quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dentre os grandes, és o primeiro

Costumo dizer que todo 16 de dezembro é a data que, de fato, o ano termina para o futebol brasileiro. E não é apenas por razão dos campeonatos do País terem terminado suas jornadas, mas porque um grande clube comemora seu aniversário fazendo com que a temporada se encerre com chave de ouro.

E não é prepotência nem arrogância do torcedor, como muitos "cotovelos machucados" insistem em dizer, mas um fato pra lá de consumado, já que estamos falando de uma força indiscutível no esporte, de um clube que prova a cada dia sua diferença estrutural, sua superioridade de títulos e conquistas em relação aos outros, enfim, estamos falando de São Paulo Futebol Clube.

Foi num 16 de dezembro de 1935, dentro do escritório do advogado Sílvio Freire, situado na Rua XI de Agosto, sala 9-a, em São Paulo, às 22h, que nascia o Tricolor Paulista. O clube mais vitorioso do futebol brasileiro.

De lá para cá, o São Paulo conquistou inúmeros títulos e foi se firmando aos poucos no cenário esportivo até se tornar a grande potência que é nos dias atuais. Sua estreia em um campeonato oficial aconteceu no dia 25 de janeiro de 1936 (por sinal, aniversário da Cidade de São Paulo). O adversário foi a Portuguesa Santista.

Devido ao aniversário da cidade, que foi comemorado na Avenida Paulista, a partida esteve ameaçada de não acontecer. Tudo isso porque havia uma lei que impedia a realização de manifestações  ou eventos que pudessem, de alguma forma, rivalizar com a tal parada. Mas felizmente a Secretaria Municipal da Educação acabou autorizando o espetáculo que teve vitória são-paulina por 3 a 2.

Foto da equipe no jogo contra a Lusa Santista
A primeira final disputada pelo Tricolor Paulista foi em 1938, pelo campeonato Paulista. O oponente foi o rival Corinthians, que sagrou-se campeão com um empate por 1 a 1, mas com um gol de mão que o "juizão" validou. Para vocês verem como a "mancha" corintiana começa cedo.

Em 1940, com o estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu) de pé, o São Paulo conquistou seu primeiro título: o Torneio Inicio do Campeonato Paulista. Foi sem dúvida o começo de uma vida (sem fim) de títulos.

O Tricolor iniciou uma arrancada desenfreada de conquistas. Batia nos pequenos, nos grandes, nos fracos, nos fortes, enfim, não havia tempo ruim para  o clube paulista.

A fase de jejum, que aliá todas as equipes grandes já passaram, algumas passam até hoje, foi durante a construção do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, na década de 50. Um período em que todo são-paulino prefere apagar de sua memória. Porém a recompensa veio em dobro. Com o estádio pronto, a diretoria voltou a investir no time, montando esquadrões fantásticos.

Mas apenas campeonatos regionais não eram suficientes para fazer o clube cair nas graças da torcida. Algo mais teria de surgir para legitimar a força desse novo clube. Faltava, na verdade, um título de peso.

E ele veio somente na década de 70, com a conquista do primeiro Campeonato Brasileiro para a galeria de troféus do Morumbi. Foi num dia de chuva, em Minas Gerais, contra o poderoso Atlético-MG. A equipe que tinha o grande goleiro Waldir Peres levantou a taça após suada disputa nos pênaltis.

Na década de 80 o tricolor também foi ao topo do Brasileirão após vencer na final o Guarani, dentro do estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, em 1986. O protagonista do título foi Careca, um dos maiores centroavantes que o Brasil já teve. Foi dos pés dele, na prorrogação, que saiu o gol do título.

Mas a consagração, com direito a reconhecimento mundial, aconteceu na década de 90. À época, o presidente Eduardo Mesquita Pimenta acreditou em Telê Santana, até então considerado pé-frio pelos fracassos de 82 e 86 na seleção brasileira, e montou um verdadeiro esquadrão. Fazendo barba, cabelo e bigode. Ou seja, vencendo tudo o que disputou.

Em 1991, foi campeão paulista em cima do Corinthians, com uma atuação sensacional de Zetti, Raí, Muller e companhia, e levantou o caneco do Brasileirão, após bater o Bragantino. Título esse que o classificou para a Libertadores do ano seguinte.


Raí comemora gol na Libertadores
Aliás, por falar em ano seguinte, 1992 foi o momento de ápice e euforia, tanto para o clube quanto para o torcedor. O São Paulo conquistou o Tereza Herrera e o Ramon de Carranza, sobre Barcelona e Real Madrid, respectivamente. Mas foi a Taça Libertadores da América e o Mundial de Clubes que o tornaram o clube uma potência internacional.

O Mundo inteiro falava sobre São Paulo Futebol Clube. Torcedores de todos os clubes paravam para ver a equipe de Telê jogar. Era um futebol diferente, bonito, com velocidade, habilidade, inteligência e honesto, acima de tudo. Era o estilo Telê Santana de ser predominando no País.

Em 1993, eis que a consagração vem à tona. O São Paulo bate o Universidad Católica do Chile e conquista o Bi da Libertadores. Em dezembro deste mesmo ano, vai ao Japão e supera o Milan no Mundial de clubes. Mais uma vez deu São Paulo no topo do mundo.

A história não parou por aí. Pelo contrário. Embora grandes craques como Raí, Muller, Palhinha, Cerezzo, Zetti, Cafú, Telê Santana tenham deixado o clube, a equipe encontrou um novo ídolo. Um atleta que se dedica de corpo e alma ao clube e que veste a camisa tricolor seja qual for a situação. O nome dele é Rogério Ceni.

Rogério assumiu o gol do São Paulo em 1997, com a saída de Zetti, e de lá para cá se tornou o jogador que mais vestiu a camisa são-paulina, além de ter batido vários recordes e se tornado o maior goleiro artilheiro da história do futebol mundial, com 93 gols marcados.

Foi com ele que o São Paulo novamente esteve estampado nos principais jornais esportivos do mundo após as conquistas da Libertadores e do Mundial, ambos em 2005. O Tricolor é o único clube do Brasil que possui três títulos dessas duas competições internacionais.

Em 2006, 2007 e 2008 o São Paulo, que era comandado por Muricy Ramalho, discípulo de Telê, conquistou um feito inédito no futebol brasileiro. Tornou-se o primeiro clube a levantar por três vezes seguidas o troféu de campeão Brasileiro.

E isso é apenas o esboço de um resumo da história gloriosa que esse clube possui. É impossível negar que o São Paulo é um dos clubes mais importantes do Brasil e do mundo.

Por isso, fica aqui os meus parabéns a essa tão respeitada agremiação que completa neste 16 de dezembro de 2010 os seus 75 anos de existência.

Que viva o futebol. Que viva o São Paulo F.C. que, como diz sue hino, "dentre os grandes, és o primeiro.




2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente homenagem, Fernando!

Me fez viajar pelas conquistas do nosso glorioso. O engraçado é que eu me lembro exatamente onde estava em cada título.

Viva, Telê, Leônidas, Canhoteiro e tantos outros mestres que passaram pelo tricolor.

Obrigado por tantas alegrias SPFC.

Rica

Fernando Richter disse...

Pois é, Rica.

Tem razão, velho. Viva todos esses, além de Careca, Forlan, Dario Pereira, Serginho Chulapa, Rui, Bauer, Noronha dentre outros!

Obrigado pelo seu comentário aqui, meu amigo.

Seja sempre bem-vindo.