terça-feira, 2 de junho de 2015

Corinthians: do céu ao inferno em tão pouco tempo

O futebol realmente é algo muito louco.

Há pouco mais de um mês o Corinthians era visto como um dos principais candidatos aos títulos da Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro.

Na competição continental, fez uma campanha incrível na primeira fase. Bateu Danúbio, São Paulo e San Lorenzo. Sofreu apenas uma derrota, para o São Paulo (jogo de volta), na última rodada, quando já estava classificado.

Enquanto isso, estreava com vitória pelo Brasileirão, dando pinta de campeão.

O time se portava de maneira arrasadora, marcando no campo de ataque, tocando a bola e utilizando todos os cantos do campo. O meio de campo interligava o setor defensivo ao ofensivo sem nenhuma dificuldade.

Tudo funcionava, principalmente no ataque, que balançava as redes em praticamente todos os jogos.

Tite era visto como o grande responsável por fazer esse time engrenar.

Estava tudo perfeito.

Era bonito ver o Corinthians jogar. Mais bonito do que o próprio timão campeão da Libertadores em 2012.

De repente, eis que a magia acaba.

Os problemas financeiros que o clube enfrenta vieram à tona.

Jogadores passaram a externar suas insatisfações com relação ao salário, e com razão, já que alguns estavam com 8 meses de direitos de imagem atrasados.

Além disso, muito burburinho rolando nos bastidores entre atletas, que contestavam salários de seus colegas.

Sem contar a grande dívida da Arena Corinthians, que com certeza tem tirado o sono do atual presidente alvinegro, Roberto de Andrade.

A eliminação "em casa" na semifinal do Campeonato Paulista para o rival Palmeiras até poderia ser vista como um "grande azar" se tudo fosse compensado nas outras competições.

Poderia. Apenas poderia...

Visivelmente os atletas estavam abatidos e caíram de produção com todos esses fantasmas rondando o Parque São Jorge.

Logo no primeiro jogo pós-fase de grupos, ou seja, nas oitavas de final, o Corinthians encarou o  Guarani do Paraguai.

Equipe considerada "fraca", pelo menos para a diretoria alvinegra, que comemorou como se fosse um título ao tomar conhecimento de que eles seriam o próximo adversário.

Houve diretor que deu até graças a Deus. "Presente de Deus", exclamou Sergio Janikian, Diretor de Futebol.

Há quem acredite que o Corinthians entrou de salto alto contra o Guarany. Não acredito nisso.

O problema foi muito maior.

A crise financeira passou a assumir o controle (ou descontrole) da equipe.

A dura porrada que levou ao ser eliminado pelo "fraco" Gaurany paraguaio deixou os alvinegros ainda mais na corda bamba.

A torcida já ensaiava seus primeiros gritos de protesto.

Restou o Brasileirão. Oras, afinal de contas ainda estamos nas primeiras rodadas da competição. Há muito que rolar. Certo?

Mesmo porque, o campeonato Brasileiro, pela longa duração, permite que equipes que não começaram bem se recuperem e até briguem pelo título.

O São Paulo que o diga. No ano passado (2014) teve um começo pra lá de pífio e no final da competição por pouco não chegou no Cruzeiro. Acabou em segundo colocado.

Mas já sabemos que torcedor não pensa assim. Torcedor quer saber de vitórias e soluções a curto prazo.

Tem que ser "para ontem".

Bom, sobre os tais direitos de imagem, o clube quitou boa parte, amenizando um pouco essa questão.

Com um pé na crise, a diretoria, que já não sabe mais de onde tirar dinheiro, anunciou as saídas de Emerson Sheik e Guerrero e cogitou as negociações de Elias e Petros com clubes brasileiros (esses ainda podem deixar o clube).

O grande problema é que tudo isso aconteceu às vésperas de um clássico contra o arquirival Palmeiras, que também não vem lá fazendo grandes jogos, mas que costuma complicar a vida do Corinthians.

Não deu outra.

O Palmeiras deu um baile de futebol sobre o Corinthians, venceu por 2 a 0 e instaurou de vez a crise no timão.

Tudo que faltava para a torcida alvinegra perder a paciência e reunir cerca de 180 manifestantes na porta do clube, na zona Leste da capital.

O principal alvo foi o Gerente de futebol, Edu Gaspar.

A polícia precisou ser acionada para conter os ânimos da organizada.

Ou seja, de um mês e meio para cá, praticamente, o Corinthians foi do céu ao inferno.

Creio que o Corinthians enfrentará tempos difíceis daqui para frente neste Brasileirão.

Haverá um desmanche que irá minar as forças de Tite no comando da equipe e que, possivelmente, dará ao Corinthians a chance de brigar apenas no meio da tabela. Sem grandes pretensões.

Não vejo o Corinthians lutando para não cair para a série B. Absolutamente. Mas também não imagino o Corinthians brigando por título.

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