domingo, 10 de outubro de 2010

Lucas e Ricardo Oliveira: será a salvação?

O São Paulo venceu mais uma no comando do técnico Paulo César Carpegiani. A equipe do Morumbi foi ao Prudentão encarar o Grêmio Prudente, último colocado na tabela, e levou a melhor, vencendo por 3 a 2 numa partida emocionante.

A princípio, por se tratar de uma equipe que ocupa a lanterna da competição, imaginei que o jogo seria fácil para o São Paulo, que não está ainda 100% mas que tem muito mais estrutura e camisa que a equipe do Prudente. Errei.

Foi um jogaço disputado acirradamente até o momento em que o árbitro apontou o centro de campo e encerrou  o confronto. 

O novo técnico tricolor já mostra suas características na equipe. Preocupado com a pouca produtividade dos atacantes e com a falta de um meia-armador, Carpegiani resolveu escalar o Tricolor com  quatro homens de frente.

No gol, Rogério Ceni, claro. A dupla de zaga foi composta por Alex Silva e Miranda. Na lateral não houve novidades: Jean na direita e Richarlyson na esquerda. O meio de campo teve Rodrigo Souto e o jovem Casemiro, que fizeram forte marcação, fechando o setor. Na frente, quatro rápidos atletas: Marlos e Lucas, caindo pelos lados, e Ricardo Oliveira e Fernandinho enfiados na área adversária.  

Deu certo. A equipe ficou mais leve e o ataque voltou a balançar a rede com eficiência. O torcedor gostou dessa formação, já Rogério Ceni diz que pode ser arriscado. "É uma característica do treinador que pode ser mais eficiente, mas deixa o setor defensivo um pouco mais desguarnecido. Em alguns momentos pode ser arriscado", disse o capitão Tricolor logo após o final da partida.

O sinal de que haveria emoção começou logo aos 3 minutos de bola rolando, quando Marlos fez boa jogada pela direita, deixando Lucas na cara do gol que, por pouco, não abriu o placar. Seria um golaço, nem tanto pela finalização, mas pela jogada trabalhada.

A marcação forte não foi empecilho para as duas equipes que não se limitaram a defender. E foi aos 9 que a rede balançou pela primeira vez. O árbitro assinalou uma falta para o São Paulo do lado esquerdo do setor ofensivo. Rogério Ceni ameaçou subir para bater. Olhou bem, analisou e, sabiamente, sabendo que pela distância o risco de não marcar é maior, preferiu deixar para Ricardo Oliveira.

Ricardo Oliveira e Lucas: entrosamento até na comemoração
Pela posição, o ideal seria um cruzamento dentro da área do Grêmio, buscando a cabeça de um dos jogadores são-paulinos. Ricardo olhou, analisou, estudou e, de repente, chutou forte para o gol, encontrando o ângulo direito do goleiro Giovanni que nem sequer teve tempo de pular na bola.

Após o primeiro gol são-paulino, a partida esfriou e as duas equipes passaram a tocar a bola, mas sem muitos lances que levassem perigo aos gols de Ceni e Giovanni.

Mas 33 minutos, após o chute forte de Adriano Pimenta e boa defesa de Rogério Ceni, Wesley, que estava sozinho no bico da pequena área, empatou para o Prudente, incendiando novamente a partida.

Felicidade e tristeza em menos de 1 minuto para a equipe anfitriã. Logo na saída de bola do São Paulo, Lucas, o novo maestro Tricolor, dá um passe açucarado para Ricardo Oliveira que, de primeira, sem sequer precisar dominar a bola, chuta no canto esquerdo e coloca o São Paulo novamente à frente no marcador.

Ainda no primeiro tempo, Lucas já era considerado o homem do jogo. 

O início da segunda etapa continuou forte. Já com Fernandão e Carlinhos Paraíba, substituindo Fernandinho e Marlos, respectivamente, o Tricolor encontrou o caminho do terceiro gol num contra-ataque fulminante. Lucas recebeu a bola pelo lado direito, fintou quatro jogadores e deixou, mais uma vez, Ricardo Oliveira na cara do gol, que enfiou uma bomba e marcou o terceiro dele na partida. O gol da vitória.
 

A PERSEGUIÇÃO CONTINUA

O jogo estava bom. Nenhuma falta dura, com as duas equipes se respeitando e assim a partida caminhava para um espetáculo sem manchas. Até que o árbitro Rodrigo Martins Cintra, as 19 minutos do segundo tempo, assinalou um pênalti inexistente a favor do Grêmio Prudente, ou melhor, um pênalti "contra o São Paulo".

Aliás, isso tem sido normal em jogos do São Paulo. Cartões desnecessários, expulsões duvidosas, pênaltis inexistentes, enfim, a perseguição está cada vez mais evidente. Lamentavelmente, isso, em pleno século XXI, acontece no futebol.

Willian se preparou para a cobrança, evitou olhar para Ceni, que tentava dispersá-lo, e chutou no alto. Bem no alto. Tão alto que a bola quase foi parar na arquibancada. Um chute grotesco.

PODERIA TER SIDO MAIS...

Enquanto isso o Tricolor apenas administrava a partida e por duas vezes poderia ter ampliado o placar. A primeira delas foi quando Ricardo Oliveira ficou de frente com Giovanni, mas não aproveitou a oportunidade. Lamentou demais. Realmente era um daqueles que chamamos de "gol feito".

A segunda oportunidade veio aos 32 minutos. Mais uma vez Lucas fez boa jogada, cruzando perfeitamente para Ricardo Oliveira, que cabeceou nas mãos do goleiro advesário. Aliás, parece que Lucas e Ricardo começaram a se entender. O garoto é o novo homem de ligação. Tem uma visão de jogo incrível, é habilidoso e inteligente. Tudo que Ricardo Oliveira precisava para voltar a fazer seus gols: um "garçon".

Nos acrescimos, aos 46, Wesley diminui par o Grêmio Prudente, fechando o placar em 3 a 2 para o São Paulo.

Resumindo, foi um jogo muito bom de assistir, ressaltando que não foi o Grêmio que jogou mal, mas o São Paulo que atuou muito bem na partida.

Mesmo com a vitória, o Tricolor do Morumbi não saiu do 10º lugar, mas já apresenta uma mudança positiva no elenco. É o "efeito Carpegiani".

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