
 
Depois que foi anunciada a morte de Fernandão, 36, ex-jogador de futebol e ídolo do Internacional de Porto Alegre, causada por um acidente de helicóptero, em Goiás, o  Grêmio lamentou o ocorrido em seu Twitter oficial e decretou luto.
 
Mas bonito mesmo foi a atitude de alguns torcedores gremistas que prestaram homenagem a Fernandão comparecendo à frente do estádio Beira-Rio para participar do ato de emoção promovido pelos fãs do ex-atacante e torcedores colorados.
 
E, se o gesto dos gremistas impressionaram, a recepção dos colorados também emocionou a todos. Eles receberam os rivais de braços abertos e cumprimentaram os tricolores pelo ato de respeito.
 
Mais tarde, em agradecimento, a diretoria do Internacional acrescentou às luzes do estádio a cor azul, do Grêmio, simbolizando a união dos dois maiores clubes do Rio Grande Sul nesse momento de luto.
 
Realmente esse é o maior exemplo de humanidade e respeito que dois clubes e duas torcidas rivais poderiam dar ao País. Merecem todo nosso respeito.
 
Que sirva de lição ao mundo.