Duelo de Titãs

Ao Longo dos anos, São Paulo e Palmeiras se enfrentaram várias vezes em diversos campeonatos importantes como Paulista, Brasileiro e até mesmo Libertadores da América. Jogos que marcaram a história de cada clube e jamais sairam da mente dos torcedores. Mas o maior duelo nos ultimos anos entre as duas equipes acontece no setor defensivo, "Rogério Ceni X Marcos". A revista Placar deste mês traz como matéria de capa os dois melhores goleiros em atividade no Brasil. Marcos se consagrou no futebol jogando no Palmeiras, onde passou por altos e baixos. Em 1999, exerceu um papel mais do que importante, foi fundamental na conquista da Taça Libertadores da América, lá ficou conhecido como "São Marcos", o goleiro milagroso e especialista em defender pênaltis e merecidamente, após ter conquistado tanto prestígio, o convite para ser o numero 1 da seleção brasileira foi inevitável. Com o Felipão no comando da seleção, Marcos mais uma vez representou seu nome, foi um dos melhores jogadores da seleção, levou o caneco e ganhou a simpatia de todos os torcedores, inclusive os que não torcem para o verdão. Com a crise no elenco e as divergências políticas que o Palmeiras enfrentou, Marcão amargurou 1 ano na segunda divisão do Brasileirão, mas como é de seu caráter, enfrentou com muita humildade e garra, criticou o time quando foi preciso mas também soube assumir sua culpa quando errou, não foi fácil, mas o Palmeiras conseguiu se redimir e voltar a série A do Brasileiro. Infelizmente seu problema não foi apenas com a queda à Série B, Marcos se machucou seriamente várias vezes, e chegou a ter que operar, devido a uma fratura na mão que o levou a ficar afastado do futebol. Logo que voltou a jogar pelo clube, ainda em fase de recuperação e sem rítimo de jogo, quebrou o braço, ou seja, mais um bom tempo sem atuar. Hoje, já recuperado, o goleiro do Palmeiras volta a jogar um bom futebol e novamente cai nas graças da torcida alvi-verde. Já Rogério Ceni, começou a ganhar seu espaço no futebol quando o ex-goleiro do São Paulo, Zetti, deixou o clube. Ceni, nas poucas vezes que o substituiu, já mostrava ser um bom goleiro e de muita personalidade, mas a tarefa de conquistar a torcida não foi nada fácil, o torcedor do São Paulo ainda estava acostumado com as milagrosas defesas de Zetti, um dos melhores goleiros que o São Paulo já teve. Aos poucos, Rogério foi mostrando seu bom futebol e a indentificação com a camisa tricolor foi ficando cada vez mais sólida. A fase que o goleiro atravessava era tão boa que ganhou a confiança dos técnicos que passaram pelo clube, exceto a do Mário Sergio, que não o deixava sair do gol para bater faltas, o que é um verdadeiro absurdo quando se trata de um batedor de tanta qualidade como Ceni, não se pode boicota-lo simplismente por vaidade ou falta de coragem de segurar a responsabilidade caso algo não desse certo. Ceni, ganhou vários títulos como Paulista, Super Paulistão, Rio-São Paulo, Brasileiro, Libertadores e claro, o que o consagrou como o maior ídolo do São Paulo de todos os tempos, o Mundial da FIFA. Pela seleção brasileira, atuou muito pouco, foram 17 jogos em 39 convocações. Ceni bateu varios recordes, um deles é o de maor goleiro artilheiro, com 80 gols convertidos. Enfim, são dois goleiros de alto potencial que estão em um nível muito superior em relação aos outros goleiros. A matéria publicada pela revista placar criou uma disputa entre os goleiros no qual foram julgados pelos jornalistas: Maurício Noriega (Sportv), Paulo V. Coelho (ESPN Brasil), Mauro Betting (Band), Muller (Sportv), Paulo Calçade (ESPN Brasil) e Neto (Band), os critérios eram: reflexo, saída do gol, reposição de bola, defesa pelo alto, defesa por baixo e liderança, todos valendo notas de 1 a 10. A nota mais baixa foi 6, dada ao Marcos pelo jornalista Paulo V. Coelho no critério de reposição de bola, segundo a revista Placar, o jornalista diz que “Marcos tem clara dificuldade com isso”. O resultado final dessa disputa parece justo, Rogério Ceni ganha com uma pequena vantagem sobre Marcos, 322 a 316 pontos. Confesso que fiquei satisfeito com o resultado, pois, acho que o Rogério está um pouco à frente de Marcos não só pelo fato de saber jogar com os pés, mas pela liderança que ele tem dentro de campo e por mostrar nitidamente que entende muito de esquema tático, coisa que muitos técnicos de futebol ainda tem dificuldade. Mas o fato principal é a postura desses dois atletas, dentro e fora de campo, são jogadores que nunca se ouviu falar de nenhum problema, são pessoas centradas e que realmente amam seus clubes. Hoje em dia, somente os dois são atletas jogam por amor a camisa, já os outros, jogam por amor ao dinheiro. Infelizmente isso é uma realidade. Esperamos que aparecem mais "Rogerios e Marcos", isso ajudaria a mudar o que existe de errado no futebol brasileiro e daria exemplo ao futebol mundial.