quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

No sufoco

É obvio que uma vitória é sempre uma vitória, principalmente se tratando de Libertadores da América.

Sair de campo com os três pontos, geralmente, é o que importa para muitos técnicos de futebol, independente do que foi apresentado dentro de campo. É como se livrar de um problema, de uma dor de cabeça, de uma responsabilidade, de uma cobrança que possa acontecer por parte de torcedores e da imprensa etc.

E é por esse motivo que volto a dizer que sinto falta do mestre Telê Santana. Para ele, vencer não era o principal. Sua equipe tinha de jogar bonito, tinha de encantar o torcedor, tinha de ir além.

Estou dizendo isso porque não me convenci com o desdobramento do jogo de ontem entre Corinthians e Racing (URU), pela Taça Libertadores da América. O timão jogou em casa, com sua torcida presente em mais de 32 mil torcedores. Um show nas arquibancadas que foi correspondido pela equipe com um futebol covarde.

Volto a me posicionar contra o que foi dito, ao vivo, por Cléber Machado e sua equipe na transmissão da Rede Globo. O “filósofo do jornalismo esportivo” enxergou que o Corinthians fez ótima partida diante dos uruguaios, vencendo pelo placar de 2 a 1.

Uma vitória corintiana era mais do que prevista. O Racing é uma equipe muito fraca, sem padrão de jogo, sem esquema tático. Aliás, sua única jogada foi as bolas alçadas na área adversária. Um futebol ridículo.

Bastava o timão ir para cima com mais objetividade que os gols sairiam naturalmente e o placar seria elástico. Isso faz diferença em Libertadores. Mas assim mesmo Mano Menezes preferiu respeitar e esperar o milagre.

O Corinthians só cresceu após a expulsão de Darío Flores, que fez uma falta de “juvenil”- como dizem os boleiros quando querem se referir a um atleta sem experiência. Foi a partir desse momento que os alvinegros aproveitaram para tocar a bola com mais calma e chegar ao segundo gol, o que caracterizou a virada e a vitória corintiana.

Até agora não entendi porque o Dentinho não está entrando nas partidas. Será que Mano está querendo queimá-lo? Esse jogo tinha “cheiro” de Dentinho. Deveria ter entrado desde o começo no lugar do Defederico, e não aos 40 minutos da etapa final, como aconteceu.

Não sou maluco a ponto de querer cobrar que uma equipe inicie uma competição “a todo vapor”. Esse foi apenas o primeiro jogo do timão e sei que ainda há muito que evoluir. Sem contar que começar com três pontos é algo bastante importante porque dá uma tremenda confiança à equipe. Mas por favor, não me venham dizer que o futebol jogado ontem foi bonito de assistir. Isso é o cúmulo do fanatismo.

Foto: Agência Reuters / Site IG

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