Com o fato histórico de 1950, rotulado por todos como ‘Maracanazo’, os goleiros brasileiros
passaram, segundo Paulo Guilherme, no livro "Goleiros" (2006), por um longo período de falta de confiança
por parte do torcedor. Isso só começou a mudar a partir da inovação da posição
através dos treinamentos específicos realizados pelo ex-goleiro Valdir Joaquim
de Morais.

Segundo Guilherme (2006), tudo andava perfeito demais
para o goleiro. Sua evolução como jogador profissional acontecia de forma
inesperada. Nem mesmo o frango que Zetti sofreu por debaixo das pernas ao não
pedir barreira para tentar defender a cobrança de falta de Neto, que atuava
pelo São Paulo, em partida válida pela semifinal do Campeonato Paulista,
conseguiu inibir a “muralha” alviverde de crescer nos gramados. Nada poderia
parar o goleiro, a não ser, como relatou Guilherme (2006), uma contusão, já que
naquela época a recuperação para certas lesões eram muito mais demoradas do que
nos dias atuais. A preocupação de Zetti, de acordo com o livro “Goleiros”
(2006), era perder sua posição como titular, principlamente porque o Palmeiras
sempre foi uma grande academia de goleiros, e lançar um novo jogador seria algo
inevitável.
“O grande golpe na carreira de Zetti foi ter quebrado a perna ao
dividir uma bola com o atacante Bebeto, do Flamengo, em 1988. O goleiro ficou
afastado do futebol por seis meses, com a perna imobilizada. Quando pôde,
finalmente, voltar a treinar, viu que seu lugar já estava ocupado. O Palmeiras,
uma verdadeira fábrica de goleiros, já tinha revelado um substituto tão bom
quanto ele, o garoto Velloso. E Zetti teve de sair em busca de emprego”. (GUILHERME, 2006. p. 222).
Foi a partir
desse momento que as coisas começaram a ficar difíceis para o goleiro. No
retorno dele à equipe, foi obrigado a disputar vaga na reserva do time. Alguns
clubes, sabendo que seria um tremendo desperdício ver Zetti fora dos gramados,
tentaram negociações com o goleiro, porém o Palmeiras barrava.
Mas, de acordo com o portal oficial do goleiro1,
a única forma que Zetti achou para deixar o clube foi comprando seu próprio
passe, pois assim ele pôde negociar, sem nenhuma intervenção, com o um clube
europeu, no qual teve uma curta passagem.
O guarda-metas, como também são chamados os jogadores que
atuam debaixo das traves, retornou para o Brasil para assinar um contrato com o
São Paulo Futebol Clube. E foi na equipe do Morumbi que Zetti viveu sua melhor
fase e se tornou um dos maiores ídolos da história do clube, conquistando
títulos importantes, como relata o livro “Nascidos para Vencer” (2009), dos
jornalistas Luís Augusto Simon e Marcelo Prado. Comandado pelo técnico Telê
Santana, Zetti passou a ser, ao lado de Raí e Müller, um dos homens de
confiança do treinador. E foi no ano de 1992 que o goleiro chegou ao momento
mais importante de sua carreira, conforme diz o jornalista Luis Augusto Símon
(2010), no livro “Os 11 Maiores Goleiros do Futebol Brasileiro”. Foi o título
de campeão da Taça libertadores da América, no qual foi conquistado depois do
pênalti defendido por ele, na cobrança de Gamboa, do Newells Old Boys, da
Argentina. E, se os títulos conquistados o levaram ao topo do futebol mundial,
já que no mesmo ano de 1992 o São Paulo bateu o incontestável e temido
Barcelona, da Espanha, o caráter e a tranquilidade dele o levou,
definitivamente, ao rótulo de ídolo.


Tudo porque, no dia anterior, muitos jogadores da Seleção Brasileira consumiram o tal chá em grande quantidade para diminuir os efeitos da altitude. Como explica Guilherme (2006), o cansaço, a dificuldade para respirar e a tontura são os principais sintomas causados pela altitude da Bolívia. Mas não demorou muito para a FIFA reconhecer o mal-entendido e dar a anistia a Zetti, que retomou sua dignidade e voltor a ser o ídolo exemplar.
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1 Trecho extraído do portal:
Um comentário:
Tendo Gulherme no arqueiro, sem dúvida, foi a calma para todo o time. Eu o conheci quando ele foi para o petshop do meu avô para comprar uma caixa de transporte cachorro. Ele assinou um autógrafo para mim.
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