sábado, 20 de junho de 2009

Solução mentirosa



Assim como em qualquer segmento, quando há um problema sério, a cúpula do poder nomeia uma pessoa para ser o culpado, o responsável direto pela desgraça e o mesmo acontece dentro do futebol.

Algum tempo atrás, René Simões – grande caráter e ótimo técnico - foi mandado embora do Fluminense para a entrada repentina de Carlos Alberto Parreira. Obvio que foi premeditado, pois não deu tempo nem de René sair para Parreira já assumir o posto. Ética, nem pensar!

Dessa vez a vítima foi Muricy Ramalho. Depois de ter sua equipe – São Paulo Futebol Clube – eliminada da Taça Libertadores da América, a diretoria tricolor resolveu tomar uma atitude, já que se sentia pressionada pela mídia e por parte dos torcedores (turma do amendoim).

Muricy assumiu o São Paulo em 2006 e, em 262 jogos, venceu 139, empatou 67 e perdeu apenas 46, o que dá um aproveitamento de 64%. Um resultado muito bom levando em consideração a conquista dos três títulos brasileiros consecutivos (2006-2007-2008).

O problema do São Paulo não é o técnico, isso é visível. A reformulação que a tal diretoria, que se julga tão diferente das demais no Brasil, deveria ser única e exclusiva no elenco. Muricy não tem culpa de absolutamente nada.

É culpa do técnico, quando Jorge Wagner não acerta mais nenhum cruzamento e de quebra entrega uma bola fundamental para a classificação do Corinthians no Campeonato Paulista?

Também tem culpa o Muricy se o Hernanes resolveu não acertar mais nenhum passe e nenhuma jogada sequer?

É culpa de Muricy perder o capitão Rogério Ceni, líder absoluto dentro de campo, por contusão grave?

É culpa dele também não ter um banco de reservas à altura para repor as possíveis baixas no elenco, devido a lesões?

É muito mais fácil achar um único alvo para ser o grande responsável por todos os problemas do clube, do que mandar o time todo embora. Obvio. Escolheram o técnico. Um dos poucos merecedores de respeito dentro da equipe. Por tudo que fez de bom.

O mais engraçado nessa história toda é a forma como os dirigentes do São Paulo se contradizem. Ouvi certa vez da boca de Marco Aurélio Cunha, no programa Mesa Redonda Futebol Debate, comandado pelo amigo Flávio Prado, que o São Paulo nunca dispensa seus profissionais numa sexta-feira, pois é totalmente fora de ética. Segundo o dirigente, a sexta, seguida pelo final de semana é um momento de tranqüilidade com a família, de descanso, no qual jamais o São Paulo interfere.

Prova-se que nem tudo que ouvimos pode ser levado a serio.

Para a vaga de Muricy contrataram Ricardo Gomes, ex-jogador de seleção Brasileira e que brilhou no Fluminense. Seu último cargo dentro do futebol foi dirigindo a equipe do Mônaco.

Se ele vai dar certo, não sei. Confesso que pouco acompanhei seu trabalho como técnico. Sei apenas que teve passagem pela seleção Brasileira, dirigindo a categoria de base.

Prefiro esperar para ver como se comportará a equipe, como será a aceitação da torcida e, principalmente, como será sua forma de trabalhar. Não podemos esquecer que uma coisa é ser técnico na Europa, outra coisa é atuar dentro do Brasil. Extrema diferença cultural.

Ao Muricy fica meu total apoio. Competente, jamais ficará sem clube.

Os verdadeiros torcedores, “inteligentes”, do São Paulo carregam grande admiração por você, Muricy e, sem dúvida, não aceitam a decisão tomada por Juvenal Juvêncio e Cia.

Torcemos por você, “Muriçoca”!

Foto: Site oficial www.spfc.com.br


4 comentários:

Mari Pessoa disse...

Fala Fê!

Muito bom o texto.

Beijo!

Anônimo disse...

assim é o nosso país, porque seria diferente no futebol , fernandão?

abs,

Marco Tullyo

Fernando Richter disse...

Inacreditável marco.

Mari, obrigado...

Valeu pela visita de vcs...

Anônimo disse...

Disse muito.
Tudo de melhor para o Muricy, valeu mesmo (claro que, quando enfrentar o SPFC desejo que ele não seja tão bem sucedido assim, rsrsr).
Bjinhos ;)