sexta-feira, 4 de junho de 2010

Copa do Mundo impulsiona economia brasileira


O setor de eletroeletrônico deve ter movimentação expressiva superando vendas do último Mundial, em 2006, quando atingiu a marca de 10,8 milhões de unidades


O Brasil foi o último país a entrar na crise financeira internacional e o primeiro a sair dela justamente pelo fortalecimento da política sócio-econômica e do bom planejamento do atual governo que, aliás, vive um momento positivo dentro do cenário mundial. E para melhorar ainda mais a situação financeira do País, as vendas no mercado interno, nos setores das indústrias têxteis, eletroeletrônica, além do consumo de alimentos estão subindo a cada mês. Tudo isso impulsionado pela Copa do Mundo que acontecerá daqui a nove dias na África do Sul.


Geralmente, eventos esportivos como Olimpíada e Copa do Mundo são benéficos para o país sede. Para se ter uma ideia, a Coréia do Sul criou 100 mil empregos para a Copa de 2002 – ano em que o Brasil conquistou o Penta – que se mantiveram depois do evento. Na Alemanha, em 2006, o investimento para a Copa custou US$ 5 bilhões, mas a receita gerada nas vendas internas, emprego, turismo e imagem do país compensaram o investimento. O próprio Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez questão de ressaltar, já pensando em 2014 quando será a vez do Brasil realizar o evento, que a Alemanha criou 40 mil empregos permanentes mesmo depois do fim da Copa. Claro que sempre há exceções, como aconteceu com a Grécia após realizar a Olimpíada de Athenas, em 2004, que o país entrou numa recessão financeira elevada, atingindo não só a Europa, mas o mundo todo. No Brasil, os efeitos positivos refletem fortemente na economia mesmo quando a Copa é realizada em outros países. O motivo disso é a grande paixão do brasileiro que se identifica com o esporte. Não é à toa que a nação é chamada de “País do Futebol”.


Um segmento que deve ter movimentação significativa é o de bares. Cerca de 400 mil vagas de empregos serão abertas durante o período da Copa que começará no dia 11 de junho e tem data de encerramento prevista para o dia 11 de julho. No Brasil, há cerca de 350 mil bares e pelo menos 100 mil terão de contratar mais quatro funcionários temporários para cumprir com a demanda que aumentará neste calendário esportivo. Segundo Paulo Solmucci, presidente executivo nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o faturamento de todos os bares deve aumentar em R$ 840 milhões neste período. Ou seja, sem a Copa, o setor possui um faturamento de R$ 2,8 bilhões. Com o evento, a previsão é que este número atinja cerca de R$ 3,64 bilhões. No interior do Brasil, onde as cidades costumam parar suas atividades para assistir aos jogos da seleção, a tendência é que a movimentação seja ainda maior.

Em todo o País, os investimentos na preparação para a Copa do Mundo movimentarão cerca de R$ 300 milhões. Geralmente, esses investimentos começam por pequenas reformas e na compra de novos televisores. Já os estabelecimentos de porte menor pretendem investir R$ 1 mil, enquanto os de porte médio, o dobro. No total, os investimentos devem chegar a R$ 300 milhões.


A contratação de garçons também entra nos planos de outros bares. O Bar Boleiros, que fica no bairro da Vila Madalena, zona sul da capital paulista, pretende contratar dois garçons temporários no final de semana e a expectativa é que a Copa crie ao menos quatro novas vagas, com chances de efetivação, segundo Carlos Alberto Capozzi, sócio e gerente do estabelecimento. Para Capozzi, um grupo de clientes franceses já pediu para que o bar abra mais cedo, e por isso ele já definiu que abrirá no período da manhã e continuará funcionando o dia todo. A previsão é de que os clientes gastem na média de R$ 200,00 a R$ 500,00 reais por jogo.


Sendo assim, o comércio brasileiro vai comemorando o ‘bom ritmo’ de vendas, além da espera de que o mercado continue forte durante as partidas com ou sem o Brasil disputando o título.


Na área de agências de viagem, de transporte e de transporte aéreo de passageiros, deve subir entre 5 % e 6 %. Os fabricantes de brindes investiram em produção para atender os clientes e a região da Rua 25 de Março, São Paulo – o maior centro de comércio popular do mundo –, no qual já tem seus focos de verde e amarelo.


Mas o setor de maior força no que diz respeito à elevação nas vendas é o da indústria eletroeletrônica. É o momento em que os fabricantes de TVs são obrigados a aumentar a produção de seus materiais. Em 2006, a indústria de televisores atingiu um marco positivo no Brasil. A venda de TVs atingiu a casa dos 10,8 milhões de unidades, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). Ou seja, mais do que o dobro de 2002, que vendeu cerca de 4,9 milhões de aparelhos.


A Associação Comercial de São Paulo, por sua vez, avalia que a Copa deverá ser mais um fator a impulsionar o comércio neste ano. Segundo o presidente da entidade, Alencar Burti, ainda não há projeções específicas, mas neste ano o comércio em geral deverá registrar um crescimento de 5% a 6%. Não há dúvida que esse coeficiente pode aumentar expressivamente em 2014, quando o Brasil sediará o Mundial de Futebol.



Colaboração: Breno Benedito e Rafael Carriei

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