quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A aposentadoria de "São Marcos"

O grande "São Marcos", o goleiro dos milagres que levou o Palmeiras a diversos títulos, incluindo o importantíssimo da Libertadores da América, e que foi um dos protagonistas do Pentacampeonato Mundial da seleção Brasileira, em 2002, anunciou ontem a sua aposentadoria.

É obvio que a notícia não deixou o palmeirense feliz. Aliás, não apenas o torcedor alviverde, mas todos os apreciadores do futebol.

Antes mesmo de falar de Marcos como jogador, vale relembrar dele como pessoa. Aqueles que tiveram oportunidade de pelo menos trocar duas ou três palavras com o ídolo sabem exatamente do que estou falando.

A construção de um ídolo é algo bastante peculiar. Como diz o filósofo Joseph Campbell, por exemplo, para se tornar um ídolo é necessário ter feito algo importante para uma massa, ter conquistado status dentro de seu campo profissional e ser representante de um determinado grupo.

O professor e psicólogo Jacob Goldberg diz que o ídolo é justamente aquilo que nós, admiradores, gostaríamos de ser. O ídolo é, segundo Goldberg, um ser "transferencial" porque que nós transferimos para ele tudo aquilo que, de alguma forma, gostaríamos de viver.

E o Marcos é um dos exemplos mais claros de ídolo. 

Ele tem o poder de transformar a personalidade daquele que o segue simplesmente por ser uma figura de características similares às de um super-herói.

É como se ele estivesse acima do bem e do mal.

Digo isso porque conheci um torcedor que, durante uma pelada entre amigos, se negou a cobrar um pênalti alegando que seu ídolo também jamais se atreveria a tal ato. Mais do que isso, essa mesma pessoa disse que escuta música sertaneja porque ficou sabendo que Marcos é apreciador desse gênero musical. Incrível, não?  

Pouco tempo atrás, conheci uma torcedora do Palmeiras que disse seguir os passos do seu ídolo. Ela gosta de conversar com todas as pessoas, inclusive as que nunca viu na vida, porque o seu ídolo faz isso com os fãs. Sua veneração por Marcos é tão grande que ela possui mais de três tatuagens, em várias partes do corpo, com o rosto do jogador. 

O torcedor, e não estou me referindo apenas ao do Palmeiras, vê no Marcos a imagem do bom moço que se mistura à bondade, ao profissionalismo, à dedicação e ao amor ao clube do coração.

O Marcos nunca jogou no meu time. Pelo contrário. Vestiu a camisa do arquirival durante mais de 90% de sua carreira como jogador profissional. Porém, quando penso em um ídolo que vi jogar ele é, sem dúvida, um dos primeiros que me vêm à cabeça.

Não conheço uma só pessoa que não goste de Marcos.

Nelson Rodrigues, um dos maiores escritores brasileiros, dizia que "toda unanimidade é burra". Marcos é uma unanimidade, mas com certeza uma exceção da frase de Nelson.

Enfim, é claro que estou triste por saber que não mais verei o grande Marcos dentro dos campos de futebol. Mas por outro lado fico imensamente grato por tudo que ele fez pelo futebol brasileiro.

Obrigado, Marcos. Você é sensacional.


2 comentários:

Henrique Gois disse...

Também sou fã do Macão, mesmo ele não sendo santista como eu, acho que não é só a imagem de bom moço, mas a dignidade de dar a cara para bater e falar o que pensa que faz dele tão querido. Quem realmente gosta de futebol não tem como não gostar do Marcos. Digo isso, pois creio que gostar de futebol vai além da "religião" de um time, por exemplo, em 2003 para o Santos ser campeão (o Santos foi vice) o Cruzeiro tinha que perder, já que tinha alguns pontos a frente, mas o cruzeiro jogava tanta bola que eu não conseguia torcer contra, principalmente por causa do Alex.
Um cara como o Marcos que consegue se fazer querido por torcedores dos times adversárias com certeza está de parabéns. Acredito que ninguém queria vê-lo pendurar as chuteiras agora, mas uma das maiores virtudes de um craque é saber à hora de parar.

Eterno SANTO disse...

Puta q pariu com muita dor no coração q agradeço a todos os milagres atribuidos ao nosso PALMEIRAS ABRIGADO SANTO por ter o prazer d em meus 30 anos de idade ter visto vc atuar até meu filho de 6 anos esta sentindo q pena só vou t ver nas peladas d final d ano assim como vi o meia DJALMINHA atuando fininho e ainda comendo a bola .