O Clube dos 13 está rachado. Mais do que isso, está praticamente desfeito, para não dizer "quase extinto".
O jornalista da TV Cultura, Vladir Lemos, escreveu em seu blog (http://blogdovladir.blogspot.com/) algo que realmente nos faz pensar sobre o tema.
A pergunta quem não quer calar é: Como ficará o futebol depois disso tudo que está acontecendo?
Tomei a liberdade de reproduzir o texto do Vladir. Veja abaixo:
Era uma vez o Clube dos 13 ?
Por Vladir Lemos
Não há novidade no que vou dizer. O futebol é pródigo em dinamitar biografias. Risco elevado ao extremo quando alguém aceita o papel de dirigente. Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, foi à sede da CBF receber um título vencido. A CBF queria cortejá-la ? Ou premiá-la por ter sinalizado em algum momento que se deixaria seduzir, apesar de ocupar uma das vice-presidências do Clube dos 13? Resta torcer para que as intenções do anfitrião sejam claras, ao menos, para a mandatária do time rubro-negro.
O fato é que o futebol visto pelo viés mercadológico em breve não será mais o mesmo. Homens vestindo ternos bem cortados entrarão em uma sala e entregarão suas propostas. A bola está com eles. Dirão a que horas você verá o seu time entrar em campo, quantas vezes, e para ser ainda mais cruel, terão decidido previamente quanto estão dispostos a pagar por essa sua paixão, quanto o seu encanto pelo futebol anda valendo no mercado.
A implosão do Clube dos 13, que cuidou dos interesses dos principais clubes do nosso futebol nos últimos vinte anos, sem dúvida, representa uma ruptura. Não é fácil aceitar derrotas, portanto, não causa espanto que na iminência dela os que se sentiram em perigo tenham se esmerado em tramar um jeito de driblar a tardia decisão do CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica - determinando que a era da preferência na hora de negociar os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro deveria ficar para trás, acabar.
Quem sou eu para dizer o que está certo ou errado? Os dissidentes de agora, amparados na sua importância, na dimensão expressiva de suas torcidas, podem mesmo se dar bem. Que investidor não gostaria de se aliar às duas maiores torcidas do país e mais alguns seletos convidados?
Mas, diante de tantas jogadas e artimanhas porque não determinar que seja qual for o modelo adotado deverá valer sempre a melhor oferta, afinal, quando o CADE decidiu pelo fim da preferência queria preservar o futebol, o direito de quem der o maior lance. Ora, se a regra pode ser mudada de acordo com o interesse aí fica fácil ganhar o jogo.
A intenção do Clube dos 13 não era passar a negociar cada mídia em separado? TV aberta, fechada, internet e tal ? Então, uma vez rachado o Clube dos 13, deveria se estabelecer que os clubes terão que, individualmente, ou não, negociar seus direitos de transmissão sem exclusividade, quem der mais leva. Não era essa a regra? Bom, regras nunca são claras meus amigos, por mais que tentem nos convencer do contrário.
Como ficará o futebol depois disso? Com os ricos mais ricos e os pobres mais pobres? O momento que a gente atravessa nos faz ver o óbvio: A grande tabelinha do futebol brasileiro é feita entre a TV Globo e a CBF. Ou vocês acham que podendo negociar com um time, ou alguns de cada vez, o interesse não será maior pelos que representam o filé? Aos que chegarem atrasados para o banquete, sem muito a oferecer, restarão migalhas.
Bendito ano de 1987, que viu a criação do Clube dos 13 e que viu nascer a malfadada Copa União que virou argumento para que as raposas apostassem na desunião dos clubes. Está decidido? Ainda não. Era uma vez o Clube dos 13 como a gente conheceu? Talvez. A partir de agora é um pouco cada um por si. Resta saber se vai dar Liga.
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