Será que a esta hora, pouco mais de 1 da manhã, menos de 12 horas para sair a lista oficial dos convocados para Copa da África, o técnico Dunga está dormindo? Será que seus pensamentos, suas convicções, seus métodos, suas decisões estão alinhadas, assim como uma música que se encaixa diante de tantos instrumentos tocados diferentemente, mas que aos poucos chegam à linearidade? Será?
Será que ele (Dunga) conseguiu botar o rosto no travesseiro e descansar tranquilamente sabendo que em poucas horas será de sua vontade os nomes dos 30 brasileiros escolhidos para representar o nosso povo? Será?
Como eu gostaria de estar nesse momento navegando pelas ideias do técnico da Seleção Brasileira para desvendar o que se passa por lá. Apenas cinco minutinhos e tudo estaria resolvido. Conseguiria saber se teremos ou não alguma surpresa inusitada e até entender o por que daquela decisão tomada. Decisão essa que colocará dúvida em milhares de pessoas, talvez até em mim.
Não posso vir aqui, neste momento, e dizer que nunca critiquei algumas atitudes de Dunga. Estaria cometendo um ato que foge dos princípios do jornalismo, da ética profissional e até da ética moral. Simplesmente ignorar aquilo que tanto defendi mostraria um instante de fraqueza da minha parte e minhas próprias palavras me condenariam.
Mas hoje, pensando nas horas finais que antecedem a tal convocação, sinto-me cada vez mais na obrigação de apoiar a minha pátria, independente do esquadrão que a representará nessa batalha chamada Copa do Mundo. O que também não me impede de ser crítico quando for preciso. Nem só de passada de mão na cabeça se educa um filho, muitas vezes o puxão de orelha é fundamental.
O brasileiro, e eu me incluo nessa categoria, tem a mania de opinar, palpitar, pitacar, seja lá como quiser chamar. A tal frase que diz que "o Brasil tem 190 milhões" de técnicos de futebol não poderia ser mais feliz, se encaixa perfeitamente. O brasileiro sofre, vibra, xinga, grita, come as unhas, se descabela, pelo esporte. Alguém tem dúvida que somos o País do futebol?
E aí vocês devem me perguntar: "Sim, mas o que você quis dizer com isso?". E eu os respondo da forma mais simples possível:
Que estarei com o Brasil onde o Brasil estiver. Torcendo, sofrendo, xingando, gritando, criticando, apoiando, enfim, mas sempre do lado da minha pátria.
Às vezes pode não parecer, mas jornalista esportivo também é ser humano, e todo ser humano é torcedor...
Foto: Blog Rodrigo Ferraz
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