terça-feira, 4 de maio de 2010

Que sufoco...

Antigamente, o Milton Neves dizia que "torcer para o São Paulo é uma moleza". Tenho certeza que essa frase mudou para: "torcer para o São Paulo tem que ter paciência".

Sim, o São Paulo venceu o Universitário (nos pênaltis) e avançou para as quartas de final da Taça Libertadores da América, mas jogou mais uma vez um futebol sonolento e respeitador até demais. Houve momentos em que a torcida pediu "raça" aos jogadores.

Ganhar nos pênaltis é como "ficar entre a vida e a morte". Um detalhe pode ser o fim. E dessa forma aconteceu com o São Paulo. O pior de tudo não é decidir a vaga para as oitavas de final nas penalidades, mas sim correr o risco de não se classificar diante de um adversário que na minha opinião não merecia sequer estar numa competição intercontinental.

O Universitário é a pior equipe que eu vi nesse torneio. Os caras fazem o favor de entregar a bola no pé do adversário. Parece que pedem, imploram, para tomar um gol. Mas o São Paulo também pede, implora, suplica, mas para ser vaiado, xingado etc.

E não venham falar que a torcida não ajuda. O Morumbi recebeu mais de 43 mil torcedores que não pararam de cantar um só minuto. Em alguns momentos, alternando entre gritos de incentivo e vaias ao técnico Ricardo Gomes.

É verdade que também faltou um pouco de sorte ao Tricolor do Morumbi. Foram duas bolas na trave e alguns lances de possíveis faltas que o árbitro não apitou a favor do São Paulo. Houve, inclusive, inversão na marcação de duas faltas. Mas não quero falar de arbitragem.

Está chato demais assistir às partidas do São Paulo. Chega a ser irritante a falta de padrão dessa equipe. E foram 90 minutos, fora os acréscimos, de nervoso. Sei lá, talvez estamos ficando mal acostumados com o time do Santos que joga por música e nos alegra.

Claro que não era o que o torcedor do São Paulo imaginava, mas os pênaltis deram um tom diferente para essa partida que no seu tempo normal foi horrível. Houve emoção, choro e gritos de alívio

O primeiro grande susto partiu do jogador mais importante - e que no final se tornou o heroi do jogo. Rogério Ceni, capitão da equipe são-paulina, cobrou o primeiro pênalti para o Tricolor, mas errou. Um silêncio absurdo tomou conta do estádio por uns 20 segundos.

Logo em seguida, Ceni, que trocou de camisa para as cobranças de pênalti (no tempo normal jogou com uma camisa laranja e nas penalidades com uma preta), praticou duas defesas seguidas, levando o São Paulo à classificação. Se não foi pelo time, que realmente deixou a desejar, a emoção valeu pela torcida que fez sua parte.

Aliás, por falar em torcida, destaco dois detalhes como, no mínimo, interessantes: Primeiro que arrepia ouvir mais de 43 mil pessoas gritando "Olê, Olê, Olê, Olê... Telê, Telê..." E o segundo detalhe foi que bastaram cinco minutos de comemoração da classificação e os gritos que vinham das arquibancadas mudaram de rumo: "Mengo! Mengo! Mengo!", gritou a torcida do São Paulo...

FOTO Comemoração: Gaspar Nóbrega/VIPCOMM/GloboEsporte.com
FOTO Rogério Ceni: GloboEsporte.com

5 comentários:

Bruna Scot} disse...

É, Fê, o São Paulo não precisava passar por isso. Ricardo Gomes já provou que não está apto para comandar o SPFC. Falta técnica, falta raça, mas, principalmente, falta decidir qual o real esquema tático da equipe! Parece que ele escolhe as substituições no "minha-mãe-mandou...", tomara que essa classificação sofrida resulte em mudanças e melhoras, porque estamos falando de Libertadores e não se ganha em título tão importante com um futebol medíocre.

Bruna Scot disse...

É, Fê, o São Paulo não precisava passar por isso. Ricardo Gomes já provou que não está apto para comandar o SPFC. Falta técnica, falta raça, mas, principalmente, falta decidir qual o real esquema tático da equipe! Parece que ele escolhe as substituições no "minha-mãe-mandou...", tomara que essa classificação sofrida resulte em mudanças e melhoras, porque estamos falando de Libertadores e não se ganha em título tão importante com um futebol medíocre.

Fernando Richter disse...

Nossa. É uma honra receber um comentário da Srta. Scot. rs!!!

Toda razão Bru.

Esquema tático e padrão de jogo é algo longe de ser realidade no SPFC.

Sem dúvida não dá para contar com a "elegância" do Sr. Ricardo Gomes. Falta um comandante para fazer o navio andar rumo ao destino correto.

bjs

Rafael Italiani disse...

Adiada a desclassificação, mas saiba que não torço contra e adoraria queimar a língua.
Eu juro que não consigo entender o motivo do elenco respeitar tanto o RG e transparecer que comissão técnica e jogadores estão fechados. Tipo uma panela mesmo, né?
No jogo contra o cruzeiro, Richarlyson volta a ser titular. Aliás, o camisa 20 poderia ser convocado por Dunga, afinal de contas é de outro mundo. O cidadão fica 1 mês fora de combate e sai do Reffis direto para o time titular.
Até machucado o cara é a 1º opção!!!
Os jogadores não tem que reclamar de vaia da torcida, tem que jogar. O torcedor do SPFC não é otário pra ficar empurrando time sem raça e sem motivação. Dá um prejuízo danado esse tipo de coisa.
Passou do tempo de dar liga. Se não for por amor, a opção é o terror.

Fernando Richter disse...

Pois é Rafa. TEm razão...

O pior de tudo não é o Richarlyson voltar do Reffis direto para a vaga de titular,mas sim voltar do Reffis direto para a vaga de titular "na lateral esquerda". O Richarlyson não foi, não é e nunca será LATERAL. Como volante ele até que atua melhor, porque lá ele não se acha craque.

Realmente essa sensação de uma equipe fechada é visível. Ontem, depois da classificação, no apagar das luzes, o time todo correu emdireção ao treinador e o abraçou... vai entender.