quarta-feira, 21 de julho de 2010

Falta um maestro

Depois de uma atuação digna de um "clube de segunda", mais uma vez o São Paulo não conseguiu vencer dentro do seu próprio estádio. Dessa vez foi o Grêmio Prudente quem parou a equipe do Morumbi, num empate por 1 a 1.

A torcida são-paulina tem razão em pedir a cabeça do técnico Ricardo Gomes, já que fica evidente, a cada partida, que falta comando neste time. Os erros nas substituições são visíveis e têm feito o São Paulo perder o padrão de jogo. Não sabemos mais se a equipe joga com dois ou três zagueiros, um ou dois volantes, dois ou três atacantes, enfim, está uma bagunça.

Mas além do técnico fraco, os jogadores também deixam a desejar. Não estão fazendo por merecer o elevado salário que recebem. Com exceção de Rogério Ceni, que vira e mexe salva o São Paulo de um desastre maior, todos estão atuando de forma displicente.

Na zaga, nem mesmo o Miranda, craque de bola, tem conseguido desenvolver seu futebol. Será que o fato de não ter sido convocado para a seleção tenha desmotivado o atleta?

Outro craque que está em dívida com a torcida é Hernanes. Ele tem altos e baixos dentro de uma mesma partida. Em determinados momentos, faz dribles sensacionais e lançamentos certeiros, isso quando não marca belíssimos gols. Mas em outros momentos parece nem estar em campo. Não mantém uma regularidade há tempos. Será que essa indefinição de uma possível transferência ao exterior, que vem se arrastando desde o ano passado, possa estar mexendo com sua cabeça? Talvez.

O fato é que a equipe está perdida. Não tem orientação. Está desnorteada. Não vemos garra, vontade, suor, enfim. Falta mais do que isso. Falta vibração. Falta um maestro para reger o elenco. E quando isso acontece, o melhor é partir para uma renovação. Se Ricardo Gomes provou que não pode ser técnico de equipe grande e os atletas não conseguem retomar o "tesão" de jogar futebol, nada como um banho de água fria para acordar. E esse banho é a troca imediata do treinador.

A pergunta é: quem trazer?

Muricy, Mano, Felipão e Luxemburgo são os considerados "grandes" técnicos atuando no Brasil. Dos quatro, três jamais deixariam seus clubes: Muricy deve ter seu contrato renovado com o Fluminense ainda nessa semana. Mano Menezes está com um pé na seleção brasileira. Felipão fez, no domingo, sua partida de reestreia no Palmeiras. E Luxemburgo... Bom, Luxemburgo até poderia sair do Atlético, mas o São Paulo teria de oferecer uma boa grana ao técnico, além de romper com seus valores e políticas do clube (a atual diretoria já deixou claro que jamais contrataria Luxemburgo enquanto estivesse no poder).

Mas há uma quinta opção: Silas, que vive um mau momento na equipe que comanda, o Grêmio, poderia cair bem nesse time. Aliás, não tenho a menor dúvida que ele daria certo no Morumbi.

Por outro lado, a torcida tem pedido por Paulo Autuori, que atualmente dirige All-Rayyan, da Arábia. Autuori teve uma passagem rápida pelo clube paulista, mas o suficiente para fazer um excelente trabalho. Também acho que poderia ser uma saída.

O problema do Tricolor se torna maior ao lembrar que terá pela frente a equipe do Internacional, numa partida válida pelas semifinais do torneio mais importante da América, a Libertadores. Que por sinal, é o xodó dos são-paulinos. O Inter está de bem com a vida. Vem numa crescente dentro do Brasileirão e não há como negar que leva o rótulo de favorito sobre o São Paulo.

Esse é o momento de a diretoria do São Paulo provar, ou não, que realmente é diferenciada como dizem por aí. Agora, esperamos a decisão que o Sr. Juvenal Juvêncio, presidente do clube paulista, tomará em relação ao elenco. Que caminho o Tricolor vai seguir? Vai agir e tentar a reação ou ficar de braços cruzados esperando pela desclassificação na Libertadores e o fracasso no Brasileirão?

Veremos...

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