terça-feira, 7 de setembro de 2010

20 anos de glórias


Dia 7 de Setembro de 1990.

Para muitos, uma data aparentemente normal, no qual se comemoraria, como em todos os anos, o dia da Independência do Brasil.

Já para aqueles que gostam de futebol e que possuem um conhecimento mais apurado sobre o assunto, essa data representa algo especial no esporte mais querido do mundo.

Surgia neste dia uma figura que anos depois se tornaria um guerreiro, um vencedor, uma lenda, um mito, enfim... Surgia Rogério Ceni no São Paulo Futebol Clube.

Ceni chegou ao São Paulo com apenas 17. Geralmente, garotos que chegam para jogar em clube grande nesta idade permanecem apenas o tempo suficiente para adquirirem experiência na categoria de base e depois vão tentar a sorte em clubes não tão grandes. Poucos, de tantos, são aproveitados.

Mas algo diferente aconteceu entre Ceni e São Paulo Futebol Clube. Uma sintonia muito forte, uma paixão incontestável, uma identificação enorme, tomou conta de ambos.

Decidido a aprender e ser um futuro vencedor, Rogério teve paciência e ficou 6 anos como reserva de Zetti, outro fenômeno no esporte.

E foi dos bancos de reserva que o goleiro pôde acompanhar a fase mais gloriosa da equipe do Morumbi. Uma época em que o tricolor, comandado por Telê Santana, o maior técnico de todos os tempos, encantava o mundo com o seu futebol bonito, mágico, alegre, leal. Com o time jogando por música, o São Paulo atingiu o ápce, e conquistou duas vezes seguidas a Libertadores e o Mundial, em 1992 e 1993.

Provavelmente isso ficou gravado na cabeça de Ceni. Aliás, foi o que o motivou a trabalhar mais e mais para buscar seu espaço no tricolor e conquistar, como titular, os mesmos títulos que um dia participou como "coadjuvante".

Em 1996, Zetti chegou a um acordo com o São Paulo e decidiu que sairia do clube. Até hoje não foi comprovado, mas tenho certeza que Zetti, percebendo a evolução do Rogério Ceni, optou por deixar o clube paulista para dar a merecida chance a Ceni.

A chance foi dada e Ceni agarrou com as duas mãos. Fez da oportunidade uma história repleta de conquistas e recordes.

Listar aqui todos os títulos que ele possui é desnecessário. Alguns torcedores de outras equipes iniciariam o mesmo discurso de sempre: "são-paulino é arrogante". Por isso, prefiro citar apenas os mais importantes e os que ele atuou como titular:

Campeonato Paulista: 1998, 2000 e 2005
Campeonato Brasileiro: 2006, 2007 e 2008
Taça Libertadores da América: 2005
Mundial da Fifa: 2005

Por falar em títulos, Rogério Ceni merece todo o respeito inclusive de torcedores rivais. Ele conseguiu fazer, nesses 20 anos como goleiro profissional do São Paulo, o que muitos clubes não conseguiram com mais de 100 anos de história.

Não bastasse um currículo de causar inveja, Ceni ainda bateu dois grandes recordes que ao longo de sua carreira estabeleceu como meta pessoal: o de se tornar o jogador que mais atuou com a camisa das três cores (foram 924 jogos até o momento) e o de se tornar o maior goleiro-artilheiro da história do futebol (são 90 gols até o momento e esse valeu o registro no Guinness book, o livro dos recordes).

Mas isso tudo ainda é pouco para Ceni. Nem mesmo todos os prêmios que recebeu como atleta, e olha que não foram poucos, é tão grandioso perto do sentimento de amor que ele demonstra pelo São Paulo.

Poucos jogadores no mundo jogam por amor à camisa. Mas Rogério é diferente. Rogério é gênio, Rogério é mito, Rogério é vitória, Rogério é são-paulino...

Parabéns, craque Rogério Ceni, pelos seus 20 anos de amor e dedicação ao São Paulo Futebol Clube. Que sua história sirva de exemplo a outros jogadores de futebol ou de qualquer outro esporte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sensacional o texto muleke...Parabens Fernando Ceni..rs