terça-feira, 20 de abril de 2010

Eu te explico...

Muitas pessoas me perguntaram qual o motivo do meu silêncio após a desclassificação do São Paulo diante do Santos no Campeonato Paulista. Perguntaram-me, inclusive, se eu estava esperando passar minha raiva.

Não, pessoal. Eu sequer fiquei com raiva. E por um simples motivo: É muito fácil a gente, ao ver o nosso time perder, dizer que foi porque a equipe está ruim, que o técnico não presta, que o volante não marcou, que o atacante perdeu gol, que o goleiro falhou etc.

É mais cômodo atribuir a derrota a um ponto fraco da equipe do que dizer que o nosso adversário foi superior e consequentemente mereceu a vitória. A impressão que dá é de que elogiar o oponente é algo que depõe contra nossos princípios, que se fizermos, estaríamos cometendo uma atrocidade como negar a própria nação num campo de guerra, por exemplo.

Quando na verdade não é nada disso. O futebol é uma disputa e somente um pode sagrar-se campeão. Apenas um pode alcançar o topo e ser coroado pela conquista do objetivo máximo, o "título".

O melhor tem de vencer.

Obviamente não serei hipócrita a ponto de dizer que eu não critiquei, não xinguei, não fiquei nervoso. Claro que sim, afinal, sou ser humano e tenho sentimentos como todos. Mas graças a Deus, não durou mais do que o fim do jogo para eu virar para o lado e dizer aos que estavam à minha volta que "o Santos é o melhor do Brasil e mereceu a classificação, assim como merece levar o caneco".

Hoje em dia, não basta ser o meu time jogando, tem de ser o melhor time dentro de campo. E se o time do meu coração não desempenhar o melhor, o que há de errado em dizer que o adversário foi superior?

Por isso, ao invés de comentar o que todo mundo viu no último domingo, e que eu não precisaria ser redundante, prefiro reservar o espaço para dizer o quanto me agrada ver os Meninos da Vila dentro das quatro linhas, jogando um futebol alegre, brincalhão, mas, ao mesmo tempo, envolvente, objetivo.

Isso me faz sentir saudades do São Paulo de 92/93. Em contrapartida, aumenta a minha frustração por não ter vivido a época do Flamengo, de 82, e do Santos, de 62.

Parabéns ao futebol mais alegre do Brasil.

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