Há tempos eu não assistia a um "clássico" realmente digno de "clássico".
São Paulo e Santos se enfrentaram no Morumbi e proporcionaram um espetáculo de sete gols. Foi o quinto encontro entre as duas equipes na temporada de 2010, porém dessa vez deu Tricolor. A equipe comandada por Paulo César Carpegiani virou para cima dos visitantes e venceu por 4 a 3, numa partida pra lá de eletrizante.
E não é exagero. Logo aos 2 minutos de bola rolando, o atacante são-paulino Ricardo Oliveira arriscou um chute de fora da área e por pouco não abriu o placar. Isso não foi nada. Dois minutos após o ataque tricolor, Alan Patrick teve uma chance incrível e, diferentemente do são-paulino que ficou no "quase", abriu o marcador com um belo gol. (1 a 0 para o Santos)
Enganaram-se aqueles que esperavam um jogo truncado como geralmente são os clássicos. As duas equipes apostaram na velocidade de seus jogadores e na formação ofensiva. Para se ter ideia, o São Paulo entrou em campo postado com quatro atacantes. Isso é que é coragem.
Aos seis minutos, Dagoberto, que ganhou total confiança do novo treinador, resolveu mostrar serviço e empatou a partida depois de um desvio inteligente de Ricardo Oliveira.
Nesse momento, o equilíbrio tomou conta da partida. Para cada ataque do São Paulo, um contra-ataque do Santos, e vice-versa. Um jogo de tirar o fôlego que somente o detalhe faria a diferença. E foi nessa toada que Dagoberto virou para o Tricolor do Morumbi. Fernandinho iniciou o contra-golpe em velocidade, tocou para Ricardo Oliveira que percebeu Dagol livre para marcar o segundo dele na partida.
E o São Paulo não parou. Eficientemente nas saídas em velocidade, a equipe de Carpegiani chegou ao terceiro gol numa jogada individual de Dagoberto que, ao ameaçar um chute ao gol de Rafael, Pará tentou interceptá-lo, mas acabou mandando a bola na gaveta (contra). O São Paulo abria 3 a 1 sobre o Santos aos 18 minutos. Explosão na torcida são-paulina.
Mas futebol é fantástico e essa partida estava predestinada ao espetáculo. Menos de um minuto após o terceiro gol tricolor, Zé Eduardo diminui para o Santos numa jogada bem trabalhada da equipe praiana.
Sim, foram três gols em apenas pouco mais de três minutos. Incrível.
O Segundo tempo começou em ritmo mais cauteloso. O São Paulo já não tinha mais o jovem Lucas, que foi substituído no intervalo devido a uma lesão em seu joelho. Em seu lugar, Carpegiani resolveu colocar um zagueiro para fortalecer o sistema defensivo e tentar jogar apenas nos contra-ataques. Sendo assim, o Santos passou a pressionar os donos da casa.
As coisas começaram a ficar mais difíceis para o São Paulo quando Richarlyson, sempre ele, foi expulso aos 12 minutos da etapa complementar por aplicar uma tesoura no jogador santista, numa bola que parecia fora de campo, na lateral esquerda. Uma atitude "juvenil", imatura e, principalmente, irresponsável do lateral-esquerdo são-paulino. Aliás, está mais do que na hora de o São Paulo punir esse atleta que sempre deixa a equipe fragilizada com expulsões desnecessárias.
Com um a menos, a tendência era o Santos pressionar o São Paulo em seu campo de defesa até chegar ao empate. Foi o que aconteceu. Aos 26 minutos, Neymar tenta o drible sobre Alex Silva e cai. O árbitro marca pênalti e ele mesmo, Neymar, cobra a penalidade, empatando novamente o jogo.
Ao contrário do que estávamos acostumas a ver esse time do São Paulo fazer nesta temporada, a equipe não se acomodou e buscou o gol da vitória. Teve duas incríveis chances de definir o placar, as duas com o lateral Jean, mas, ninguém sabe lá como, o são-paulino desperdiçou.
Dagoberto cansou e Carpegiani colocou Marlos em seu lugar. A substituição deu certo. Nos acréscimos, aos 47 minutos, Marlos cruzou da direita para dentro da área, Ricardo Oliveira cabeceou e o goleiro Rafael fez uma linda defesa, mas Jean, o mesmo que minutos atrás havia perdido dois gols feitos, dessa vez cabeceou com firmeza para fazer o quarto do Tricolor. O gol da Vitória. O gol que o redimiu na partida.
Foi um jogo que mereceu aplausos, pois as duas equipes mostraram um futebol alegre, para frente, limpo. Digno de um verdadeiro San-São.
Um comentário:
Quando o Dagoberto resolve jogar bola.... eu gostei, é outro time. Muito bom!!!
Já pedi seu voto no 2o turno?
Agradeço desde já pelo primeiro turno.
Beijos!
http://apenasumpontoesportivo.blogspot.com/
Postar um comentário