quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Eterna" muralha em carne e osso, uma figura sensacional

Armelino Donizette Quagliato, mais conhecido como Zetti.

Ao longo dos tempos, o futebol vem se aprimorando em todos os sentidos, o que era chamado de "pelada" hoje tem um aspécto mais tático, o que exigia totalmente de força hoje pode ser substituído por técnica. A marcação tornou-se um ponto fundamental em uma partida, por conta disso, muitos dizem que no passado amarrava-se cachorro com linguiça e que assim o número de gols era muito maior do que hoje, e que também por essa razão, Pelé foi considerado o maior do Mundo. Concordo em partes. Sobre Pelé, não existe nada que possa contestar, ele foi e sempre será o melhor do Mundo, indiscutívelmente. Agora, em relação ao número de gols, realmente diminuiu em razão do novo modelo do futebol. O futebol bem marcado que dificulta para os atacantes. Mas enfim, na posição do goleiro não foi diferente. A modernização chegou, mas de uma forma estilosa. No Brasil, tenho total convicção que uma das peças mais influentes dessa modernização foi o glorioso Zetti. Logo que chegou ao São Paulo Futebol Clube, Zetti adotou uma marca registrada que virou mania e que alguns goleiros praticam até hoje no futebol, o uso de calças. Era tudo uma novidade, ele geralmente usava uma calça que não chegava até os pés e com isso sua canela, coberta pelo meião, ficava aparecendo, mas o que ele realmente gostava de fazer era subir o meião por cima da calça. Com esse novo estilo duas coisas poderiam acontecer: ser criticado ou virar modelo de um novo padrão. Se Zetti não tivesse mostrado todo o futebol que mostrou, todos os títulos que conquistou, todo o amor ao esporte e mais, se não fosse o sensacional cidadão (agora falando como pessoa e não jogador), provavelmente as críticas apareceriam naturalmente, mas não foi o que aconteceu. Seu estilo de jogar também era diferente dos outros, ele era otimo em bola rasteira, tinha uma empulsão fora do normal, como dizia o Galvão Bueno, ele pulava como um "GATO", e tem mais, foi ele que começou como grande homem de reposição de bola, o que Rogério Ceni faz hoje, nada mais é do que um aprimoramento do que treinava com Zetti. Rogério Ceni com certeza por estar a tanto tempo no São Paulo, por fazer gols e por mostrar um amor verdadeiro pelo clube, tornou-se o maior ídolo que o Tricolor Paulista já teve, mas não foi e nem será melhor do que Zetti debaixo da trave, tanto no seu estilo de jogar como nas milagrosas defesas que o ex-goleiro praticava. Aliás, não vi até hoje um goleiro como ele. Em 1993 foi apontado por uma pesquisa européia como o 5 melhor goleiro do Mundo, "sinceramente naquela época ele merecia ser no mínimo o 3º" o que contribuiu para sua ída à seleção brasileira. Uma vez em um programa de televisão, Zetti contou à todos uma conversa que teve com o então técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira: " Ele reuniu a equipe e explicou que eu merecia a posição de titular pelo ótima fase que estava passando pelo São Paulo mas que ele prioriza quem tem mais experiência, e o Taffarel já havia disputado a Copa de 90, por isso eu seria o reserva em 94", disse Zetti. O ex- arqueiro e hoje técnico teve duas grandes decepções em sua carreira como jogador, uma delas foi quando nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1994, na Bolívia, passando pelo Dopping, acusou cocaína em sua urina, sendo que na verdade tinha sido apenas um chá de coca que é normal no país. A segunda decepção foi sua expulção, ele queria encerrar sua carreira sem ter sido expulso, saiu de campo muito chateado. Quem o conheçe pessoalmente sabe como ele é honesto, íntegro e bom caráter.


Uma pequena pincelada sobre a tragetória de Zetti como goleiro pelo futebol:

Seu primeiro jogo como títular foi pelo Toledo em 1983 e em 1985 defendeu o Londrina (emprestado), os dois clubes do Paraná. Após o emprestimo, Zetti foi jogar no Palmeiras mas chegou como terceiro goleiro. Em 1987, passou a ser o titular da camisa alvi-verde. Nesse momento de sua carreira, deu início a uma sequência de 1.238 minutos sem sofrer gols, que só seria quebrada pelo zagueiro Luis Pereira, do Santo André, 3 meses depois. No ano seguinte, ainda defendendo o Palmeiras, Zetti quebrou a perna disputando a bola com o jogador Bebeto do Flamengo, ficando afastado dos jogos por um longo tempo. Quando retornou, a vaga de titular já havia sido preenchida por Velloso. Foi quando Zetti comprou seu passe e negociou com o São Paulo em 1990. Foi sua melhor decisão, pois no São Paulo é que fez seu nome. Conquistou os títulos mais importantes que um jogador possa almejar:



São Paulo Futebol Clube
Campeonato Paulista: 1991 e 1992
Campeonato Brasileiro: 1991
Copa Libertadores da América: 1992 e 1993
Mundial de Clubes: 1992 e 1993
Recopa Sul-Americana: 1993
Supercopa da Libertadores: 1993
Santos
Torneio Rio-São Paulo: 1997
Copa Comembol: 1998
Seleção Brasileira
Copa do Mundo: 1994




Essa Homenagem ao Zetti é muito mais do que merecida. Sou um verdadeiro fã dessa figura sensacional. Torço para que ele se firme como técnico e possa passar suas boas lições e experiências de futebol e de vida. Imaginem que orgulho Zetti deve sentir de ter sido aluno do maior professor que já existiu "Telê Santana", mas que o sr. Telê também deve ter tido muito orgulho de ter um aluno como Zetti, isso eu não tenho dúvidas.

Nenhum comentário: